segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Bolo invertido de ameixas amarelas e amêndoas


A temporada de ameixas amarelas (nêsperas), uma das minhas frutas favoritas, está quase acabada, mas eu não poderia passar mais um ano sem dar essa receita. Adoro bolos com frutas. São gostosos, úmidos e dão novos sabores à nossa vida. Esse delicioso bolo invertido de ameixas e amêndoas ainda tem uma leve camada crocante e vai entrar na sua lista de favoritos como entrou na minha!

Ingredientes

Cobertura:

20 ameixas amarelas (nêsperas)
50 g de manteiga amolecida
100 g de açúcar
65 g de amêndoas laminadas

Bolo:

25 ameixas amarelas (nêsperas)
100 g de manteiga amolecida
Uma colher sopa essência de baunilha
75 g de açúcar amarelo
220 g de farinha de trigo
Uma colher de sopa de fermento
Três ovos
100 ml leite
25 g de amêndoas em pó

Preparação

Cobertura: Misture numa tigela a manteiga e o açúcar. Espalhe esta mistura no fundo da forma e leve ao forno por 10 minutos a 180°C.
 Retire do forno e espalhe as amêndoas laminadas. Lave, corte ao meio e retire os caroços das ameixas. Distribua de maneira uniforme na forma e reserve.

 Bolo: misture a manteiga e o açúcar até formar um creme. Acrescente os ovos e misture novamente.
Junte a farinha, o fermento, as amêndoas em pó e mexa. Acrescente o leite, a baunilha e misture novamente.

Lave, corte ao meio e retire os caroços das ameixas. Acrescente na massa e misture. Despeje na forma e leve ao forno por 30 minutos a 180°C. Verifique se está assado fazendo o teste do palito e retire. Deixe esfriar e desenforme.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Bolinhos de chuva de cenoura



Sabe aqueles bolinhos de chuva deliciosos que devem ser comidos sempre que se tiver vontade? Pois é: podemos sempre fazer de uma maneira diferente, seja incorporando pedaços de maçã ou banana para terem um recheio, ou usar ingredientes diferentes e fazer do lanche algo mais. Esses bolinhos com cenoura são para aqueles dias em que temos muitas pessoas em casa e queremos servir cosas diferentes.
Esse “bolinho de chuva” deve ser comido também quando tem sol!

Ingredientes

1 kg de cenoura
300 g açúcar
400 g de farinha trigo com fermento (ou trigo comum com uma colher de sopa bem cheia de fermento em pó)
100 g de maisena
1 laranja média
4 ovos
2 colheres de sopa vinho
1 pau de canela, sal
Açúcar e canela em pó para polvilhar

Preparação

Cozinhe as cenouras descascadas em água temperada com sal e 1 pau de canela.
Assim que estiverem cozidas, escorra-as bem (de preferência deixe escorrer umas horas). Ponha no processador para transformar em purê de cenoura.
Junte o açúcar, as farinhas, os ovos previamente batidos, suco e raspa da laranja, o vinho do porto e bata tudo com a batedeira para misturar.
Frite pequenas colheradas de massa (pois elas crescem ao fritar) em óleo quente, mas mantendo fogo médio para baixo, pois os bolinhos queimam com facilidade.
Depois de fritos coloque-os a escorrer sobre papel absorvente e depois polvilhe-os com uma mistura de açúcar e canela a gosto.


quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Sinto saudades da escola, porque lá aprendi a questionar tudo!


Esta é a semana das crianças e dos professores. Semana difícil para quem mora neste país, porque este é um país (e não uma nação), que fala em escola pública como se isso fosse uma despesa e não um investimento. E dá-lhe corte de orçamento!

Lembro de uma série de TV, em que um personagem dizia que escolas deveriam ser palácios, e sei que nem é isso que os professores a quem espero homenagear desejam. Eles querem apenas um ambiente mais saudável para poder fornecer a instrução necessária para seus pupilos.

Vemos verdadeiras histórias de horror envolvendo violência de alunos contra professores; de professores contra alunos; de alunos contra alunos. Mas o que espero deixar claro é que isso não é uma regra. A grande maioria está apenas tentando fazer alguma coisa. Uma coisa que deveria começar em casa: a diferença entre certo e errado. E é simples... se você está fazendo algo que não gostaria que fizessem a você, provavelmente está errado.

Qualquer coisa que envolva violência está errada. Aprendi isso dentro de casa, com meus pais, que diziam sempre: “brincadeira de mão nunca dá certo! Mas não tive apenas pais presentes, e, veja bem, os dois trabalhavam fora o dia todo. Não havia presença constante, mas havia a parte deles e ainda há em cada mínimo gesto. De fazer a cama todas as manhãs ou de me sentar à mesa para tomar café, mesmo que eu esteja só.

E aí entra a parte dos professores. Tive ótimos professores e também professores apenas medianos, e não tenho todos na memória, apenas alguns muito marcantes. E hoje vou usar a melhor professora de História do mundo para homenagear todos. Dona Neide... nem lembro o sobrenome dela, mas foi minha professora no ginásio, nos primeiros anos da década de 1970. Porque ela era a melhor? Porque ela discutia.

Com a Dona Neide aprendi muito mais do que datas e fatos. Aprendi que história é uma série de momentos que devem ser lembrados e estudados com cuidado para que não se repitam os erros. Com ela aprendi que nada é preto no branco. Tudo é formado por pequenas coisas e a História nos faz tomar uma distância analítica que consegue ver o todo, e perceber que nada é o que parece.

Em um tempo onde vivíamos um regime de exceção ((falando claramente, uma ditadura), a sala da Dona Neide era um oásis no qual a liberdade de pensamento imperava. Hoje, quando vejo tantos idiotas falando que aqueles tempos só eram ruins para pessoas mal comportadas, sinto que deveríamos ter milhares de Donas Neides para dar um croque na cabeça dessas mentes vazias e fúteis, e mostrar que todos têm direitos e deveres, e naquela época (como ando vendo agora), tudo o que se quer é calar a discussão, porque gente ignorante não questiona, não discute, não luta por nada.

Recentemente estive trabalhando com algumas pessoas bem mais jovens que eu, todos muito bem preparados para as novidades tecnológicas, mas sem referências (coisa essencial na minha profissão), e com um linguajar cada vez mais pobre. Pessoas que falam mais de um idioma, mas que não conseguem usar nem 500 palavras em língua portuguesa. Pessoas que viajam o mundo todo, mas não conseguem se aculturar e absorver o que o mundo oferece de melhor: temos que evoluir e para evoluir temos que lutar uns pelos outros.

Essa talvez foi a maior lição da Dona Neide. Que a humanidade vai continuar batendo cabeça enquanto não percebermos que estamos aqui para apoiar uns aos outros e não para pisarmos uns nos outros só para chegar em uma posição mais alta.

Hoje, vendo tanta bobagem sendo escrita a torto e a direito, sinto falta da Dona Neide. Ela não tratava ninguém com luvas de pelica. Era sempre direta e objetiva. E quando dava sua aula de história, nos ensinava também como deveria ser a vida.

Esse é o meu Feliz Dia dos Professores a todos esses abnegados que escolheram a profissão de ensinar pessoas como eu, que com esse texto tosco tentou homenagear uma professora obscura do Wallace Simonsen dos anos 70. Mas, pensem: se ela não fosse extraordinária, eu nem lembraria dela mais de 40 anos depois.

Em tempo: a foto é do prédio antigo do colégio. Mas, já que eu estou usando recordações, pensei que deveria fazer isso direito!


terça-feira, 8 de outubro de 2019

A melhor queijadinha do mundo!


Toda vez que escrevo alguma postagem que envolve uma receita, quero dizer para as pessoas que me leem uma mensagem, que envolve carinho, memórias. A comida que fazemos, como todos os nossos atos, devem ser feitos com amor.

As memórias mais bacanas da minha vida envolvem a cozinha, da minha casa ou da casa de parentes e amigos. Não há nada mais aconchegante que sentar com pessoas queridas em uma cozinha para conversar enquanto se toma um café, se come alguma coisa gostosa, ou se faz uma festinha.

Essas queijadinhas me trazem algumas dessas festas à memória, o cheiro do coco quando em contato com outros ingredientes, assando no forno. Ou aquela viagem a Portugal, com uma parada em Sintra, para comer umas queijadinhas. Esta receita é do livro da minha mãe, e isso me traz muitas lembranças saudosas, de amores, carinhos e sabores.

É ou não a melhor queijadinha do mundo?

Ingredientes

200 g de coco ralado
200 ml de leite de coco
Uma lata de leite condensado
Dois ovos
Cinco colheres de sopa de queijo ralado
Duas colheres de sopa de manteiga sem sal derretida

Preparação

Coloque o coco ralado em um recipiente e misture com o leite de coco. Reserve.
Bata os ovos e misture o leite condensado. Junte a manteiga e mexa bem.
Adicione o coco ralado e o queijo, misturando até formar uma massa homogênea.
Coloque em forminhas individuais, e, se for para facilitar, use as de cupcake.
Leve ao forno pré-aquecido a 180°C (em média) por 40 a 50 minutos. Faça sempre o teste do palito, pois cada forno tem seu ajuste.

domingo, 6 de outubro de 2019

O trabalho dignifica o homem



Comecei a escrever esta postagem mês passado, enquanto ainda trabalhava para um órgão público, onde eu, entre outras coisas, olhava postagens do Facebook e fazia meu trabalho de responder aos munícipes suas demandas, quando me deparei com a frase do título: “O trabalho dignifica o homem”. E nesses tempos que estamos vivendo, muito há que se pensar sobre isso.

Sim, o trabalho dignifica, mas não apenas o homem, porque mais de 50% da população economicamente ativa é composta por mulheres e que estão trabalhando em condições quase desumanas. O trabalho dignifica o homem, mas a exploração não dignifica ninguém. E isso tem acontecido por demais nestes tempos em que o lucro a qualquer preço tem sido a ordem.

Há muitos anos escrevo sobre a necessidade de defender o trabalho humano e sou entendida por cerca de meia dúzia de pessoas. A sede de lucro a qualquer preço destruiu o trabalho, o trabalhador e vai destruir qualquer meio de produção, porque máquinas podem produzir, mas não consumir. Máquinas não vão gerar riqueza. Não é por nada não, mas a origem da palavra robô é ‘robota’, uma palavra tcheca que significa “trabalho forçado”.
Dizem que a escravidão no meu país terminou em 1888, mas não creio que isso seja verdade, pois precisamos nos submeter a coisas absurdas para conseguir trabalhar e sustentar a nós mesmos e a nossos familiares.

Vou falar de uma experiência pessoal, que nem é um horror, mas vou chamar a atenção para coisas que acontecem de verdade e que ninguém se dá conta. Sou jornalista, e antes que alguém romantize a profissão, ela tem muito pouco de romântica em um país onde as pessoas preferem acompanhar o boato ao invés de ter a verdade esfregada na cara delas.
Já trabalhei em revista que me descontou INSS, mas não pagou, e agora, se eu quiser comprovar o período, tenho que tirar do meu bolso, de novo (!), o valor que deveria ter sido pago por meu empregador. Mas, coitadinho do empregador, ele não contrata se não roubar direitos dos funcionários.

Pelo menos é essa falácia que temos ouvido a bandeiras despregadas de governantes que também resolveram fazer do povo brasileiro o “Judas de Sábado de Aleluia”.
Nada tenho contra o trabalho. Até porque só consegui o pouco que tenho trabalhando e também com a ajuda de amigos que me socorreram na hora do sufoco. Tenho contra o regime de semiescravidão instalado neste país e que persiste. Dia após dia vejo pessoas se colocando nas situações mais absurdas apenas porque precisam do trabalho para se sustentar.

Gente vendendo coisas nos transportes coletivos, nas ruas, nas barracas improvisadas. Gente fazendo jornada tripla de trabalho e recebendo só por uma. Gente cuja aposentadoria não está garantida, mesmo tendo contribuído, porque alguém acha que essa pessoa está “ganhando” alguma coisa, e não o certo, que é receber de volta o dinheiro descontado dela para esse fim.

Não se engane dizendo que o brasileiro é vagabundo. O brasileiro trabalha para caramba e nunca consegue ter nem os direitos mais básicos. Porque? Por conta de um sistema de castas (o de classes já foi superado), que diz que um trabalhador não pode conseguir nada com o esforço do seu trabalho, mas podem acreditar, que alguém enriquece à custa desse trabalhador.

Quando vejo a frase que abriu essa postagem, lembro de outra: “O Trabalho Liberta”, escrita na entrada do campo de concentração de Auschwitz. Guardadas as proporções, as duas querem dizer a mesma coisa. Liberta quem? Dignifica quem?


Duas vidas ou uma só basta?

Duas vidas ou uma só basta? : Não me lembro de quem foi que disse a frase: “deveríamos ter duas vidas, uma pra ensaiar e outra para represen...