sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Mude a si mesmo e mudarás o mundo

 


Mesmo do com todas as coisas horríveis que vivemos este ano de 2021.

Todas as mortes, desastres, DESgovernos.

Com todo o desemprego, o desespero, as mesquinharias.

Mesmo com a fome e a destruição.

Sei que podemos ter um 2022 melhor. Podemos esperançar, como diz um amigo muito querido.

Mas antes, precisamos deixar de lado a casca do preconceito.

Temos que aprender a ficar felizes com o que temos e não com aquilo que os outros não têm.

Precisamos mudar a nós mesmos.

Parar de achar que a violência resolve alguma coisa.

Precisamos começar a pensar e não bancar os papagaios que repetem tudo o que lhe dizem...

Pode ser uma mentira.

Se melhorarmos, nós podemos ter um 2022 maravilhoso.

Feliz ano novo!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Ainda não é ano novo...

 Este ano está terminando e uma amiga colocou uma enquete solicitando:

“Diga uma coisa boa que fará de 2021 um ano inesquecível”.

E não consegui pensar em nada. Aliás, pelo que eu vi, a maioria não conseguiu.

Um ano em que deveríamos estar mais livres da pandemia, só que não.

O desemprego, a fome, a doença, a miséria e a maldade cavalgam como as bestas do apocalipse.

E mesmo não acreditando em maldições bíblicas, sei que todos os dias é o apocalipse de alguém.


Neste momento a Bahia está vivendo um apocalipse.

Pessoas isoladas pela água de uma chuva totalmente desigual.

Tão desigual quanto as pessoas defendendo suas pequenas casas, vidas, hortas da destruição das corporações.

Enquanto temos 600 mil mortes, um celerado diz que governa, mas ele só mata.

Enquanto temos um desastre natural, um verme faz passeata de moto.

Porque só assim ele mostra poder.

Quer mostrar poder de verdade? Vira gente!

Pare de queimar, abater, destruir.

Não se constrói nada sobre o sangue dos outros.

Hoje vi frases do tipo: “eu não imaginava que seria o pior presidente”.

Nem me lembro de quem é.

Mas eu tenho uma resposta, que é:

Não imaginava ou está sendo debochado (a)?

Porque isso só pode ser isso, um deboche.

Pare de achar que quem está nas ruas é porque quer;

Não fique dizendo que só não trabalha quem não quer;

Deixe de pensar que uma pessoa se sustenta com um salário mínimo;

Não está fácil pra ninguém.

E, finalmente, fique feliz com o que você tem.

Mas... tire de sua mente que o que você tem só fica bom se ninguém mais tiver.

Só seremos felizes em 2022 (e no futuro) se começarmos a pensar que todos têm o direito à vida.

Veja bem, não é sobreviver, é VIVER.

É trabalhar, pagar as contas; ter moradia; educação; saúde; segurança; lazer.

E não teremos isso com todos os direitos roubados.



Em 2022 eu gostaria de viver e isso vai além de respirar.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Feliz Natal a todos

 


Hoje é, pra mim, um dia de memórias.

A maioria feliz...

Era dia de ficar com a família; de preparar algumas comidas; de ajeitar o berço do presépio onde deitaríamos o menino Jesus.

Também hoje é o dia de explicar certas coisas.

Não acredito em dogmas que me dizem algo sobre o “pecado original”.

Jesus não veio pra lavar uma culpa feminina sobre a “queda”.

Veio pra dizer que devemos ser bons uns com os outros.

Que ingenuidade a minha não?

Mas, mesmo ficando muito triste, continuo a acreditar.

Minha fé é o que me move, não o que me consola.

Ela que me faz acreditar que todos os olhos se abrirão.

Todas as lágrimas secarão.

As disputas mesquinhas terminarão.

A miséria e a violência serão acabadas.

Aprenderemos a respeitar todas as vidas.

 Animais e plantas; bem como aquilo que as sustenta.

Não é o metal. É o ar, a água, plantas e algas.

Vamos aprender que precisamos respeitar uns aos outros.

Deixe de lado seus preconceitos e atitudes mesquinhas.

Senão o menino Jesus continuará nascendo à toa.

Feliz Natal!


 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Desembestar! É o que eu preciso


Não importa qual a marca eu quero deixar neste mundo. Não sei se conseguirei.

Desanimada? Certamente!

Já faz algum tempo que tento escrever esse texto, mas sempre desisto.

Primeiro porque não quero espalhar no blog minhas tristezas pessoais.

Tristezas que vão além de tudo que acontece no mundo.

Há mais de quatro anos comecei um blog diversificado.

E desde então tento fazer essa meleca decolar.

Não tenho como dizer que tipo de assunto me gerou mais leitores.

Isso variou tanto quanto meus posts.

Minha tristeza é ouvir que estou no caminho errado.

Frases como: você “deveria escrever sobre isso ou aquilo”, me deixam mal.

Ou alguém dizendo: isso aqui rende mais que receitinha de bolo...

Parece até que minhas receitas são só receitas...

Para quem não sabe ou leu na descrição, sou jornalista.

Tudo que escrevo é pesquisado e pensado, até a receita de bolo.

Mas ouvir algumas coisas me faz sentir a mais incompetente das criaturas.

É como se tudo o que eu aprendi e continuo a aprender não valesse nada.

Não me levem a mal. Sugestões são ótimas, mas neste momento da vida cansei de recomeçar.

Preciso de alguma certeza neste mundo louco.

Não sei se é o Natal, a idade ou a solidão batendo, mas preciso de um porto seguro.

Preciso que alguém me contrate por minha capacidade.

Que um único ser veja que eu tenho valor.

Quero que vejam que este blog não é uma futilidade.

Alcançar alguma alma que leia e aprenda algo comigo.

Essa sensação de nulidade precisa terminar.

Sim! Este blog é um modo de ganhar dinheiro e eu faço de tudo para ele decolar.

Porque não é só pesquisar, escrever, pensar como distribuir.

É saber em que grupos enviar.

A quem interessa o que eu escrevo?

Só quero acabar com essa sensação de fracasso que me acompanha.

Esse é o presente de Natal que eu quero.

Saber que sou minimamente relevante e que este blog vai desembestar.

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

O pão de cinco minutos que se faz com dois ingredientes

Já é quase Natal, ano acabando.

Estou triste, porque esses últimos natais não me deixam esperançosa.

A multidão dos famintos só cresce e a dos desesperados também.

Eu juro que não era sobre isso que eu queria falar.

Não nasci em “tempos melhores”, mas estamos deixando tudo piorar sem parecer que nos importamos.

Quando foi que paramos de nos escandalizar com a morte, a guerra, a fome e a doença?

E quando foi que começamos a nos escandalizar com a futilidade?

Sei que sozinhos não fazemos grande diferença, mas podemos ao menos fazer a nossa parte.


Voltando ao assunto: pão.

Uma das coisas de antigamente é que no dia de Natal e Ano Novo padarias não abriam.

Era o único dia de folga dos padeiros.

Normalmente, na véspera, os fornos das padarias eram ocupados com assados das famílias.

Ninguém tinha forno que coubesse um leitão ou um peru.

Eram grandes demais para fornos convencionais e todos levavam na padaria.

E claro que todo mundo encomendava pão porque no dia seguinte não teria.

Hoje em dia já não temos isso e até o coitado do padeiro perdeu a folga.

Então lá vai uma receita fácil, de poucos minutos e com dois ingredientes: farinha e iogurte natural.

O pão com dois ingredientes que se faz em cinco minutos

Esse pão leva uma xícara e meia de farinha fermentada comum e uma xícara de iogurte natural (o grego que tem mais consistência).

Amasse com as mãos até obter uma consistência homogênea.

Se quiser ponha uma pitada de sal.

Divida a massa em porções iguais enrolando para formar os pãezinhos.

Leve-as a uma assadeira enfarinhada.

Ponha no forno pré-aquecido nos 180 °C por cinco minutos.

Querendo, antes de levar os seus pães ao calor, pincele-os com um ovo batido.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Um natal de quem nasce perto do Natal


Eu já deveria ter escrito este post, mas, juro por todas as deusas, não parei um minuto sequer.

Minha casa resolveu se revoltar e estou martelando e colando desde cedo.

Hoje é um dia importante pra mim e queria ter começado a falar dele cedinho.

Em 1976, no dia 20 de dezembro, nasceu a pessoa mais importante da minha vida.

E era uma segunda-feira.

Lembro que há 45 anos tivemos montes de visitas de familiares.

Estávamos aguardando o nascimento que, de acordo com dona Leda seria dia 20.

Minha mãe nunca errou uma conta, mas todo mundo duvidou.

Bem... O Andrezinho nasceu no dia 20 e pelo menos pra mim, trouxe toda a felicidade.

Para lembrar uma coisa da infância, ele adorava churros (fiozinho)

A gente sempre comprava na porta do supermercado.

Nem sei se ele ainda gosta, mas descolei uma receita caseira de churros.

Essa é minha homenagem meu amor!


Ingredientes

Massa:

Duas xícaras de água

Uma pitada de sal

Duas colheres bem cheias de margarina

Duas xícaras de farinha de trigo

Recheio:

Uma lata de leite condensado

Três colheres de chocolate em pó ou cacau

Uma colher (chá) de manteiga

Para polvilhar:

Açúcar e canela em pó


 

Preparo

Massa:

Coloque em uma panela, a água, o sal e a margarina ou a manteiga.

Depois que ferver, adicione a farinha até virar uma grande bola de massa.

Modele os churros enrolando e cortando.

Se tiver a máquina de furar pra rechear, melhor.

Em uma panela, coloque óleo até que cubra os churros.

Frite no máximo três churros por vez em fogo baixo.

Coloque o churros em um papel que absorva o óleo.

Passe-os na mistura de açúcar e canela.

Recheio:

Em uma panela, misture o leite condensado e o chocolate.

Adicione a manteiga e leve ao fogo baixo.

Mexa sem parar até começar a desgrudar da panela.

É o ponto do brigadeiro mole de colher.

Recheie os churros ou deixe em um potinho pra ir passando enquanto come.

 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Ordem Terceira do Carmo e a arte colonial paulista

 


Ao andar pelo centro velho de São Paulo, sempre me surpreendo com a paisagem.

Um lado dela me entristece, porque vejo muitas pessoas no abandono.

Onde foi parar o tal de “país do futuro”?

Não sei, mas sei onde estão algumas construções do passado.

Como a Igreja do Carmo, que conheci ainda menina, quando ia ao centro com meu pai ou minha mãe.

No edifício ao lado, a Secretaria da Fazenda, muitos da minha família trabalharam.

A atual tem sua obra datada entre 1747 e 1758.

Mas a ordem construiu sua primeira igreja entre 1676 e 1691.

A chamada ‘Capela da Venerável Ordem Terceira do Carmo’, ou ainda ‘Capela dos Terceiros do Carmo’ é da segunda metade do século XVII.

A obra original foi de leigos, a maioria de bandeirantes.

Era uma capela contígua ao Convento do Carmo de São Paulo (inaugurado em 1592 e demolido em 1928).

As datas iniciais são incertas, tendo na porta também a data de inauguração de 1632.

A igreja que ainda está em pé foi erguida em taipa de pilão, ganhando ampliação entre 1772 e 1802.

Como já mencionado, a ampliação e o frontão foram executados por Joaquim Pinto de Oliveira, conhecido como "Tebas, o arquiteto escravo”. (veja aqui)

Em 1929, o templo passou por uma ampla reforma, sendo parcialmente reconstruído.

A Igreja do Carmo abriga obras que representam grandemente a arte colonial paulista.


Vemos imagens do estilo barroco paulista, como esse Bom Jesus com cabelos humanos.

As pinturas dos tetos da capela-mor e do coro são de autoria do mestre ituano Frei Jesuíno do Monte Carmelo.

O altar é rococó tardio do século XVIII.

Os painéis vieram do demolido Recolhimento de Santa Teresa da ordem das irmãs carmelitas descalças.

A igreja é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo CONPRESP.

A primeira capela dos Terceiros


A Ordem Terceira do Carmo é formada por irmãos leigos, que não tomam o hábito, mas seguem uma regra de conduta e fé.

Não se sabe ao certo a data de fundação da Ordem Terceira em São Paulo.


Os documentos datados de 1620 foram perdidos, mas é dado o final do século XVI (1592 mais ou menos) como data do estabelecimento dos frades carmelitas na vila de São Paulo.

A primeira capela dos Terceiros é do último quarto do século XVII.

O certo é que em 1692 os irmãos leigos já realizavam suas preces em sua própria capela.

Em outubro de 1747, decidiu-se pela construção de uma nova capela, já que a Ordem cresceu.

No período todas as igrejas antigas da Colônia estavam em reforma ou sendo reconstruídas.

Fachada da Igreja da colônia, do Reino Unido, Império até hoje


As decorações internas e externas da Capela têm altos e baixos que começam por volta de 1758, e seguem por anos a fio até que o Tebas conclui a parte externa, frontispício e torre (a partir de 1772).

O frontispício e sua torre foram construídos com um elemento que, até então, tinha sido pouco utilizado: a pedra de cantaria ou pedra talhada.

A taipa de pilão das paredes é trocada por tijolos feitos nas proximidades do que hoje é o grande ABC.

Muitos nomes estão ligados ao interior, como o irmão Terceiro Antônio Ludovico e o pintor João Pereira da Silva, responsáveis pelo retábulo do altar mor e colaterais, além do altar do Senhor da Pedra Fria.

Muitas mudanças aconteceram até chegar à igreja do Carmo do século XXI que eu fotografei.

A ordem Terceira construiu, derrubou, utilizou e reciclou muitos dos objetos da capela, que viu a Piratininga se tornar a São Paulo de agora.

Suas paredes viram a migração das entradas e bandeiras e nossa corrida por ouro.

A atividade econômica iniciada nesses períodos e que permanece até os dias de hoje.

Suas paredes viram batalhas internas do Brasil; viram guerras externas.

Seu frontispício executado por Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas, viu a capital paulista se tornar a megalópole.

Sua nave, ornamentada com obras de Padre Jesuíno do Monte Carmelo e José Patrício Manso (Nossa Senhora com o Menino e Santa Tereza), testemunham a São Paulo colonial até o agora pandêmico.

O fim do conjunto carmelita e o ponto turístico

As construções originárias do séculos XVI e XVII não existem mais.

Em seu lugar está a Secretaria da Fazenda.

As ordens religiosas foram mudadas para a Bela Vista.

Mas o que restou, ainda guarda um conjunto significativo da arte colonial paulista.

A obra de Frei Jesuíno do Monte Carmelo foi resgatada em 2006 pelo IPHAN.

No forro, pobremente fotografado por mim, 24 beatos e 18 quadros que reconstituem a vida de Santa Teresa.

Hoje a igreja faz parte do roteiro temático Arquitetura pelo Centro Histórico de São Paulo.

E continuará a ver as transformações boas e as ruins da metrópole.

Esperemos que por mais 400 anos.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Flan de micro-ondas: uma sobremesa expressa!


Vai receber uma visitinha e não tem tempo de fazer uma sobremesa elaborada?

A criançada tá enchendo a paciência querendo um doce e não tem nada pronto?

Enfim: alguém precisa de endorfina?

Seus problemas acabaram!

Chegou a receita de flan que leva só 15 minutos pra fazer.

Depois dessa você nunca mais vai parar de preparar.

Ingredientes

Três ovos

400 ml leite condensado

300 ml leite

Caramelo:

100 g de açúcar

Um pouco de água (uns 50 ml)

Preparação

Caramelo:

Em uma panela coloque o açúcar e uma pitadinha de sal.

Quando começar a caramelizar, ponha a água e deixe desmanchar.

Deixe no fogo médio até alcançar o ponto de caramelo.

Despeje uniformemente na forma para micro-ondas com furo.

Lembre-se de passar o caramelo em toda a forma como se fosse untar.

Flan:

Em uma tigela misture os ovos, o leite condensado e o leite.

Bata com um fouet se for preciso para deixar bem misturado.

Coloque esta preparação por cima do caramelo.

Leve ao forno de micro-ondas, na potência máxima por 5 minutos.

Abra a porta e deixe aberta por 30 segundos.

Feche e cozinhe novamente por 3 minutos.

Repita a operação: abra por 30 segundos e cozinhe por mais 3 minutos.

Faça o teste do palito para ver se está pronto.

O palito deverá sair seco.

Se não estiver, cozinhe novamente por 1 minuto e repita o teste até sair seco.

Deixe esfriar completamente antes de desenformar.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Santa Luzia passou por aqui, com seu cavalinho comendo capim


Vou começar este post dedicando a uma amiga muito querida.

Lene, você que faz aniversário hoje me inspirou a escrever sobre Santa Luzia.

A santa protetora dos olhos.

Cujo nome significa: Portadora da Luz!

Assim como a minha amiga, também ela portadora da luz.

Em muitas cidades italianas hoje é dia de festa e de montar o presépio.

A festa abre o período em que a luz do mundo surge como Jesus menino.

Vida, morte e memória de Santa Luzia

Como a vida da maior parte dos santos dos primórdios da igreja, a de Santa Luzia era cercada de mitos.

Até encontrarem um túmulo em Siracusa, na Sicília, que comprovava a tradição oral sobre o martírio e morte.

Hoje, seu corpo está na Igreja de Santa Luzia e São Jeronimo em Veneza, Itália.

A jovem nasceu por volta de 283 D.C. e foi martirizada em 304 D.C., sob o imperador Diocleciano, um dos mais terríveis perseguidores dos cristãos.

A tradição conta que Luzia era de uma família rica e cristã.

Ainda adolescente ficou órfã de pai e sua mãe adoeceu.

Preocupada com o futuro da filha, a mãe a prometeu em casamento a um jovem.

Devota de Santa Águeda, Luzia peregrinou ao túmulo da santa e consegue a graça de curar sua mãe.

Em troca, Luzia se consagra a Deus, rejeitando o casamento para manter a virgindade.

O jovem rejeitado não aceita e denuncia Luzia como cristã.

E assim começa o martírio.

Tentaram prostituí-la, queimá-la, mas nada a atingiu.

Vendo que nada a fazia renunciar, deceparam sua cabeça enquanto ela dizia:

“Adoro a um só Deus, o verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade”.

Em algumas histórias, Luzia teve seus olhos arrancados, e mesmo assim continuaram vendo.

Mas isso não parece ser verdade.

O fato de Santa Luzia ser a padroeira dos olhos tem mais a ver com o significado do seu nome: portadora da luz.

Assim ela é representada, com um prato nas mãos onde repousam um par de olhos.


E também vem acompanhada por seu burrinho, companheiro das peregrinações, símbolo de fidelidade e humildade.

Festa na Itália para a santa que traz presentes

Na Itália e em alguns países escandinavos, ho0je é dia de festança.

Não só porque é dia de montar árvore.

As crianças escrevem cartinhas pra Santa Luzia e deixam pratinhos com grama ou pedacinhos de pão para o burrinho.

Nas casas e escolas, as crianças ouvem as histórias; fazem castiçais para a procissão e se preparam para receber doces e presentinhos.

Em algumas regiões o dia de Santa Luzia é mais comemorado que o Natal pelas crianças.

A festa parece com as quermesses juninas do Brasil e Portugal.

Cheias de barracas de guloseimas e jogos.

E tem a trova do título:


"Santa Luzia passou por aqui, com seu cavalinho comendo capim".

Tem uma pequena prece também.

Reza quem quer.

Eu por mim encerro dizendo para minha amiga Leninha que ela é um presente.

Um presente para a família e para nós, seus amigos.

Santa Luzia trouxe você e “alumiou” nossas vidas.

domingo, 5 de dezembro de 2021

Petit Four Salgado e um domingo cheio!

Estava aqui a pensar em coisas de natal, e como sinto falta da minha mãe.

Nessa época ela já estava tirando a poeira dos enfeites e pensando em festa.

Não estou animada, mas estou me esforçando.

Hoje foi o dia de testar uma receita.

Deu certo!

Aproveitei que tinha um pote de margarina perto da validade e...

Bem vindos petit fours salgadinhos para todas as ocasiões!

Uma ideia para ter quando tiver visitas e quiser algo diferente!

Ingredientes

650 g farinha de trigo peneirada

500 g margarina

Cinco gemas

Uma colher de sobremesa de sal

1/2 colher de sobremesa de fermento em pó

Gema para pincelar

Preparação

Misture todos os ingredientes muito bem.

Queremos uma massa leve e quebradiça.

Quando estiver homogênea, abra a massa com um rolo em superfície enfarinhada.

Corte no formato desejado e ponha nas assadeiras untadas.

Pincele levemente com a gema.

Coloque em cima dos petit fours algum sabor se quiser.

Use a imaginação: pedaços de azeitonas, castanhas, gergelim, tomate seco, aliche...

 Asse em forno bem quente por cerca de cinco minutos ou até dourar.

Cuidado para não queimar.

 


Em tempo: com as claras que restaram, faça suspiros.

Basta bater em ponto de neve as claras com 100 g de açúcar.

Ponha para assar depois dos biscoitos por uns 10 minutos.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Risoto de legumes e cogumelos para um Natal Criativo


Se você vive no mesmo país que eu, sabe que as coisas não estão fáceis.

Este é um final de ano em que precisaremos ser mais criativos que jamais fomos.

Precisamos trocar os pratos tradicionais por outros mais simples.

Nas “vacas magras” minha mãe sempre fazia um frango frito... quando dava.

Por outro lado podemos pensar em amigos e familiares vegetarianos e fazer algo muito delicioso!

Essa é uma receita saborosa, com arroz cremoso, cogumelos e legumes.

Dá para quatro porções, portanto, aumente se for servir mais pessoas.

Ingredientes

Para o arroz

200 g de arroz (para risoto)

1/2 cebola bem picadinha

Um dente de alho picado

Sal e pimenta

Um cubo de caldo de legumes

100 ml de vinho branco (ou vermute)

200 g de vegetais congelados (ervilhas, cenouras etc.)

Uma col. de sopa de manteiga

100 g de queijo parmesão ralado

Para os cogumelos

200 g de cogumelos Paris frescos

Um dente de alho

Tomilho

Salsa

Uma col. de sobremesa de colorau

Suco de 1/2 limão

Sal


Preparação

Arranje tudo. Pique a cebola, o alho, fatie os cogumelos e separe os vegetais congelados.

Aqueça um litro de água e dissolva o caldo de legumes.

Numa panela coloque o azeite e refogue a cebola, depois o alho, e, finalmente, os vegetais.

Misture durante uns 2 minutos até ficarem macios e nessa altura junte o arroz.

Mexa bem para não grudar! Mexa durante cerca de 1 minuto e adicione o vinho enquanto mexe.

Quando o vinho tiver incorporado no arroz, acrescente um pouco de pimenta e sal e a 1ª concha de caldo.

Misture e tampe, abaixando o fogo.

Durante os próximos 15 minutos vá adicionando colheradas do caldo, mexendo para não grudar e tampando a panela.

Cogumelos à parte

Eu gosto de deixar os cogumelos prontos antes de fazer o arroz.

Em uma caçarola aqueça bem o azeite e misture os cogumelos e o tomilho.

Mexa bem para não grudar.

Aos poucos os cogumelos começam a soltar água.

Uns 2 minutos depois adicione o alho picado e a salsa.

Misture e ponha uma pitada de sal, o colorau e o sumo de limão e tire do fogo.

Quando o arroz estiver pronto adicione a mistura dos cogumelos e incorpore lentamente.

Retire do fogo e junte a manteiga e o queijo.

Mexa bem e ponha novamente no fogo até a manteiga derreter.

Prontinho para servir.

Pode polvilhar queijo, cebolinha picada, ao gosto do freguês.



Feliz Natal!

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Bolinhas de cenoura e coco um doce de dieta!

 Eu poderia chamar esse docinho de “engana criança”, já que vai fazer a molecada pensar em festinha de aniversário.

Parecem beijinhos de coco, mas têm como ingrediente principal as cenouras deliciosas e saudáveis.

Como não vai leite condensado, você pode trocar o açúcar por adoçante culinário e terá o mesmo resultado.

O principal é comer um docinho que vai matar a vontade de festa de aniversário comendo uma guloseima saudável.

Ingredientes

150 g de cenoura cozida, escorrida e passada em purê

130 g de coco ralado

130 g de açúcar (uma colher se sopa rasa se for adoçante culinário)

 

Preparação

Misture todos os ingredientes de forma homogênea.

Leve à geladeira de um dia para o outro para endurecer.

Se ainda estiver muito macio e difícil de enrolar as bolinhas, ponha mais coco.

Faça as bolinhas e passe por coco ralado ou açúcar cristal.

Se quiser dar um ar festivo ponha em forminhas de papel e servir.


domingo, 21 de novembro de 2021

Será mesmo que somos vasculhados?


Cá estou eu novamente avaliando os algoritmos que dizem o que eu quero, penso ou faço.

Parece bobagem, já que todos dizem que estamos sendo analisados a cada segundo.

Então... Ou eu sou inanalisável ou os programas são escritos por rematados idiotas.

Senão vejamos:

Quem tem um celular android já viu as notícias enviadas pelo Google segundo seus interesses.

Pelo menos é o que deveria acontecer, só que não...

Toda hora vejo previsões do tempo de todos os locais, menos de onde eu vivo e estou.

Aí você vai ocultar e dizer que aquilo não interessa.

Eles perguntam o motivo e dão múltiplas escolhas, mas nenhuma se adequa à realidade:

“NÃO QUERO SABER DO CLIMA EM CABROBÓ DO NORTE”

Sério, as palavras destacadas nunca são adequadas a nada.

Antes que alguém pergunte, eu tenho uma lista de preferências salvas, mas nunca são levadas em consideração.


São como os processos dos sites de busca de emprego.

Você cadastra um currículo e o site deveria levar em conta, os cargos que você busca; experiência; habilidades etc.

Porque eu, aos 60 anos, com formação em comunicação social, estaria à busca de uma vaga de operador de empilhadeira?

Nunca trabalhei nem perto disso.

O que me leva a pensar sobre este blog e se há mesmo alguma maneira de atração nele.

A própria plataforma me diz se está ok ou não o texto.

Se as frases e palavras são adequadas... Mas, de acordo com o que ou quem?


Tenho um texto que eu brinco sempre, uma receita de panquecas americanas.

Já troquei a palavra-chave umas 30 vezes, mas o algoritmo continua a dizer que não é boa.

Quero só ver o que me vai dizer deste texto vazio.

Eu, por mim, continuarei a dizer para buscarem algo mais interessante no blog.

Sério! São mais de mil conteúdos. Tem que haver algo de interesse.

Dá uma busca e não deixe de clicar.

 

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Lima Barreto, o meu herói literário

 


Estamos na semana em que a República foi proclamada e a Consciência Negra deveria ser celebrada, mesmo que não tenhamos motivos para comemorar nem um nem outro.

Tinha várias postagens que ficarão pra depois, Lima Barreto é mais importante pra mim.

Por quê? Por ele ser um escritor que merece todas as honrarias.

Retratou não apenas seu tempo, porque as desigualdades que permanecem.

A exclusão, o preconceito, a violência causada pela cor de sua pele, tudo continua.

Em 2022 (dia 1º de novembro) fará 100 anos da morte deste jornalista e escritor afrodescendente.

Afonso Henriques de Lima Barreto, mais conhecido como Lima Barreto, foi o escritor pré-modernista mais relevante do país.

Publicou romances, sátiras, contos, crônicas e uma vasta obra jornalística em periódicos, revistas populares ilustradas e jornais anarquistas do início do século XX.

Nasceu no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881, sete anos antes da abolição da escravidão.


Negro e de origem pobre, começou a sua educação em casa, com a mãe, professora.

Era bisneto apenas de uma escrava traficada da África.

Não por suas próprias origens e nem pelos dissabores de viver sem mãe, que morreu quando ainda era menino.

Também teve de parar os estudos para ajudar a pagar as contas.

Ou pelo pai que tinha problemas psicológicos.

Talvez por tudo isso e muito mais, Lima Barreto produzia crônicas de costumes do Rio de Janeiro.

Retratou com fidelidade o preconceito racial e as injustiças sociais do Brasil.

Sua voz crítica ainda ecoa na nossa República, que não deixou de ser uma “Bruzundanga”.

Essa, aliás, é uma obra que destaco em meio a tantos alertas de Lima Barreto.

O "bota abaixo" e o “higienismo”

No Rio de Janeiro do início da República um dos fatos mais marcantes foi o fim da escravidão.

E como um problema que era, destacamos a falta eterna de capacidade de resolver qualquer questão.

Os negros foram jogados em um novo “navio negreiro”, sem poder voltar para a terra de onde foram arrancados.

Tampouco podiam viver na terra que construíram com seu sangue, porque na mente da maioria, eles ainda eram coisas.

Moravam onde podiam, e não apenas no Rio. Cortiços insalubres se multiplicavam.

Assim como os sem teto de hoje, sinônimos de atraso diante de uma modernidade que só alguns têm direito.

Nos tempos em que Lima Barreto começou a escrever suas obras, um serviço higienista executado pelo prefeito Pereira Passos deixou uma dívida de 8 milhões de libras esterlinas e colocou abaixo as velhas casas da capital federal.

Lima criou uma fictícia República dos Estados Unidos da Bruzundanga e disse que de ”uma hora para a outra, a antiga cidade desapareceu e outra surgiu como se fosse obtida por uma mutação de teatro. Havia mesmo na coisa muito de cenografia”.


Para ele a capital se dividiu entre uma parte europeia e outra indígena.

Nesta porção da cidade, viviam os negros, os nordestinos, os imigrantes latinos, enfim, gente pobre de todo o país.

A questão era esconder debaixo do tapete o desleixo dos privilegiados que nunca pensam que estão roubando mais e mais dos despossuídos.

O dano colateral da expulsão da classe trabalhadora de suas habitações foi a ocupação dos morros, mais próximos dos seus locais de labuta.

Assim as favelas passaram a fazer parte da paisagem urbana carioca, e só cresceram a cada exclusão.

Assim como os sem teto do centro de São Paulo e tantas outras cidades.

O que diria Lima Barreto vendo este país em chagas?

Vendo cada vez mais desigualdades? Pessoas catando lixo para comer?

Talvez tivesse vergonha, como eu tenho.

Não vergonha de que o “mundo” veja como somos atrasados.

Mas vergonha de ainda termos os mesmos problemas do início da República e piorados.

Para Lima, assim como para mim, não existe progresso se não houver inclusão e respeito.

As demolições e desapropriações criaram os desabrigados sem condições de arcar com os impostos e aluguéis.

Mais uma vez quem produzia não tinha o direito de adquirir o produto.

Esta é a vergonha meu povo.

Não ter nem o direito de se sustentar.

Acho que Lima Barreto diria agora que cansamos de apenas “sobreviver”, e que queremos “viver”.

A crise de moradia de 1905 só piorou.

Juntou-se a isso uma crise humanitária sem precedentes.

Fome, desemprego, doença, morte. Apocalipse?

Todos os dias é o apocalipse pra alguém.

Eu não chego aos pés de Lima Barreto, que nunca entrou na Academia de Letras.

Era anárquico demais para chá com fardão.  

Peço neste mês de Consciência Negra que não apenas se lembrem de Lima Barreto.

Transgridam esse governo genocida e conheçam sua obra.

Talvez a gente para de tentar higienizar e comece a resolver problemas.

 

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Vidas negras importam e as irmandades centenárias mostram isso


Não quero me aproveitar de novembro ser o mês da Consciência Negra para levantar lutas e heróis. Mas eu o farei. Por quê?

Por causa de gente que ainda não entendeu que toda a exclusão causou um mal que não será curado tão cedo.

Precisamos voltar a lutar.

Não é mais possível aguentar as mentes medíocres que falam demais por não ter nada a dizer.

E hoje usarei as centenárias irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos para lutar.

Essas irmandades foram meios de união diante da opressão e da indignidade da escravidão.

A escravidão que ainda existe

Vamos começar com alguns fatos.

Os portugueses invadiram as terras indígenas em 1500 e desde então escravizaram indígenas e africanos.

Por conta de intervenções jesuítas os indígenas foram meio que deixados de lado.


Criou-se o mito de que eram indolentes. Não são. Nunca foram.

Vamos trazer africanos, disseram os invasores!

E não “trouxemos”. Sequestramos, escravizamos e tratamos gente como se fosse mercadoria.

E isso durou até 1888. Lei Áurea, vocês lembram?

388 anos de servidão que foi terminada com uma canetada burocrática.

Muitos pensam nos “pobrezinhos dos senhores”, que tiveram que começar a pagar funcionários pra lavoura etc.

Mas ninguém pensou nas vítimas verdadeiras, que continuam a ser tratadas como coisas ainda hoje.

Da exclusão nasce a ordem do Rosário dos Pretos

Os africanos trouxeram toda uma cultura e religiosidade da África.

Comidas, danças, práticas religiões, tudo proibido pelo sinhô e a sinhá.

Escravos fizeram de tudo para manter alguma unidade.

Inclusive sincretizar seus orixás com santos católicos.

Mas, muitos se tornaram católicos procurando uma aceitação.

Foi assim que nasceram as Irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.

Os negros não podiam frequentar as mesmas igrejas dos senhores e criaram as suas próprias.

A irmandade de Nossa Senhora do Rosário no Brasil

A primeira Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, berço da irmandade, foi a de Olinda, em Pernambuco.

Ela foi fundada no final do século XVI e sua construção terminou no início do século XVII.

 E de lá as irmandades se multiplicaram no país, além das que relacionei abaixo.

1654 – Recife, PE

Meados do século XVII - Rio de Janeiro, RJ

1682 – Belém, PA

1685 – Salvador, BA

1708 - São João Del Rei, MG

1721 - São Paulo, SP


E é sobre esta última que quero falar um pouco mais.

A irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São Paulo completou 300 anos em 2021.

Ela ainda é o ponto de encontro e resistência do povo que formou esta nação.

A Irmandade paulistana sofreu ao ver sua primeira igreja, na Praça Antônio Prado, construída em 1725 com a arrecadação de doações e esforço dos malungos (irmãos), ser demolida para dar lugar a projetos de urbanização da Província.

Os negros mantiveram algum patrimônio ao redor dessa igreja.

Casas simples serviram para atividades religiosas, acolhimento dos alforriados e a administração da Irmandade, composta de diretoria e mesários.

Hoje a igreja está localizada no largo do Paissandu (aberta em 1906), mas mantém seu calendário com procissões, novenas e rezas do terço.

Para os negros, o objetivo da irmandade era ter um local onde poderiam cultuar livremente.

Era também o local de apoio para um povo que veio à força para esta terra, construída sobre o sangue deles, e sempre excluídos.

A reza, feita com rosários de contas de “Lágrimas de Nossa Senhora”, aliviava os sofrimentos infligidos pelos brancos.

Com seus três séculos de existência, a Irmandade do Rosário dos Homens Pretos é uma referência para movimentos de consciência negra.

Ela apresenta uma tradição religiosa que remonta aos tempos dos primeiros

escravos.

Hoje, esse estilo colonial permanece nas dependências da igreja que, por ser capela, está sob a jurisdição da paróquia de Santa Ifigênia.

No subsolo fica a mesa administrativa, onde os irmãos se encontram para a missa de domingo; confraternização e a distribuição mensal de cestas básicas.

No local há um acervo de pinturas, ilustrações, fotografias, imagens e documentos que trazem à lembrança os primeiros irmãos.

Todo ano há eleição para a diretoria da Irmandade, que exerce as atividades administrativas e pastorais da comunidade.

Também são escolhidos por voto os “festeiros”, o rei e a rainha, que auxiliam a diretoria na organização das festas de Nossa Senhora do Rosário (Outubro) e São Benedito (Março).


No primeiro domingo de outubro, festa do Rosário, a igreja tem missa solene, coroação de Nossa Senhora, almoço para a comunidade e irmandades de São Paulo, Santos e Rio de Janeiro.

O povo sai em procissão pelas ruas do centro, cantando; as crianças vestem-se de anjos; os irmãos e irmãs carregam os andores dos santos; o rei e a rainha as coroas, lembrança dos reisados e congadas.

Mesmo não sendo mais dançadas conforme os costumes, a irmandade resiste.

De apoio dos irmãos escravizados a apoio dos irmãos segregados, a Irmandade resiste.

Há 300 anos, e com a benção de São Benedito e de Nossa Senhora do Rosário.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Torta de finados

 


O nome não é atraente, mas fiz essa torta hoje (dia de finados), com várias coisas que estavam estorvando na geladeira.

Como sou uma reaproveitadora de sobras e tudo o mais...

Abracadabra! Torta de liquidificador!

Vou dar a massa básica e o recheio que eu fiz, mas isso varia de acordo com o que se tem de sobras na geladeira.

Ingredientes

Para a massa

Uma xícara de óleo

Dois ovos

300 ml de leite

Duas colheres de sopa de maisena

Uma xícara de farinha de trigo (mais ou menos)

Uma colher de fermento em pó

Uma pitada de sal

Para o recheio

Uma coxa com sobrecoxa assada cortada em pedacinhos pequenos

Meia xicara de azeitonas picadas

Meia xícara de vegetais congelados (cenoura, vagem, ervilhas)

Uma embalagem de 200 g de milho

Um alho amassado

Uma colher de sopa de molho barbecue (se preferir use catchup)

Uma colher de sopa de mostarda

Uma colher de sobremesa de maisena diluída em 150 ml de leite

Preparo

O recheio deve ser preparado antes para deixar esfriar.

Ponha todos os ingredientes na panela para dar uma refogada.

Misture o leite com maisena e mexa para engrossar.

Desligue e reserve.

Coloque os ingredientes da massa em um liquidificador e bata por uns 5 a 10 minutos.

Reserve.

Quando o recheio estiver frio, misture com a massa em uma tigela para ter recheio em toda a torta.

Despeje em uma assadeira de 30 cm redonda untada e enfarinhada.

Leve ao forno aquecido por cerca de 30 minutos, mas faça o teste do palito aos 25.

Se o seu forno estiver desregulado como o meu, a torta assa antes.

 

 

 

 

sábado, 30 de outubro de 2021

Sei lá sobre o que eu falo


Hoje acordei a pensar sobre algum assunto para o blog.

Tenho muitos na minha pasta, mas nenhum me atrai agora.

Não quero escrever sobre a dieta da moda, mesmo que todos estejam precisando.

Tampouco estou com vontade de cozinhar.

Nem de passar receitas ou dicas de plantio e meio ambiente.

E porque estou com esse vazio?

Talvez a sensação de não comunicar nada a ninguém.

Este blog era para ser um local de reflexão e aprendizado, mas não.

Eu tenho a impressão de falar vazio ou de não conseguir atingir seres pensantes.

É claro que sei que isso não é verdade.

Apenas a sensação.

Quando vejo pessoas compartilhando frases feitas...

Especialmente aquelas mais idiotas...

Citações que são racistas, misóginas, sexistas... Sei lá!

Frases que a pessoa repete sem pensar se aquilo está certo.

Penso em como falhamos como humanidade.

Eu devo ter falado durante a minha vida centenas de coisas que ofenderam a alguém.

Com essas pessoas me desculpo. Nunca pretendi ser preconceituosa.

Sempre acreditei que estamos no mundo para evoluir, mas não vejo a evolução.

Ainda vejo gente comendo lixo, e debochados achando engraçado eles ainda terem lixo para comer.

Mulheres, crianças e idosos tratados como coisas diante da maioria indiferente.

E pessoas que pagamos para administrar fazendo de conta que isso é só política.

Não seus tolos! Não é só política: é CARÁTER.

Nos tornamos um monte de nazifascistas diante de um campo de concentração a céu aberto.

Somos mesmo a geração que acredita que ter um leilão de 5G é mais importante do que matar a fome de um povo?

Sim, o maior programa inclusivo deste mundo terminou. Sem bolsa família mais alguns milhões de famintos voltarão a existir.

Sem bolsa família a máfia voltará a ter mais dinheiro público para roubar. E matar.

E seguimos destruindo tudo o que poderia ajudar este país a ser uma nação.

Mas essas pessoas preconceituosas devem estar certas.

O que importa é se ajoelhar diante dos poderosos e garantir “o seu”.

E os famintos, desesperançados, doentes e sem casa que se danem.

Problema deles.

Mais legal é colocar uma frase que lemos e veio ao encontro da nossa própria mediocridade.

Muito mais legal é continuar não lutando por nada e engolindo tudo.

Um conselho: não me leiam e nem me entendam.

Se eu estivesse certa eu seria bem-sucedida financeiramente.

Porque parece que só isso importa.

É mais um texto que não vai dizer nada a ninguém.

Sei lá.

 

 

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Tebas: Um herói da superação


Nem comecei a escrever sobre essa personagem e já me sinto perdida.

Porque há quem diga que ele é uma lenda urbana, mas sei que não.

Há quem diga que ele é branco, afinal, como um negro teria tanto talento?

Por favor, não me venham dizer que não é racismo afirmar essas coisas.

A verdade é que vira e mexe as elites emasculadas fazem qualquer coisa para apagar da história pessoas e fatos.

Especialmente um negro que ganhou sua alforria graças à própria genialidade.



Tebas, o arquiteto escravo existiu.

Viveu; respirou; criou e procriou. Foi pai de obras e de filhos.

Foi marido e um trabalhador talentoso e dedicado.

Suas obras, as que não foram destruídas, persistem nas igrejas mais antigas do centro velho de São Paulo.

O Arquiteto Tebas pode ser visto na igreja da Ordem Terceira do Carmo; no frontão do conjunto arquitetônico do Largo de São Francisco; em partes do Mosteiro de São Bento e, dizem, em alguns canos enterrados entre o Anhangabaú e a Sé.


Os canos, que abasteciam o chafariz da Misericórdia, no largo de mesmo nome, foram talvez o primeiro sistema de fornecimento de água na região central.

Seu nome era Joaquim Pinto de Oliveira. Seu apelido (Tebas) era uma expressão idiomática.

Era como dizer que o cara sabia fazer de tudo. E Tebas sabia.

Durante minhas pesquisas eu vi de tudo, até mesmo uma maneira de dizer que o Tebas apenas trouxe um aprendizado inerente aos africanos e indígenas.

Pode até ser, mas isso não pode diminuir um gênio.

Com livros lançados e homenagens feitas até pelo Google, as informações sobre a vida e obra têm aparecido todos os dias.

No livro “Tebas – Um Negro Arquiteto na São Paulo Escravocrata”, organizado por Abílio Ferreira (org.), Carlos Gutierrez Cerqueira, Emma Young, Ramatis Jacino, Maurílio Chiaretti, lançado em comemoração aos 300 anos do arquiteto escravo, descobrimos que Joaquim nasceu em 1721, em Santos, litoral sul de São Paulo.

Escravizado pelo português Bento de Oliveira Lima, célebre mestre de obras da região, o artesão cresceu em área com abundância em pedras e recebeu influências metropolitanas, como o barroco, que influenciou Aleijadinho, em Minas Gerais, Tebas em São Paulo e outros grandes nomes do barroco paulista. Tornou-se entalhador.


Um gênio em vida e morte

Bento Lima, que era mestre de obras, percebeu que seu escravo seria rentável em uma cidade como São Paulo, que começava a crescer e receber obras pagas pelas ordens religiosas.

Surgiu o Tebas construtor, que ergueu a torre da antiga Sé, terminada em 1778, quando recebe a alforria, concedida pelo arcebispo.

Tebas continuaria no oficio até sua morte, em 1811, aos 90 anos. O mestre arquiteto, entalhador foi vítima de gangrena, provavelmente causada por acidente de trabalho.

Seu velório e sepultamento foi realizado na Igreja de São Gonçalo (aqui), onde eram enterrados os “mulatos importantes” da época.

Muita água rolou até esse tricentenário do arquiteto escravizado. E não do Chafariz da misericórdia, desmontado em 1886.

Como eu disse no princípio, tentaram apaga-lo dizendo que era uma lenda.

O gênio negro

Mas, assim como tento fazer agora, muitos querem a verdade.

E a verdade é que, mesmo que algumas de suas obras não existam mais, ele está aqui.

Por sorte, cada vez que algum pesquisador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) colocava um tombamento em análise, apareciam documentos que gritavam: “Ele Existe!”.

Foi assim no caso da igreja do Carmo, cuja obra iniciou em 1632 e cuja única parte restante da Ordem dos Carmelitas, é a igreja terminada por Tebas, sob contrato assinado entre o arquiteto e os frades.

Em todas as buscas feitas, que provaram muitas obras saídas do gênio de Tebas, as fachadas do Carmo e de São Francisco ainda permanecem em pé.

Os documentos encontrados mostram um humano que tinha esposa e filhas; que tinha um endereço; que era brilhante em seu trabalho.

E que nem todo o racismo deste país poderá apagar da história, nunca mais.


Obs. O pdf do livro mencionado pode ser baixado neste link aqui

(fontes: IPHAN; O Estado de São Paulo/Arquivos; Tebas, um arquiteto negro na São Paulo Escravocrata; Arte Fora do Museu)

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