Vou aproveitar meu espaço e comemorar os centenários
importantes dos próximos dias.
Começando com a Semana de Arte Moderna de 1922, cujo
centenário começa domingo, dia 13 de fevereiro, e termina dia 17.
Há pessoas que não acharão isso importante.
Estamos no Brasil, onde biblioteca, sala de concerto e
museus são depreciados.
Tem gente que fala com orgulho que nunca foi a nenhum desses
lugares.
E nós sabemos aonde isso chegou.
Precisamos reverter esse
quadro urgentemente!
Não quero falar muito aqui da semana em si, mas direi que
foi um marco na cultura brasileira.
Quebrou estruturas engessadas e influenciou diversos
movimentos depois que aconteceu.
Como redatora, eu chamo a atenção para a literatura, que
mandou lenha na escola parnasiana.
Para quem não sabe os parnasianos valorizavam a forma e a
linguagem culta, de versos perfeitos.
Os modernistas estavam cansados de rimar amor com flor.
Eles queriam novas estruturas em todos os pontos da arte.
Mostrar que se fazia algo
diferente e muito belo sem seguir uma regra.
Como eu, agora, estou cansada de escrever levando em conta
os malditos SEO e copywriting.
Esses dois monstrinhos engessantes que se prendem a títulos
chamativos e textos mal escritos que não dizem nada.
Tento muito fazer algo mais consistente e pago o preço.
Atualmente as pessoas pensam que sabem de algo.
Não têm ideia de quanto é cansativo ouvir os chavões de
sempre.
Eu lamento, porque as pessoas não percebem a importância da
arte em tudo.
Não se trata de fazer boa música, ou pintar e esculpir de
modo inovador.
Trata-se de fazer algo inovador.
De usar a imaginação, de ser criativo na hora de fazer tudo!
Curiosidades Sobre A Semana De Arte Moderna de 1922
Para quem não sabe, as críticas de Monteiro Lobato à mostra
de Anita Malfatti em 1917 deram motivos para artistas de todas as vertentes se
unissem e realizassem a Semana de Arte Moderna de 1922.
Essa mostra é aclamada como Primeira Mostra Modernista e foi
influenciada pelos Movimentos Cubista, Futurista e Expressionista.
A desaprovação de Monteiro Lobato, com o título “Paranoia ou
mistificação?”, chama os modernistas “cérebros transtornados por psicoses”.
O escritor dizia que “todas as artes são regidas por
princípios imutáveis”.
Não quero comparar, mas parecem os nazis falando de “arte
degenerada”.
Afinal se os princípios fossem imutáveis nunca iríamos à
parte alguma...
Curiosamente, Tarsila do Amaral, chamada de primeira-dama do
modernismo não participou da Semana, pois estava estudando na Europa.
Seu quadro “Abaporu” é até hoje usado como símbolo do
modernismo nas artes.
Semana de Arte Moderna de
1922
Concebida por Oswald de Andrade (Manifesto Antropofágico) e
Mario de Andrade (Macunaíma), a semana desconstruiu estruturas arcaicas da
literatura.
O catálogo do evento foi criado pelo pintor Di Cavalcanti.
A Semana de 22, que aconteceu no Theatro Municipal de São
Paulo.
Ela representou a segunda “independência” do País, mas na
esfera das artes.
Participaram da Semana:
Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Yan de Almeida Prado, na
Pintura e no Desenho;
Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm
Haarberg, na Escultura;
Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, na Arquitetura;
Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Sérgio
Milliet, Plínio Salgado, na Literatura;
Villa-Lobos e Guiomar Novais, na Música.
Modernismo: Vá, veja, ouça
O Modernismo Brasileiro se caracterizou por buscar criar uma
Arte genuinamente nacional e por romper com o Academicismo, leia-se,
Parnasianismo.
Apesar da resistência inicial, a Semana de Arte Moderna de
1922, quebrou padrões e, assim, influenciou a cultura brasileira.
As comemorações dos 100 anos acontecerão em diversos locais
e até na TV tem programação especial.
Na Pinacoteca do Estado a mostra ‘Modernismo. Destaques do
acervo’ reúne 134 trabalhos de artistas ligados à Semana de Arte Moderna e ficará
em cartaz de 22 de janeiro até 31 de dezembro no prédio da Luz. (Praça da Luz
2, São Paulo, SP).
A Pinacoteca de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura
e Economia Criativa do Estado de São Paulo, celebra os 100 anos da Semana de
Arte Moderna com a mostra Modernismo. Destaques do acervo. Exposição ficará em
cartaz até 31 de dezembro de 2022 no edifício Luz.
O público poderá conferir também Antropofagia, Tarsila do Amaral; Autorretrato,
Victor Brecheret; Bananal, Lasar Segall;
Casal na Varanda, Cícero Dias; Dois Irmãos, Ismael Nery; Portadora de Perfume,
de Victor Brecheret, entre outros.
Já a TV Cultura estreia nesta sexta (11/2) uma série de
minidocumentários de dois minutos e meio sobre a Semana de Arte Moderna, que
serão inseridos durante a programação.