terça-feira, 30 de março de 2021

Desânimo total


O que vai ter de gente falando pelas tripas do judas que eu só reclamo, não vai ser fácil, mas preciso desabafar antes de enlouquecer e isso que está no meu peito vai me deixar pior se eu não botar para fora.

São muitos milhares de mortos no meu país, e mesmo com uma lista telefônica diária de falecidos, ainda ouço idiotas que não sabem escrever duas palavras sem errar três frases como: “Agora só morre de covid”. E dá vontade de gritar muito com essas pessoas, porque a burrice delas me enoja. Porque o achismo delas me cansa mais do que andar de máscara no meio desse calor do inferno.

São muitos milhares de mortos no meu país. Muitos médicos, enfermeiros e coveiros cansados de tanto trabalhar, e ainda temos os idiotas dizendo: “mas e se a gente falir”? E eu tenho vontade de gritar que se todos morrerem, isso não importa, porque não vai ter nada pra comprar, vender e dinheiro não vai valer nada mesmo.

No meio de uma pandemia, que caso vocês não saibam o significado é “epidemia mundial”, vemos muitos lutando por coisas importantes, como alimentação e saúde para a maioria. Enquanto isso, no meu país, que é o com maior número de mortes per capita, você vê serviços essenciais aumentando seus preços abusivamente, enquanto as pessoas nem têm mais trabalho para ganhar dinheiro e pagar.

Vemos o pão valendo 1 real e a pessoa te oferecendo 2 reais para fazer um trabalho que custa pelo menos 10. Essa conta fecha? Acho que não.

Mas, em meio a uma crise sanitária, humanitária, social, econômica, temos uns loucos que apostam em um golpe, que já foi dado há anos, mas que ninguém quer reconhecer a participação, porque isso seria a grande tragédia de reconhecer o próprio erro. E nesse momento eu pergunto: vocês realmente acreditam que reconhecer seus erros vai tirar algum poder de vocês? Acreditam que massacrar pessoas que já não têm nada dá a vocês algum tipo de suporte?

Vou responder com uma frase que usei na campanha de Itaquá em 2012: “vocês, moscas, terão o poder sobre esse monte de estrume”. Porque é isso que esse país virou. E a gente continua se virando.

Meu desânimo total vem do fato de que não consigo fechar os olhos para tudo o que acontece à minha volta. A violência não está só nas redes sociais, nos jornais, na TV. Está no meio de nós. Ontem tirei uma foto de um caminhão parado em frente ao ponto de ônibus, embaixo de uma placa com um enorme E cortado por um X, o que significa que ele não deveria nem parar ali, quanto mais estacionar.

O que eu queria quando fotografei? Que o distinto se mancasse e saísse daquele local, onde, aliás, havia duas pessoas aguardando o ônibus.

O que eu ganhei? Um motorista enlouquecido me ameaçando aos gritos e ninguém fazendo nada. Ah sim! Tinha mais gente ali vendo a cena.

E aquele pequeno microcosmo me deu a noção do macrocosmo. Ninguém liga se não for consigo. E nem sei se liga, já que deve sempre ter alguém que teve morte violenta na família. É isso que chamam de humanidade? Se é, em algum lugar o caminho desviou. E mesmo que muitos tenham me aconselhado a relevar, a não denunciar (o que eu ainda não decidi), estou cansada de me calar e continuar vivendo e respirando como se nada tivesse acontecido.


No primeiro semestre de 2020, 648 mulheres foram mortas no Brasil por motivos ligados a gênero. Estou ouvindo as pessoas perguntando: “só isso”? E vou responder: Que número é “confortável” pra vocês?

Eu fui ameaçada ontem. Minha irmã morreu há 38 anos assassinada pelo ex-namorado. Quantas mulheres foram mortas ou ameaçadas sem que ninguém levantasse um dedo em defesa delas?

Estou desanimada e sufocada, mas garanto que não é a máscara. Não sei direito o que é. Talvez saber que há milhares de pessoas sem emprego, sem casa, sem ter o que comer, sendo ameaçadas todos os dias e não só no Brasil. Nesse momento, eu quero perguntar aos gênios que gostam de vomitar seus comentários sem noção: se não conseguimos resolver nem um problema que vocês acham pequeno, o que dirá dos problemas grandes?

E me sinto mais desanimada, porque não vejo alguém nem mesmo tentar. E por favor, não me venham com a conversa de que a gente precisa “engolir sapos”, porque vocês não são os únicos a fazer isso.

sábado, 27 de março de 2021

Carbonara de berinjela, uma receita vegetariana para a Semana Santa


Aqui está uma outra versão para a carbonara onde substituímos a carne moída por proteína de soja, e acrescentamos a berinjela para dar um sabor a mais. Essa é uma forma bem saudável de passar a semana Santa sem carne. E sabe o melhor? Você pode substituir por outros legumes, como cenoura ralada, abobrinha, brócolis, o que você gostar mais.

E é tão fácil e delicioso que você vai adorar!!!!

Ingredientes

300 g espaguete

2 dentes de alho

1 cebola

1 berinjela

1/2 pimentão vermelho

100 g de proteína de soja (versão moída)

200 ml creme de leite

Sal, pimenta e azeite

Preparação

Primeiramente, hidrate a proteína de soja em um pouco de água.

Pique o alho, a cebola e o pimentão e refogue-os com azeite no fogo médio.

Acrescente a berinjela cortada em cubos. Tempere com sal e pimenta. Deixe cozinhar cerca de 15 minutos (verifique se está cozida).

Acrescente a proteína e cozinhe ainda por mais 10 min. Por último acrescente o creme de leite e deixe no fogo baixo por 5 minutos. Se precisar, conserte o tempero. Reserve.

Cozinhe o espaguete durante 10 minutos (conforme indicação da embalagem), escorra e sirva com o molho por cima, finalizando com salsa picada e um fio de azeite.

Sugestão: Se preferir, use massa sem glúten ou massa integral. O creme de leite pode ser também o sem lactose. Uma receita boa para todos e não só na Semana Santa!

terça-feira, 23 de março de 2021

Passear por São Paulo é voltar ao passado


Mesmo que a cidade seja muito cosmopolita, São Paulo tem em si tantas histórias que mais parece uma máquina do tempo. Passado, presente e futuro se juntam em suas ruas, das quais sinto grande falta, especialmente depois de mais de um ano sem poder visitar para meus pobres estudos.

Tinha planos de fotografar a Igreja do Rosário dos Pretos no Paissandu, para um post mais elaborado do blog, assim como a Igreja do Carmo e outras construções centenárias da capital paulista.

Minha saída durante a pandemia foi reler alguns livros (muito antigos!) que garimpei nos sebos do centro velho, especialmente o sebo do Messias, que frequentava com meu pai no começo dos anos 1970. Saudades do meu pai e do sebo. Mas, vamos à sugestão de livros.

O primeiro é “São Paulo dos meus amores”, de Afonso Schmidt, publicado pelo Clube do Livro de São Paulo em janeiro de 1954, para comemorar o 4º centenário de fundação da vila de São Paulo de Piratininga.

Nele, o autor, poeticamente, faz uma construção da epopeia da cidade, começando por falar do rio que mais a define, o Tietê, antes chamado de Anhembi. Depois vêm as histórias bonitas e tristes, porque a cidade vive e a vida da cidade são as pessoas que nasceram, cresceram e fizeram a história, construíram, trabalharam. E essas histórias muitas vezes não eram belas como contos de fadas. Porque a vida de ninguém é.

Em um trecho do capítulo “São Paulo que desaparece”, o autor fala sobre o Largo da Cadeia, atual praça João Mendes, e sobre as visitas de “São Jorge” ao local (a força pública se aquartelava ali). Diz a lenda que um certo ano, o santo caiu do cavalo e sua lança feriu as costas de um soldado. Dizem que teve até julgamento e cadeia, mas o autor não comprova.


E desse trecho vou ao segundo livro, cuja história se aprofunda no Largo da Cadeia, especialmente na história do soldado Chaguinhas e a sua morte no Largo da Forca, atual praça da Liberdade. O livro, “Santa Cruz dos Enforcados” (1937), de Nuto Sant’Anna, narra a história das revoltas dos soldados, que não estavam recebendo por seu trabalho e cujas famílias passavam grandes necessidades. Os revoltosos, entre eles o Chaguinhas (Francisco José das Chagas) foi preso e o personagem em questão ia ser enforcado quando a corda se rompeu. O suplício continuou até que foi morto por outros meios. Era 1821, um ano antes da Independência.

No local uma cruz foi erguida no local da forca para apontar a injustiça que só parece acometer os despossuídos. Depois disso, veio a capela de Santa Cruz das Almas dos Enforcados, construída a partir de 1887 e ainda hoje está lá. O lugar onde as velas nunca se apagam. Descendo a rua, chega-se ao Beco dos Aflitos, onde a Capela dos Aflitos conta as histórias que restaram dos desvalidos antes enterrados no local.


É uma história triste, entre tantas, mas que ainda estão ali, junto com os fantasmas de quem construiu a cidade, que voltarei a visitar, se Deus quiser! Por enquanto só nas páginas dos meus livros...


sábado, 20 de março de 2021

Biscoito de amendoim sem açúcar


Quer um biscoito gostoso e saudável para o seu café da manhã ou lanchinho da tarde?

Pois é. Essa é uma receita para quem tem dieta de restrição de açúcar, mas está cansado de ingerir adoçante culinário.

Esse é um biscoito com poucos ingredientes que não leva açúcar, pois o que adoça é a maçã, e não tem farinha de trigo ou açúcar refinado. Também é o tipo de receita que até as crianças podem fazer.

Ingredientes

100 g de manteiga de amendoins (Receita aqui!)

70 g de aveia em flocos ou farinha de aveia

1 colher de sopa compota de maçã sem adição de açúcar, ou, se você não tiver, descasque uma maçã, corte em pedaços e cozinhe com um pouco de água até desmanchar.

2 colheres de sopa de água

Preparação

Se você não tem farinha de aveia, só em flocos, ponha no processador de alimentos e bata até virar farinha. Nesse mesmo processador coloque a o restante dos ingredientes, primeiro a manteiga de amendoim, a água e a compota de maçã, batendo até formar uma pasta.

Pré-aqueça o forno a 180 °C. Unte uma assadeira. Faça pequenas bolas com a massa e coloque-as sobre a assadeira.

Com a ajuda de um garfo, achate cada bola, nos sentidos vertical e horizontal para dar um efeito xadrez (ou quadriculado).

Leve ao forno por cerca de 10 minutos e prontinho! Um biscoito delicioso e recomendado para todos!

sexta-feira, 19 de março de 2021

Lágrimas no dia de São José

Na falta de uma foto de infância, um street view da Reinaldo Cajado


Já deveria ter começado o dia escrevendo esse post, porque hoje é dia de São José e ontem minha família perdeu um José, o Cláudio, meu primo, com quem dei muitas risadas e também chorei bastante.

Estávamos afastados há muitos anos. Nem sabia se ainda era vivo. Mas ontem, o filho dele, avisou a irmã e irmão que lhe tinham sobrado, que ele morreu. Ela, a irmã, me avisou. E entre a dor que senti pela morte, muitas coisas me passaram pela cabeça.

De todas elas a maior é: “ele está livre”. Livre de um mundo no qual TER se tornou mais importante do que SER. Se você não tem você se torna lixo. A morte, não importa de qual dos males, se tornou símbolo de deboche. Você está livre, primo.

Não quero mais pensar na sua morte. Nem quero pensar na doença, nos males dos quais todos sofremos. Das angústias e das decepções. Quero lembrar de como ríamos quando éramos jovens. Das bobeiras que fazíamos na casa da vó e do vô, que também era a casa dos seus pais.

Todos temos lembranças dessa casa, e, acredito, todos nós em algum momento caímos da escada da entrada. Ouvimos música no rádio do quarto de vocês, naquele rádio velho que tinha que segurar o fio para funcionar.

Os bigodes do gato, quem foi que cortou? As festas não planejadas, que deixavam a tia Marina doida. As piadas que você contava. Como ríamos. Até em enterro você era o que tirava todo mundo do sério.

Lembro como você e meu irmão Leo eram quase inseparáveis. Foram separados pela vida e agora, provavelmente, se encontrarão em outro lugar.

Não posso dizer que sentirei a sua falta, já estávamos distantes. Nós crescemos e não somos mais o que éramos. O Tatuapé, que nos unia muito, graças à vovó e ao vovô, já não é mais o mesmo.

Se há um outro lugar onde nossos entes muito amados estão, tenho certeza de que há uma placa de Bem-Vindo José Cláudio! Conta aquela piada novinha que você aprendeu.

Saudades

E que São José rogue por todos nós, as famílias.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Peixe para a Quaresma e um ceviche delicioso!!!




Isso não é uma regra, mas os católicos mais antigos têm o hábito de consumir peixes e frutos do mar durante a quaresma. Na verdade, os 40 dias seriam de jejuns e abstinência, ou seja, nada de prazeres da carne. E, acreditem, essa é uma prática medieval, como queimar bruxas em fogueiras.

Estamos em um mundo em que comemos o que tivermos à mesa, pelo menos um grande número de pessoas, mas se você quiser e puder escolher um peixe, é bacana também.

Mas quer saber o que é mais bacana, e não só durante a quaresma? Ajudar! Se você puder ajudar alguém que tem fome, ajude, por favor, isso tem mais valor do que ficar se abstendo de comer esse ou aquele alimento.

Mas, esse post não é para dar lição de moral e sim passar uma receita bacana com peixe. É um Ceviche de Bacalhau fresco. Vou confessar que eu fiz com filé de tilápia, já que bacalhau fresco não é comum e eu, particularmente, não gosto.

O ceviche é um prato de origem peruana, sem cozimento, no qual o peixe é marinado com limão. Os demais ingredientes podem ser colocados de acordo com a imaginação. Essa é a minha versão, que ficou crocante e saborosa, além de refrescante, como manda esse país calorento.

Mas, não se engane, pois não sentimos o gosto do peixe cru e é uma delícia de entrada!

Ingredientes

1 filé de bacalhau fresco (ou tilápia) grande

Suco de limão Taiti

6 colheres de sopa de azeite

Sal e pimenta do reino a gosto

1 pimentão verde

1 tomate

1/2 cebola

1/2 manga

Coentro

Preparação

 Prepare a marinada cortando o peixe em pequenos pedaços. Em seguida, numa tigela, misture o azeite, o suco de limão, o sal, a pimenta e o peixe. Cubra com papel filme e deixe na geladeira por umas três horas.

Corte em quadrados pequenos (dados) os tomates, o pimentão, a manga e a cebola e misture com o coentro picado.

 Por último junte o peixe marinado e misture tudo novamente. Para a montagem, utilize um molde de aro cilíndrico e coloque o ceviche dentro. Pressione e tire do molde.

Se não tiver molde, pode usar taças de coquetel de camarão ou terrinas de sobremesa.

segunda-feira, 15 de março de 2021

Não dá para salvar nada?


As pessoas que me conhecem sabem que gosto de dar longas caminhadas, ouvindo música, sem interferência humana, em locais com árvores. Mas, por conta da pandemia, essa atividade se limitou um pouco.

Sábado, entretanto, resolvi fazer o percurso costumado, já que precisava ir ao mercado, que fica no caminho que gosto de andar. E mais uma vez fiquei sem ar. Não por conta da doença, ou do descaso das pessoas que descumprem qualquer regra e que não pensam em mais ninguém.

Os problemas? As podas destrutivas que a prefeitura de São Bernardo do Campo (sim vou dizer o nome!) realizou na ilha central da Isaac Aizemberg, entre o jardim Independência e o Parque dos Pássaros. Eu realmente gostaria de saber qual o “gênio” que programou aquela barbaridade. Não dá nem para justificar dizendo que os fios elétricos precisam passar, porque na ilha central não há.

Não se preocupem. Vou mostrar um antes e um depois para vocês. Conversando com alguns moradores mais antigos, ouvi deles que a justificativa dos funcionários era de que os “galhos poderiam cair sobre as casas”. Como a ilha central não tem casas próximas, muito menos os telhados destas, creio que a intervenção se deve à total necessidade de nos tirar até mesmo o pouco verde que resta.

Sei que temos problemas maiores, como o desmatamento massivo de florestas tropicais, as queimadas, a pandemia matando nossas populações. Mas cansei do descaso de tantos, que só pensam em si mesmos, e se odeiam tanto que têm de passar seu ódio até para os arredores.


Desde o início do atual governo municipal, São Bernardo perdeu uma parte bem grande de sua paisagem urbana por conta de intervenções mal feitas e maldosas em diversas áreas da cidade. Uma enorme área verde na região do Baeta Neves foi retirada para fazer um supermercado; no Piraporinha, perto da divisa, mais uma área foi desbastada para construir uma loja; no Rudge Ramos, por conta de um corredor de ônibus desnecessário, árvores e áreas inteiras foram desmatadas; agora foi a vez da Isaac Aizemberg, local que por suas árvores nativas e frutíferas, atraem pássaros e amenizam o ar da região.

Por favor, vejam as fotos de antes e depois, e comentem se vocês preferem o agora. Eu não. E como eu, muitos moradores, que até criaram uma “Fazendinha” estão sem ar, sem sombra, e com raiva. Com todos os problemas que temos, gostaria de ver resolvido ao menos um. De manter nosso verde, nosso pouco verde.



quinta-feira, 11 de março de 2021

A berinjela vai me salvar!


Hoje é um daqueles dias em que a gente só quer que o mundo acabe pra ficar livre de toda a imbecilidade. Mas eu não vou usar meu espaço para falar sobre isso, e sim sobre uma receita que vi num vídeo, de madrugada, num momento de insônia diante das preocupações.

Foi surreal, pois vi o vídeo mostrando a receita, anotei no caderno e fui pra cozinha de madrugada ver se dava certo. Deu. Me acalmou um pouco e voltei a dormir.

Resolvi compartilhar porque berinjela faz bem (mesmo frita!), é gostosa e uma opção de aperitivo bem legal pra comer junto com uma cerveja (em casa e só com a família, por enquanto).

Vamos lá?

 

Ingredientes

Uma berinjela grande

1 pacote (200 g) de creme de leite

1 xícara de farinha de rosca

Orégano, chimichurri, alho em pó e páprica (uma colher de chá de cada basta)

Sal

Óleo para fritar

Preparo


Lave bem a berinjela e corte em cubos. Ponha em uma dessas tigelas com tampa e salgue. Deixe descansar por uns 15 minutos. Se a berinjela tiver soltado um pouco de caldo, dispense na pia.

Nessa mesma tigela, despeje o creme de leite sobre os cubos de berinjela e envolva todos no creme. Em um recipiente à parte coloque a farinha e os outros ingredientes. Ponha mais uma pitada de sal e misture bem. Despeje a mistura nos cubos de berinjela, tampe e chacoalhe até os pedaços estarem envolvidos nessa mistura de creme e farinha temperada.

Se você tiver uma fritadeira coloque em uns 200 °C. Ou uma frigideira funda com óleo bem quente. Despeje os cubos e deixe dourar.

Sirva como se fosse isca de peixe, vale até um limão espremido em cima!

 

 

segunda-feira, 8 de março de 2021

Nesse dia da mulher...


Todos os anos, quando chega o 8 de março, penso em acordar e dar parabéns a todas as mulheres do mundo. Parabéns pela luta em ser reconhecida como um ser humano, cheio de falhas e qualidades. Mas aí eu vejo como estão as coisas e perco a vontade. Começo a desejar ter braços infinitos para abrigar a dor de tantas.

Quero chegar um dia e ver que estão todas seguras, sem serem assediadas, trabalhando em paz e ganhando seu sustento com dignidade.

Quero ver o dia em que não abro uma rede social e um idiota, se achando muito engraçado, faça uma piada machista; ou uma mulher que não percebe a própria escravidão pergunta, na inocência (?), porque as mulheres não servem mais os pratos do marido.

Estou cansada de ver notícias sobre mulheres assassinadas, mutiladas, tratadas como objeto, ganhando menos que homens e fazendo um trabalho mais importante.

Quero ler notícias em que as mulheres conquistam seu espaço e que concorrem em pé de igualdade com seus pares do sexo oposto.

Quero ver o dia em que os homens não afirmem que são feministas porque respeitam suas mães, companheiras, esposas e filhas, mas porque as consideram iguais.

Há uns anos alguém, bancando o engraçado, me perguntou: “ué, vocês não querem igualdade?”

Me lembro de ter respondido que queremos “isonomia”, que é o reconhecimento de direitos iguais, e não igualdade, porque no caso dele eu teria que me rebaixar muito. Fui malvada? Sim. Mas cansei de me justificar.

Feminismo não é o contrário de machismo. Já disse isso aqui e repito: Feminismo é uma luta por direitos iguais, enquanto machismo é a manutenção de privilégios e de uma situação em que as mulheres podem ser atacadas violentamente, trabalhar em turnos triplos, ter que lutar para um genitor pagar a pensão dos filhos, ter que fugir e se esconder porque a lei não “vale” para proteger e preservar a vida da mulher.

Quero chegar a um 8 de março e ter motivos reais para comemorar. Sei que muitos estão escrevendo textos parecidos, usando um montão de estatísticas. Não farei isso, porque cansei de ser parte de uma estatística. Assim como eu, muitas mulheres cansaram disso, de fazer muito mais que a parte delas e não ser reconhecida por nenhuma.

Mesmo assim, feliz dia internacional da mulher para quem continua lutando.

 

 

 

domingo, 7 de março de 2021

Torta de Palmito imperfeita!


É um domingo chuvoso e para mim o dia está perfeito, com uma temperatura agradável, que em outros tempos me levaria correndo para a rua, andar, ver as árvores do outro lado da divisa, respirar o ar limpo que fica quando a chuva dissipa a poluição.

Mas não dá. Então me resta descarregar as energias dando uma limpada na casa e, claro, cozinhando. Tinha um vidro de palmito dando sopa há uns tempos e resolvi que hoje era o dia de fazer torta. Vocês querem fazer essa torta comigo? É fácil, mas não esperem perfeição, esperem apenas uma torta muito gostosa, com massa crocante, dessas que desmancham na boca.

E amigos, não vai leite, nem ovo!

Ingredientes

Para a Massa

Farinha de trigo (cerca de duas xícaras ou até dar ponto)

200 g de margarina

1 colher de chá de sal

Para o Recheio

1 vidro grade (400 gramas) de palmito picado

100 g de azeitonas picadas

1 cebola média ralada

3 dentes de alho picados

100 ml molho de tomate

1 colher de sopa de maisena diluída em 100 ml de água (para engrossar o recheio)

Preparo

Em uma tigela misture muito bem a margarina a farinha e o sal. É para fazer uma massa uniforme, e não farelenta. Quando os ingredientes estiverem bem incorporados, a massa não vai grudar na mão. Leve para a geladeira enquanto faz o recheio para dar mais facilidade na hora de abrir.

Em uma panela grande refogue a cebola e o alho em um pouco de azeite. Quando a cebola começar a dourar misture o palmito picado e refogue mais um pouco. Misture as azeitonas e mexa a mistura por uns dois minutos antes de colocar o molho de tomate. Misture e deixe o molho incorporar aos outros ingredientes. Verifique se precisa colocar uma pitada de sal. Finalmente ponha a maisena diluída nessa mistura e deixe engrossar um pouco antes de desligar o fogo. Espere esfriar.

Unte e enfarinhe uma assadeira pirex quadrada.


Em uma superfície enfarinhada abra a massa com um rolo e ajeite nos fundos da assadeira, deixando sobrar um pouco de massa nas laterais. Despeje o recheio já quase frio. O restante da massa (também aberta com ajuda do rolo) servirá para cobrir a torta. Com as pontas dos dedos vá fechando as laterais da massa.

Leve ao forno aquecido a 180 °C por cerca de 30 minutos ou até a massa dourar.

Não coma essa torta muito quente, senão você não vai saborear.

sábado, 6 de março de 2021

Atum com grão de bico e ovos no forno para a nova fase vermelha


Não vou amenizar nada, porque estamos vivendo uma situação de guerra e precisamos nos cuidar e parar de achar que somos invencíveis. Precisamos nos acautelar e comer direito, por isso essa receita é feita com grão de bico, que é um daqueles alimentos saudáveis e de digestão longa, que mantêm a saciedade por mais tempo. Além disso, cozinhar acalma!

Outra mostra que esta é uma receita para tempos difíceis, é que você vai usar enlatados, o que torna mais simples e dá uma oportunidade de usar as coisas da despensa, sem ter que sair para ir a um mercado cheio, ou à feira.

E como é quaresma, esse prato é para quem está evitando carne vermelha e rende quatro porções generosas!!! E para quem já acha que viu essa receita, é bem parecida com uns ovos com molho de ervilhas que minha mãe fazia e que você pode conferir aqui.

Ingredientes

1 cebola ralada

2 dentes de alho bem picadinhos

1 folha de louro

4 colheres de sopa azeite

1 lata de tomates pelados

2 latas de atum escorridas

1 lata grande de grão de bico pré-cozido

Sal e pimenta do reino

1 pitada de cominho em pó

4 ovos

100 g de queijo muçarela ralado

1 ramo de salsinha picada

Preparação

Ponha a cebola e o alho para refogar. Junte o louro e o azeite e deixe cozinhar até a cebola ficar douradinha.  Enquanto isso pique os tomates pelados com o respetivo molho, junte-os ao refogado, mexa e deixe cozinhar em fogo brando, mexendo de vez em quando para não grudar por uns 10 minutos. Junte depois o atum escorrido e o grão de bico com o molho, mexa e deixe ferver.

Corrija o sal e tempere com uma pitada de pimenta e os cominhos, deixando ferver, em fogo brando, durante 10 minutos.

Aqueça o forno a 180 °C. Ponha o molho feito em uma assadeira e coloque os ovos por cima, polvilhando com o queijo muçarela ralado. Leve ao forno. Quando os ovos estiverem cozidos a gosto, retire e sirva quente, polvilhado com a salsa picada.

terça-feira, 2 de março de 2021

Árvores para plantar em sua calçada e deixar tudo lindo!


Tenho vários motivos para esta postagem. Primeiramente, gosto de plantas e sei a necessidade delas à nossa volta, mesmo que algumas pessoas insistam que as árvores precisam ser cortadas porque os bandidos se escondem atrás delas.

Também estou querendo dar algumas sugestões para fazer plantios nas ruas das cidades, para diminuir um pouco o calor, melhorar a qualidade do ar e tirar aquela coisa cinza dos arredores.

Um dia desses em um grupo (pasmem!) de sustentabilidade, alguém perguntou que árvore poderia plantar na calçada, mas a pessoa queria uma que não soltasse as folhas e que as raízes não invadissem ou quebrassem o cimento.

A segunda parte entendo, porque realmente não se deve plantar árvores de raízes invasivas para não prejudicar a mobilidade urbana, mesmo que ninguém respeite isso quando faz a calçada com inclinação absurda ou sem recuo adequado. Mas plantas são seres vivos, e suas folhas sempre cairão, assim como as flores. Isso faz parte do ciclo da vida.

Mas estou aqui para falar sobre plantio nas calçadas. E se você quer plantar uma árvore na sua calçada, o primeiro passo é procurar a prefeitura. A maioria tem um plano de arborização urbana, com espécies de árvores indicadas por profissionais capacitados.

Se a prefeitura da sua cidade for séria, além dessas indicações, algumas até plantam atendendo a solicitação do munícipe, ou ainda oferecem mudas do viveiro municipal (veja na sua cidade os serviços).

Fique atento (a): o plantio da árvore errada pode provocar muita dor de cabeça no futuro, como tubulações de água e esgoto estourados, problemas com gás encanado, calçadas levantadas, problemas na rede elétrica, galhos que ameaçam cair a qualquer momento, frutos pesados que caem sobre carros, ramos espinhentos que atrapalham os pedestres etc.

Na maioria das vezes o corte ou poda é permitido apenas à prefeitura e companhia elétrica. E nem sempre os profissionais são capacitados para fazer essa tarefa. E, dependendo da espécie, cortar pode ser considerado crime ambiental. Portanto, escolha bem, pois uma árvore é para além da vida toda.

Abaixo segue uma lista de espécies que são indicadas para calçadas. As espécies que alcançam até 10 metros são boas para calçadas com fiação elétrica, enquanto as maiores podem ser plantadas em calçadas sem fiação.

A Noivinha, que não chega a três metros, se caracteriza por ficar totalmente branca no mês de maio, mas isso só dura até junho, quando suas folhas voltam para a coloração verde normal. Não agride a calçada e nem prejudica a fiação elétrica.

o Ipê, árvore símbolo do Brasil, demora um pouco para crescer, mas fica alta (10 a 35 metros) e tem flores que vão do branco ao roxo, passando por rosa e amarelo. Os ipês são de grande porte, com raízes profundas que não danificam as calçadas, mas devem ser plantadas em calçadas largas onde não tenha tubulações ou fiação.  

 A Resedá, para quem faz palavras cruzadas, é bem conhecida por ser muito utilizada na arborização urbana, especialmente nas grandes avenidas, porque tem florescimento esplendoroso e tolera podas drásticas, atingindo 8 metros de altura.


A Quaresmeira, um dos motivos de eu escrever sobre árvores urbanas agora, já que está na floração, é uma árvore nativa de pequeno porte, raízes profundas, ela é elegante e bela e apresenta uma linda floração roxa que ocorre duas vezes por ano, possui um fruto pequeno. É uma das principais árvores utilizadas na arborização urbana no Brasil.

Outra árvore que tem aparecido como uma das favoritas na arborização urbana é o Manacá da Serra, uma linda árvore, que tem flores em três cores diferentes simultaneamente, branca, rosa e roxa, de acordo com a idade da flor, que atinge no máximo 6 metros de altura.

Há muitas outras árvores que podem ser plantadas na sua calçada, mas não vou descrever todas aqui. Temos Pata de Vaca, Dama da Noite (tão perfumada!!!), Cambuci, Flamboyant Mirim, Pitangueira, Oiti, Amoreira Preta, Jasmim, Sibipiruna, Jamelão... Essas são apenas algumas sugestões.


Veja no departamento de serviços urbanos e também no meio ambiente de sua cidade se há outras sugestões. Mas não deixe sua rua e seus arredores sem verde. Precisamos disso para respirar melhor, para ter uma paisagem melhor, e para ter mais qualidade de vida. E pelo amor de Deus, não reclame das folhas e flores caídas. Faz parte do ciclo da vida!

 

 

Duas vidas ou uma só basta?

Duas vidas ou uma só basta? : Não me lembro de quem foi que disse a frase: “deveríamos ter duas vidas, uma pra ensaiar e outra para represen...