sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Nem tudo na vida é mercadoria



O primeiro artigo em direção aos mil deste blog vai fazer uma salada de coisas que custam dinheiro, mas que estão sendo tratadas como objetos e não deveriam. Para começar, tratemos um pouco de educação. Não aquela que deveríamos receber de nossos pais, mas a instrução que merecemos receber nas escolas.

Antes de levantar a minha bandeira, vou contar uma coisa que fiquei sabendo hoje: a escola particular ao lado de minha casa pode ser fechada. De todos os problemas causados, o mais recente é uma verdadeira disputa entre os sócios sobre quem está roubando o que. Mas, pelo que entendi, alunos e pais ficaram a ver navios, já que ninguém sabe ao certo o destino da escola.

Sei que muitos irão gritar sobre o que vou falar agora, mas essa é a consequência da nossa covardia em lutar por nossos direitos. Sempre falei que precisamos lutar por escola pública de qualidade e sempre ouço a bobagem de que a escola não é mais o que era. OI! NENHUMA ESCOLA É MAIS O QUE ERA! (sim estou gritando). Mas é por isso mesmo que digo que somos uns idiotas, que deveríamos exigir nossos direitos. Mas não!!! É mais fácil ficar sentado esperando cair do céu.
E assim, abrimos brechas para os “espertos” transformarem educação e conhecimento em mercadoria. E como qualquer mercadoria, cai a qualidade e sobe o preço.

E a saúde?

Em um artigo o IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) denuncia um projeto que quer vender em supermercados os remédios que podem ser comprados sem receita. Qual o perigo disso? Além de prejudicar as farmácias, levam os brasileiros e se automedicarem mais indiscriminadamente ainda. 

Mas a automedicação mostra outro problema que vem se arrastando há muitos anos e só piora, que é a falta de atendimento médico no tal Sistema Único de Saúde, que deveria ser universal, mas não é.
Temos médicos que não querem ir a certos lugares, e nem estou falando de florestas e sertões distantes. Estou falando de bairros de periferias de grandes cidades. Aqui em Diadema mesmo passamos por esse problema. Mas a saúde também foi transformada em mercadoria e a regra é a mesma. Cai a qualidade, aumenta o preço.

Não vou falar muito mais, porque eu quero chegar a um ponto: quando foi que nós, humanos, aceitamos que somos coisas? Que podemos ter nossos direitos mais básicos negados? Que podemos ser mortos o troco de nada?

Quando é que vamos entender que não somos mercadoria e que precisamos ter voz para decidir aquilo que nos é mais caro, que é a vida e o bem-estar da nossa família e o nosso mesmo?

Precisamos voltar a lutar por coisas que realmente são necessárias: saúde, educação, moradia, saneamento, liberdade, igualdade e fraternidade. Chega de jogar as pessoas na rua e depois ficar desejando que essas pessoas que não têm mais como viver sejam apagadas como se fossem nada.

Como eu disse no título, nem tudo é mercadoria, mesmo que em algum momento isso tenha se feito, está na hora de voltar e repensar essa atitude. O quanto antes, por favor.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Pudim de laranja e amêndoa



Esse é meu post de número 500 e queria uma coisa deliciosa para comemorar junto com s pessoas que leram, fizeram minhas receitas, compartilharam conhecimentos comigo. Quero comemorar especialmente com as pessoas que respeitaram minha opinião, que me deram apoio e me ajudaram nessa jornada!
Esse pudim é uma das coisas mais gostosas que já fiz. Para quem perguntar como ele fica firme, explico que a amêndoa moída faz o papel da farinha ou da maisena para engrossar.

Ingredientes

Oito gemas
Quatro ovos
250 g de açúcar.
150 ml de água
100 g de amêndoa moída
Raspa de uma laranja
Sumo de uma laranja
Caramelo líquido para barrar a forma

Preparação

Comece por barrar uma  forma (de furo central) com o caramelo, reserve.
Numa panela coloque a água e o açúcar e leve ao lume a aquecer, mas sem deixar que ferva.
Em uma tigela bata os ovos e as gemas e aos poucos junte a calda, mexendo sempre.
Junte a amêndoa bem moída, o sumo de laranja e finalmente a raspa. Mexa bem, envolvendo todos os ingredientes e despeje na forma. Leve ao forno, a 160o C e em banho-maria, por 50 minutos. Deixe esfriar à temperatura ambiente antes de desenformar.


quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Troque o supermercado pelas feiras


Parece louco, mas a vida mais sustentável vai lhe convencer

Esse é um artigo para quem vive em grandes centros e um alerta para que deixemos nossas vidas mais simples. Temos mais ou menos as mesmas correrias, como o trabalho, escola dos filhos e, claro, as compras do dia a dia.

Mas na hora de escolher entre as facilidades do supermercado ou os sacolões e feiras livres, o que você acredita ser o melhor em termos de custos e benefícios? O supermercado é mais barato? Pode ser. Mas também não garante a qualidade da comida que você está colocando na mesa.

Já falei em outros artigos deste blog sobre produtos orgânicos, sobre hortas comunitárias, sobre comprar diretamente com os produtores locais e como isso pode fazer uma grande diferença na sua saúde, já que vemos aprovações cada vez mais surreais de venenos para utilizar nas grandes lavouras.
 
Mas há outros motivos para você trocar os supermercados pelas feiras e sacolões, e vamos começar pela questão do “Mais saudável”. No supermercado há uma infinidade de produtos industrializados que prometem praticidade, sabor, rapidez e pode até ser tudo isso, mas não é mais saudável. Nesses produtos há uma quantidade absurda de sódio, açúcares, corantes e conservantes que vão cobrar no futuro (ou agora mesmo!) o preço.


Nas feiras, esse cenário muda. Além de não estarmos expostos à enorme oferta e publicidade de produtos ultra processados, os alimentos nesses locais são mais frescos, desde que compremos os que estão na safra. Porque isso é muito mais barato e a qualidade é melhor.

Se estiver procurando produtos orgânicos, a feira é um ótimo local para comprá-los. Alimentos dentro dessas classificações ficam caros em supermercados, por questões variadas que vão desde os custos com a certificação destes alimentos até a elevada taxa de lucro visada pelos supermercados em cimas dos orgânicos, tornando esses itens uma “exclusividade” para pessoas com alto poder aquisitivo.
E não esqueça que o fim da feira tem produtos bem mais em conta, pois os feirantes não querem levar de volta os legumes, frutas e verduras que vieram comercializar.

O segundo motivo para trocar o supermercado pela feira é a sustentabilidade. Os alimentos vendidos em feiras não vêm em embalagens, ao contrário dos industrializados, e o trajeto que fazem do produtor até o varejo é muito mais curto que o dos comercializados em um supermercado. Ou seja, a degradação do meio ambiente e emissão de poluentes durante o transporte é menor. Sem contar que, na feira, levamos carrinhos e sacolas para não ter que pegar um milhão de saquinhos e sacolinhas plásticas.

Solidariedade é o terceiro motivo. A maior parte dos produtos vendidos em feiras vem de pequenos produtores da região. Ao preferir esses locais, você fomenta a economia justa e solidária, pois coloca seu dinheiro no sistema alimentar sustentável que ele representa em vez de valorizar a lógica das grandes redes de supermercado, que estabelecem preços altos e extraem lucros exorbitantes.

E se todos os motivos que dei ainda não forem suficientes, pense na cultura demonstrada pela gastronomia. Ao optar por alimentos frescos e se dispor a cozinhá-los, mantêm-se vivas receitas tradicionais e cria-se independência dos industrializados prontos para o consumo, produzidos em larga escala e padronizados no mundo inteiro. Para deixar o preparo da alimentação mais prático, você pode congelar as refeições em porções para serem comidas ao longo da semana.

Não se convenceu ainda? Pois então vamos a alguns números:  Entre os anos de 2007 e 2017, 26 mil pessoas foram intoxicadas pelo uso e consumo de agrotóxicos de acordo com dados do Ministério da Saúde. Ou seja, o equivalente a sete pessoas doentes por dia. Com um risco maior de exposição a partir da contaminação do meio ambiente, da água, dos alimentos. A alternativa? Preferir produtos orgânicos.

Algumas pessoas dirão que é mais caro, mas, como eu já disse antes, as hortas comunitárias estão se alastrando e elas são bem mais em conta. Além disso, ficar doente e precisando de hospital é muito mais caro do que se alimentar direito. Não é?


segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A demolição do Xuxu e o fim de uma Era


Vou usar meu espaço blogueiro para falar, de novo (!), da região onde vivo.  Mas tenho que começar por um acontecimento que eu percebi sábado passado, enquanto voltava de uma visita a uma parenta internada, e eu chegava ao terminal de Piraporinha.

A princípio nem reparei, já que era noite e meu bairro não anda lá muito bem iluminado, mas uma moça me pediu informação de um endereço e olhei em direção ao hotel Xuxu (escrito errado, assim mesmo) para dar a direção para onde ela deveria ir, e vi uns tapumes. Só no dia seguinte com a luz do sol eu vi que o local onde estava o hotel não tinha mais nada, além dos tapumes.

Não vou chorar a perda porque nem nos “áureos” tempos o hotel foi grande coisa. Tinha uma padaria mequetrefe embaixo, a “Sonho (pesadelo) da Vila”. E ambos estavam com suas atividades encerradas há uns dois ou três anos. Mas os dois comércios duraram mais de três décadas e, em algum momento, viveram suas prosperidades suburbanas.

O hotel e a padaria viram Diadema crescer, prosperar, derrocar. Viram o hospital em frente nascer, ficar obsoleto e continuar descendo a ladeira. Viram a igreja de Bom Jesus mudar de fisionomia e ser encoberta pelo terminal metropolitano.  Viu a indústria chegar à cidade e abandonar os que acreditaram nela.

Quando trabalhava perto do local eu sempre brincava que ia trazer as pessoas para ver uma enchente ao vivo em Piraporinha e que ia hospedá-las no Xuxu. O hotel se foi, mas as enchentes continuam.

Estou chateada, sim, porque me sinto como o hotel demolido, que um dia foi útil a alguém, mas cujo tempo passou e ninguém ligou, e agora são apenas escombros. Espero que em algum lugar alguém tenha ficado triste do mesmo modo que espero que alguém fique triste por mim.

Alguns dirão: “mas você é uma pessoa e não um prédio velho”. E eu terei que responder: “nos dias de hoje, com os corações endurecidos das pessoas, isso pouco importa”. Adeus Xuxu. Espero que algo bem bacana surja de seus escombros.

Perdoem a foto tosca do hotel, mas só consegui uma imagem no street view, já que as minhas fotos estão em uma pasta incerta e não sabida.

sábado, 24 de novembro de 2018

Sexta-Feira Negra de chuva


Isso deveria ser sobre preços, mas é sobre enchente

Tradição nos Estados Unidos, onde a sexta-feira após a Ação de Graças é um dia de comprar coisas pela metade (ou menos) do que o preço, a tal Black-Friday desembarcou aqui no Brasil e as pessoas loucas deste país vão todas tentar comprar alguma coisa pela metade do dobro do preço. Isso porque temos várias diferenças dos nossos amigos da parte norte do continente americano. Uma delas é a quantidade absurda de impostos sobre cada produto, o que torna a prática quase inviável. A outra, que leva ao motivo deste artigo, é que não temos Ação de Graças, até porque ainda não sei se temos motivos para dar graças.

Já estou ouvindo daqui os gritos de: “COMO ASSIM”? Ok! Estamos vivos e respirando, e o que mais? Estamos pagando impostos absurdos até sobre a nossa comida e remédios. Pagamos muito caro pelo direito de ir e vir. Os impostos e taxas que pagamos deveriam retornar a nós em forma de escolas públicas decentes; hospitais, e atendimento médico universal, saneamento, ruas e estradas seguras para circulação, policiamento decente e, especialmente inclusão.

Cada dia eu vejo menos gente trabalhando nas empresas, nos bancos, nas lojas, nos serviços públicos, enfim: cada vez menos gente ganhando salários que fazem a economia girar. Me pergunto aonde estamos indo?
Piraporinha às 18 horas

Estou fazendo essa volta toda para falar (e mostrar) algumas imagens da sexta-feira negra aqui no Grande ABC, que não é “maior” em nada e que continua passando as mesmas coisas de sempre.
Vamos começar as explicações: somos sete cidades, cercadas de rios e serra por todos os lados. Já tivemos uma indústria que trouxe desenvolvimento para o estado como um todo, mas, com o passar do tempo, ao invés de usarmos esse desenvolvimento para construir uma região melhor para todos, resolvemos que tínhamos que excluir pessoas para que uns pudessem se dar bem enquanto outros se danavam.

E essa é a coisa que continuamos fazendo. Nem percebemos que nós mesmos estamos sendo excluídos e que, num futuro bem próximo, podemos não ter como morar, comer, viver.
Ontem, mais uma vez, uma chuva que mais parecia um tornado veio para cima de nós. O meu bairro, que já não tinha enchentes há uns dois anos, ficou debaixo d’água. Não teve piscinão que desse jeito. Mas, comparado a outros lugares, foi suave.

Piraporinha ficou intransitável entre as 17 horas e as 23 horas, quando o caos começou a voltar a uma pseudonormalidade.  Mas não posso dizer o mesmo do centro de São Bernardo, que passa há anos por intervenções que deveriam tornar aquele espaço um “centro seco”.  Nessas horas gostaria de dizer que todos estão fazendo o melhor que podem, mas não. Porque é mais fácil dizer em grandes outdoors (muito caros) que as obras foram retomadas, como se isso fosse um grande favor, do que gastar dinheiro para acelerar as obras e terminar esse inferno logo.

Em Santo André, não sei como ficou o centro, mas vi um vídeo do cemitério de Vila Pires, que desbarrancou, com rompimento de muros de taludes, e caixões sendo despejados pelo aguaceiro. Imagens dignas de filmes de horror, mas nada novo em se tratando do Grande ABC em particular ou do Brasil em larga escala.
Cemitério de Vila Pires

Somos um país totalmente carente de infraestrutura e ainda tem alguns governantes engraçadinhos que não apenas não investem em novas obras, como não fazem sequer a manutenção básica no que já existe.

Há pouco mais de uma semana, uma ponte em São Paulo literalmente solapou. Por sorte (???) isso aconteceu num horário de pouco movimento e não houve vítimas. Eu poderia culpar o poder público apenas por falta de manutenção, mas a coisa fica melhor (???) quando se descobre que as plantas originais da ponte não existem mais. E as explicações são lindas, indo desde “os originais estavam na casa do engenheiro que pegou fogo”, e “o estado não tem cópias em seu acervo”.

E assim, dando uns poucos exemplos, mostro o desgoverno com que estamos sendo tratados há pelo menos uns 100 anos. Todo mundo acredita que um país desenvolvido se mostra por suas ruas limpas, seus prédios bem cuidados, suas estradas e ruas limpas e transitáveis. E sim, isso é verdade, mas não é a única verdade. Porque todas essas coisas só existem quando o povo que habita esse país não foi jogado na lixeira enquanto construía os privilégios de uns poucos.
Região Central de São Bernardo do Campo

As pessoas adoram mostrar as histórias de homens que “venceram” com seu próprio esforço, mas o que tenho visto nos meus 57 anos de vida é um monte de gente que ajudou esses homens a vencerem e que nunca forma reconhecidos. Esses homens podem estar, hoje mesmo, sem ter onde dormir porque suas casas foram destruídas e seus direitos aniquilados.

Como vocês podem ver, a sexta-feira foi má, mas não vejo algo muito bom pela frente, a não ser que todos nós mudemos de atitude. Precisamos exigir e ajudar a construir um país desenvolvido não só para uns poucos privilegiados, mas para todos nós, porque no momento em que esquecemos o outro, esquecemos qualquer humanidade.

Se mudarmos de verdade, talvez possamos ter uma ação de graças e aí sim, uma Black-Friday.

Ah! Como jornalista, sei que, muitas vezes não temos o que falar quando estamos ao vivo, mas as chuvas e as enchentes não causam só "transtornos" na volta para casa. Elas destroem vidas.



sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Croissants de leite condensado e uma receita bem preguiçosa



Quem vem me acompanhando pela minha vida afora, ou nesse período em que o blog está em atividade, sabe que preguiça não faz parte do meu vocabulário, mas hoje acordei meio de mal com tudo. Chutando pedras pelo caminho, cansada dos sorrisos falsos que andam me acompanhando nesse lugar onde eu vivo.

Nessas horas eu preciso de alguma coisa que me adoce a vida e o paladar. Mesmo que o nome da receita seja “croissants de leite condensado”, eles não são os tradicionais croissants. Esses são mais simples e fáceis, até mesmo para cozinheiros iniciantes. Se quiser rechear fica ao gosto do freguês.

Ingredientes

300 g de farinha de trigo
12 g de fermento de padeiro (fresco)
170 g (1/2 lata) de leite condensado
120 ml leite
30 g de manteiga amolecida

Preparação

Na tigela da batedeira, coloque a farinha de trigo, o fermento esfarelado e o leite condensado. Bata na velocidade baixa e junte o leite morno, quase para o frio.
Quando formar uma massa, coloque a manteiga amolecida e bata novamente por 10 minutos incorporando bem a manteiga na massa. Desligue a batedeira e deixe a massa descansando por 2 horas à temperatura ambiente.
Veja se a massa cresceu bem e, com a ajuda de um rolo, abra-a no formato retangular.
Corte o retângulo em duas partes. E cada uma dessa parte, faça agora cortes triangulares de aproximadamente 8 cm de comprimento. Enrole cada triângulo começando pela base (e não pela ponta). Tenha cuidado para não apertar muito.
Coloque-os agora na forma de assar (já coberta com papel vegetal/manteiga). Deixe crescer por mais 1 hora a temperatura ambiente. Em seguida, pincele-os com leite batido com uma gema.
Leve os croissants ao forno cerca de 12 minutos a 180°C. Preste atenção, pois a cozedura poderá ser rápida.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Livrai-nos dos especialistas


Podemos dar sugestões, mas nunca certezas. 


Este artigo já começa meio torto, porque desde que comecei a fazer este blog, já dei ideias, receitas, sugestões etc., mas jamais disse “isso é verdade, porque um especialista disse...”. E tenho motivos para isso, porque eu mesma não acredito em muitas coisas. Tenho fé, mas não é uma fé cega, pois questiono tudo o tempo todo e isso faz parte da minha profissão.

Talvez por isso eu não consiga entender o que leva uma pessoa a acreditar em uma coisa, mas não em outra. E essas eleições deixaram isso bem claro. Não importa de onde vinha a notícia, as pessoas só acreditam naquilo que querem. Não faço ideia de porque isso acontece. Assim como não entendo porque alguém melhorar de vida, saindo de uma situação difícil e conseguindo algo melhor incomoda tanto algumas pessoas.

Vejo pessoas falando mal de feriados que deveríamos comemorar muito mais com um rancor contra o qual eu não consigo lutar, porque é irracional. Não há como lutar contra o irracional, porque é violento e não há resposta para a violência. Aí vêm os espertalhões que criam teorias estapafúrdias para “justificar” aquilo, e a situação só piora.

Vou dar alguns exemplos disso que estou falando, na esperança de ser compreendida além dos meus círculos normais.

Exemplo 1 – Um colega fala de uma moça que conhece e a chama de “feministazinha”, porque ela abandonou o marido. Independente dos motivos para a moça fazer isso, queria entender o que o movimento feminista, que luta por direitos iguais tem a ver com o ato dela. O duro foi tentar explicar isso para um cara que ainda acha que feminismo é antônimo de machismo.

Exemplo 2 – Faço caminhadas todos os dias. Além de me fazer bem à saúde, me faz espairecer da minha vida não muito boa. Mas, desde o dia em que comecei a fazer caminhadas, sempre tem algum “especialista” para me dizer o que eu devo comer, vestir, calçar etc. É um tal de “você tem que chupar limão”; “seu tênis é muito barato”; “você tem que caminhar no sol do meio dia”; “esse fone de ouvido não tira seu equilíbrio?”. Ainda bem que eu tenho um cérebro funcional na minha caixa craniana, porque se eu fosse dar ouvidos a todo mundo, estaria louca.

Exemplo 3 – Uma pessoa que conheço há anos me pergunta algo do tipo: “porque dia da consciência negra? Tem dia da consciência branca?” E eu me mato para explicar a ela o porquê do tal dia, incluindo todo o lance de escravidão, luta pela liberdade e por direitos iguais, simbolizado por Zumbi dos Palmares. E a pessoa ainda, não se dando por achada fala: “mas foi há tanto tempo, para que um feriado?”. E me armo de paciência explicando que todo feriado é para comemorar algo que aconteceu há muito tempo. Nem preciso dizer que a tal pessoa ficou com uma tromba enorme, porque estamos em um mundo em que mais importante do que ter consciência e noção de certo e errado, precisamos ter razão e ganhar a discussão.

Tirando o segundo exemplo, os outros dois são uma amostra do que temos visto todos os dias. Gente abestalhada que acredita estar coberta de razão quando dá uma opinião sobre qualquer assunto sem ter o menor conhecimento de causa.

E quando você debate com uma dessas pessoas, a resposta é sempre algo do tipo: “eu acho isso e pronto!” E essa resposta idiota é o argumento daqueles que não têm argumento.

Como jornalista, sempre que escrevo alguma coisa, seja no blog ou em algum trabalho, sempre (e quando digo sempre, é sempre!) vou procurar a opinião de um especialista no assunto sobre o qual eu falo. Já entrevistei milhares de pessoas: médicos, engenheiros, arquitetos, botânicos, políticos, sociólogos. Escolha e você terá algum especialista no assunto sobre o qual escrevi. Mas, mesmo assim, nunca aceitei ideias definitivas como: “essa planta cura câncer”; porque se tudo é tão simples porque ainda não foi feito?

Não quero me estender muito mais, mas vou contar uma coisa que aconteceu hoje. Alguém compartilhou em uma mídia social um “teste” que diz se seu sono foi bom ou mal. É uma ilusão de ótica que fica mexendo enquanto você olha e diz que se estiver muito rápida você está estressado, de acordo com um “especialista”. Independente de ser uma grande bobagem, eu fiquei pensando que a pessoa que compartilhou é das mais céticas que conheço e me perguntei a troco de que ele resolveu acreditar naquilo. A resposta: “porque a gente escolhe em que acreditar”, que foi a maneira tosca de dizer “eu acho isso e pronto”.

Preciso dizer mais?

Cuidado com as pessoas que dão opiniões sobre tudo


segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Trufas de chocolate com amêndoa



Sabe aquela segunda-feira entre feriados que você acorda com o pé esquerdo? É hoje! Tenho várias coisas acontecendo  e, claro (!), nenhuma dando certo. Nessas horas admiro as pessoas que ficam mantreando que tudo é perfeito, que elas são ou ficarão ricas, que a saúde delas é perfeita.
Lamento, mas não credito que isso possa melhorar a vida de alguém. Já essa trufa (fácil e deliciosa!), vai adoçar a minha vida e a de quem se atrever a fazer essa receita. Aproveitando: o final do ano está chegando e essas trufas são ótimas para serem dadas como lembrancinhas e não vão custar os olhos da cara. Só o seu talento e carinho para fazê-las.

Ingredientes

200 g de chocolate para uso culinário em tablete
100 g de manteiga
100 g de açúcar de confeiteiro
50 g de amêndoa em pó ou ralada.
Um ovo
Amêndoa laminada em pedaços para decorar

Preparação

Derreter o chocolate aos pedaços com a manteiga, em banho-maria ou no forno de micro-ondas cerca de 2 minutos.
Juntar o açúcar e a amêndoa. Mexer bem e juntar o ovo.
Voltar a mexer e guardar na geladeira até solidificar.
Moldar pequenas bolas com as mãos untadas num pouco de óleo e passá-las por amêndoa laminada, do mesmo modo como enrolamos brigadeiros.
Pode colocar em forminhas de alumínio e em caixinhas para dar de presente!


Tomates cereja crocantes


Sabe aquele sabor especial da pizza Marguerita? De queijo, tomate e manjericão? Pois é! Amo esses sabores, mas andei fazendo uma promessa de ficar um ano sem comer pizza e senti saudades desse gosto delicioso. Aí descobri uma receita que junta as três coisas em um aperitivo que todos vão amar!
E ainda dá uma utilidade diferente ao tomate cereja. Ou você pensa que ele só serve para salada? Essa é uma receita de tira-gosto bacana. Você nem vai sentir a falta da massa de pizza

Ingredientes

30 tomates cereja
30 g muçarela moída
Duas colheres sopa de pesto (manjericão moído com azeite e sal)
Farinha de trigo
Dois ovos
Farinha de rosca
Óleo para fritar

Preparação

Corte a tampa de cada tomate cereja e tire toda a semente com cuidado.
Recheie cada tomate, com um pouco de pesto e o queijo.
Cubra os tomates com a farinha, em seguida, os ovos batidos e por último a farinha de rosca. Repita a operação ovos e farinha de rosca. Para facilitar esse processo, coloque em cada vasilha a farinha, os ovos e a farinha de rosca e agite os tomates.
Na fritadeira frite-os por cerca de 4 minutos. Se usar uma frigideira funda (com bastante óleo) deixe dourar por inteiro.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Para que tanto esforço?


 Como ser um MEI sem enlouquecer?

Quando comecei este blog, a intenção, além de ganhar algum dinheiro escrevendo, foi discutir os problemas que continuamos enfrentando com o passar dos anos. Para quem acredita que melhora com a idade, não melhora! Sei que muitos me chamarão pessimista, mas tenho motivos para isso, e não vejo esses arco-íris lindos das mensagens pré-fabricadas que me mandam todos os dias.

Vamos a alguns
fatos: sou MEI desde fevereiro deste ano, e por conta disso, pago uma carga de impostos com trabalhos entrando ou não. Mas apenas recentemente tive que tirar uma NF de serviços e procurei a prefeitura de minha cidade para saber o que fazer. Foi quando começou o calvário.

Primeiro queriam me tratar como empresa de portas abertas, o que não sou. Literalmente eu sento diante do computador e escrevo. Esse é o meu trabalho. Me pediram tantas coisas para conseguir a inscrição do município que fui procurar um contador, porque não conseguia entender nada.  E ainda tive que ouvir de uma atendente da prefeitura de Diadema muito malcriada que eu tinha que entender que uma coisa do governo federal não tem nada a ver com o município, como se a cidade estivesse acima da nação.

Para quem é MEI, e já frequentou o portal, sabe que esse processo deveria ser facilitado, pois a lei foi para regularizar o trabalho de profissionais e facilitar a vida do pequeno empreendedor. A costureira, o vendedor de churrasco, e idiotas como eu.

Resumindo uma história muito longa, que durou mais de 50 dias, tive que colocar na linha três contadores, um amigo que perdeu vários dias dentro do poupatempo, e mais um monte de ligações para pessoas a quem eu falava “A” e entendiam “Z”.

Nesses 50 dias me pediram metragem do local de trabalho (como definir a metragem de uma mesa com um computador?), auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, certificado da secretaria de Agricultura (????) e outros absurdos. No meio disso algumas pessoas mais inteligentes me ajudaram muito, pois eu quase enlouqueci. E no fim, quando eu pensava estar tudo certinho... Não! Lá vou eu ligar para a prefeitura e saber o que diabos estava errado, pois ainda não conseguia entrar e tirar uma simples nota fiscal.

Acho que foi nesse momento que alguém falou que bastava de tortura. E um santo fiscal resolveu em menos de 5 minutos um problema que se arrastava há muito.

É claro que não vou comparar a minha cidade com outras ou meu problema com o dos outros, apenas quero demonstrar que não é fácil fazer as coisas certas neste País. Porque em nenhum momento eu pedi benefícios extras, apenas o direito de fazer as coisas sem encontrar paredes no meio do caminho.

Nesse momento fiquei pensando na dona Maria, que vende trufas na saída do Metrô Jabaquara, e vive com medo de que a polícia venha e leve embora o produto do seu trabalho suado, que ela faz para poder sobreviver. Sim! Sobreviver! Porque, assim como eu, a dona Maria tem que procurar brechas, desesperadamente, para poder se sustentar.

Nenhuma de nós está lucrando. Só se esforçando. A questão é: Vale a pena?



segunda-feira, 12 de novembro de 2018

O que a arte tem a ver com os jardins?



Essa é uma pergunta que pode ser respondida com “nada” e “tudo”. A arte, dizem, é a “expressão do belo”. Mas é mais que isso, creiam! A arte é a forma que alguns humanos encontram de expressar sentimentos, impressões sobre a vida, sobre o mundo em que vivem.

Há alguns tolos que já me disseram ser a arte uma inutilidade. Mas são os mesmos tolos que ‘acham’ que filosofia, história, geografia, literatura etc. são bobagens e também são as pessoas que não conseguem manter uma planta viva, porque são incapazes de regar e tratar.

Lamento por essas pessoas, mas acreditar nesse monte de bobagens é jogar no lixo tudo o que a humanidade nos legou de melhor. É não saber e nem querer saber. Mas esse não é o objetivo desse artigo.

Para falar a verdade eu comecei o dia ainda desanimada por essa gripe encruada e pensando em ir a algum museu no próximo feriado olhar uns quadros. No meio da busca para ver algo, me deparei com um artigo que coloca muitos dos museus no centro de belos jardins, como o caso da Pinacoteca do Estado, um belo exemplar arquitetônico que fica na Avenida Tiradentes e tem algumas das obras mais representativas da arte brasileira. Preciso dizer que está no meio de um jardim?

Na mesma região, o Museu de Arte Sacra trás obras do barroco paulista em um prédio preservado. No local um convento de enclausuradas, a sensação de ainda estar no Brasil Colônia e, claro, um jardim.

Do mesmo modo, vários museus de São Paulo (e do Brasil) estão no meio de alguns dos mais belos jardins, que, como exemplares urbanos, devem ser preservados. O Museu do Ipiranga, fechado para reforma há anos e sem previsão, tem um jardim à La Versalhes, e o Museu da Imigração, localizado no bairro do Brás, tem ajardinados lindos.

Um museu existe para preservar qualquer realização humana, seja artística ou memorial, e para isso devem ser visitados e cuidados. Assim como seus jardins. Não podemos mais deixar que o descaso com aquilo que não se entende deixe esses lugares morrerem pelo fogo, pelo desleixo oficial e pela ignorância dos que não querem aprender ou ver.

Nesse feriado de 15 de novembro procure um programa assim e vá com a sua família. Conheça um pouco de arte. Veja algumas antiguidades. Sempre se pode aprender com elas. Caminhe pelos corredores de um museu e sente em seus jardins para apreciar a natureza. Quer dicas? Vá à internet. O Google existe para procurar coisas assim também.

E por favor: jamais seja uma dessas pessoas que acham tudo inútil. Todas as artes (música, pintura, literatura, teatro, cinema, quadrinhos), tudo isso existe para nos mover em frente, porque se não conseguimos aprender as lições deixadas, como podemos evoluir no futuro?

Em tempo: algumas das fotos são de visitas feitas com amigos queridos a museus e exposições nos locais mencionados. Todas valeram a pena! Não serei eu a matar a arte!



domingo, 11 de novembro de 2018

Bolo chiffon porque preciso de algo doce e suave para tirar o amargo de mim


Para começar, vamos explicar para quem não sabe o que é um bolo chiffon. Esse é um bolo muito leve, feito de óleo vegetal, ovos, açúcar, farinha, fermento e, se quiser, algo para dar um sabor (limão, laranja). É uma combinação entre bolo amanteigado e bolo esponja. Diferentemente da manteiga, comumente utilizada em bolos, é difícil aerar o óleo, por isso o bolo chiffon consegue uma textura fofa por bater as claras em neve, e adicionando-as à massa antes de assar.
Os altos teores de óleo e ovos criam um bolo muito úmido, e como o óleo se mantém líquido a baixas temperaturas, essa receita não tende a endurecer como a dos outros bolos. Sendo assim, o bolo chiffon é ideal para coberturas e recheios que necessitem de refrigeração, por isso é delicioso com sorvete.  Mas (vou até fazer rima), o bolo chiffon é fácil e muito bom.
E vamos fazer bolo porque a minha gripe chata está deixando minha boca amarga.

Ingredientes

135 g de farinha de trigo
4 g de fermento químico
35 g de amido de milho
110 g de gemas
80 g de açúcar
100 g de óleo de canola
100 g de suco de limão
40 g de água
Raspas finas de um limão
330 g de claras
2 g de sal
1 g de cremor tártaro (vai dar mais maciez ao bolo)
50 g de açúcar

Preparação

Preaqueça o forno a 180ºC e separe uma fôrma de bolo com furo central, de 24 cm bem limpa.
Peneire a farinha de trigo, o fermento, o amido e reserve.
Bata na batedeira as gemas com os 80 g de açúcar, até ficar claro e leve. Acrescente o óleo, aos poucos, até criar uma emulsão (esse processo é parecido com o de fazer maionese).
Adicione então o suco de limão, a água, as raspas de limão e misture. A seguir, coloque os ingredientes secos peneirados (de uma vez só) e bata por 1 minuto, parando para raspar as laterais.
Em outra tigela da batedeira, bata as claras com o sal e o cremor tártaro até que comecem a criar picos e, só então, acrescente os 50 g de açúcar, aos poucos.
Quando os picos estiverem ligeiramente firmes, pare de bater e comece a incorporar as claras à mistura de gemas.
Deposite a massa na fôrma e puxe um pouco da mistura para as paredes. Leve ao forno preaquecido por cerca de 50 minutos.
Retire do forno e desenforme com cuidado. Polvilhe açúcar de confeiteiro. Bom apetite.



quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Sopa de cebola, um clássico que me remete ao Ceasa



Pensei em passar a receita de sopa de cebola porque estou com uma gripe chata e essa sopa sempre me reconforta. Mas, ao mesmo tempo tenho lembranças sobre essa sopa. A primeira é de uma amiga que torceria o nariz para isso, já que odeia cebola.

Mas a memória melhor é de quando trabalhava em uma empresa de refeições industriais e nos tempos de inverno arrumava um jeito de ir com uma colega ao Ceasa, e enquanto abasteciam as cargas de verduras e legumes da semana, íamos mandar brasa e comer sopa de cebola. A do Ceasa é famosa, e essa receita (confesso!) eu peguei de um site de receitas.

Mas é uma sopa simples de fazer e deliciosa, para quem gosta de cebola.

Ingredientes

500 g de cebola cortada em rodelas grossas
60 g de manteiga
Uma colher de sopa de farinha de trigo
½  litro de caldo de carne**
Uma colher de sopa de açúcar
1 litro de água
Tomilho
Sal e Pimenta do reino a gosto
Um pão amanhecido cortado em cubos
200 g de queijo parmesão ralado grosso

Preparação

Numa panela alta, derreta a manteiga. Jogue as cebolas na panela e misture regularmente para evitar que se queime. Caso grude no fundo da panela jogue um pouco de água. Continue mexendo até dourar bem.
Coloque delicadamente a farinha (não jogue tudo de uma vez) e misture. Em seguida, a água, o caldo de carne**, o açúcar, o tomilho, sal e pimenta.
Cubra com a tampa e deixe cozinhar em fogo médio por 45 minutos.
Após isso, despeje a sopa em formas individuais que possam ir ao forno. Coloque alguns pedacinhos de pão endurecido e cubra com queijo ralado.
Coloque as formas no forno cerca de 10 minutos, ou até o tempo necessário para que o queijo gratine. Sua sopa está quente e prontinha!

** Vou fazer este adendo, porque, como hipertensa, não como caldo em cubinhos industrializados, mas sempre deixo caldo de carne pronto em meu freezer. É simples: cerca de meio quilo de músculo, ponha para selar em uma panela com um pouco de azeite e uma pitada de sal. Depois de bem selada a carne, ponha água até cobrir e deixe cozinhar até reduzir pela metade. Reserve esse caldo e congele em pequenos recipientes. Quando precisar é só descongelar e misturar água quente para acabar de diluir.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Cultivo de Orquídeas em Troncos


Voltando ao assunto das orquídeas

Ainda estou triste pela morte de um amigo que andava trocando ideias comigo sobre o cultivo de orquídeas. Aprendi várias coisas com ele e sei que essas flores delicadas (que devem ser compradas de cultivadores e nunca retiradas da natureza!) podem ser cultivadas em vasos. Mas aprendi em alguns lugares que também podem ser colocadas em troncos. E depois que vi algumas acreditei que eles deveriam ficar sempre ali. É o habitat da maioria das orquídeas.

Espécies que crescem em troncos são chamadas ‘epífitas’ e se desenvolvem usando outras plantas como suporte. E entendam isso muito bem: as outras plantas são apenas suporte e as orquídeas não são parasitas como algumas pessoas pensam. Elas não sugam a planta hospedeira, nem a prejudicam de maneira alguma.

 As orquídeas são muito utilizadas em jardins, plantadas em troncos de arvores e palmeiras. As mais comuns são as “olho de boneca” ou Dendróbio. Devido à sua rusticidade, elas formam verdadeiras touceiras, com inúmeras flores. Ficam lindas mesmo!

Espero ajudar com essas dicas as pessoas que desejam fazer o mesmo, e pedir que nos ajudem a não deixar suprimir árvores (nem das matas nem das cidades) e, se possível, plantar uma orquídea em algum tronco. Você verá que até um pedaço de madeira (de verdade, não os MDFs da vida) servem para isso.

Escolha um local

A orquídea é uma flor temperamental e “escolhe” o lugar onde quer crescer, e não o contrário. Portanto, se você quer colocar aquela orquídea linda, cheia de flores, na mesa de centro da sala para mostrar para a visita, conforme-se. Pode ser que a  flor não goste deste local. Ela vai demonstrar isso pela coloração de suas folhas, pela sua taxa de crescimento, duração das flores. A florada costuma durar mais de um mês em algumas espécies. Se ela acabou de florir e suas flores começarem a murchar, você colocou sua orquídea no lugar errado.
Se ela não estiver gostando do local onde você a colocou, troque de lugar, até ela se adaptar.

Dica: elas gostam de lugares iluminados, mas sem luz do sol direta. Vento demais também não é bom. Lembre-se que as orquídeas originalmente vivem em troncos de árvores, em locais sombreados e úmidos, protegidos do vento em excesso.
Ao ar livre elas também vão muito bem, desde que estejam protegidas do sol e vento em demasia.

As primeiras experiências do meu amigo

De acordo com ele, as primeiras mudas eram deixadas em vasos no parapeito da janela da lavanderia.
Após comprar mudas e achar um lugar que elas gostassem ele decidiu fazer experiências. Especialmente com coisas que já tinha visto, como ver as orquídeas crescendo em troncos, e produzindo flores às pencas. Mas, no caso dele, que morava em apartamento, como conseguir isso? Bem, primeiro ele teve que conseguir um tronco. Sim, era um tronco pequeno e leve, que ele prendeu com arame e pendurou, fazendo o plantio. Tirou a muda do vaso e o substrato (que era xaxim moído, hoje proibido), envolveu as raízes da muda no tronco e prendeu com barbante. Molhava sempre que passava por perto com um borrifador.

Dica: compre um borrifador só pra este fim. Não reutilize aqueles que contiveram um dia algum produto de limpeza, pois eles são tóxicos para as orquídeas.
Aí vieram os aprendizados com erros e acertos
O acerto foi colocar a planta num local claro, com iluminação indireta, com regas constantes com borrifador.

Os erros... Descobrir que jamais se deve colocar a planta no tronco sem nenhum substrato, ou seja, deixando as raízes expostas. As orquídeas necessitam de umidade. Suas raízes devem estar sempre em contato com a umidade (não encharcadas). Mesmo com regas frequentes, as raízes acabavam ficando secas. O barbante usado nas primeiras tentativas era fino o que acabou machucando a planta durante o crescimento

 Escolha o tronco

Normalmente se compra a orquídea florida, mesmo porque queremos conhecer a flor, sua forma, cor, perfume, antes de levar a planta pra casa. Não transplante a orquídea nesta fase. Deixe as flores caírem para só então mexer em seu vaso.
Isso porque após a florada, ela entra na fase vegetativa, ou seja, começa a desenvolver as folhas, brotos e raízes. É o início da preparação para a próxima florada e o crescimento está a todo o vapor.
Para ter as orquídeas em troncos, o mais prático é plantar em árvores. Mas se você não tem nenhuma por perto, não fique triste. Pode usar troncos secos, que podem ser obtidos no chão de florestas, restos de podas, madeireiras, ou mesmo em lojas de materiais de construção, pois é muito comum utilizar troncos como escora para lajes em construção. Neste caso, não utilize troncos que liberem resinas, como os de pinus. As orquídeas não se dão bem com resina e suas raízes não se fixam. Também não adianta tentar plantar naqueles troncos que imitam xaxim, que são feitos de fibra de coco compactada com cola. Qualquer base que contenha produtos químicos, as orquídeas não se adaptam.
Existem placas feitas com fibra de coco, sem adição de cola, que podem ser usadas. É fácil notar a diferença na hora de comprar: as placas feitas apenas com fibra de coco são leves e bem porosas.

Fixe o tronco em um vaso

Se você não tem uma árvore e optou por um tronco para colocar a orquídea, tente fixa-los dentro de vasos grandes e enchê-los de terra. Assim, além das orquídeas, você poderá preparar um vaso misto, com outras plantas na base. Mas lembre-se que as orquídeas não gostam de sol direto, então você deve escolher uma planta de sombra para plantar junto. Pode até colocar hortelã, que também não é amiga de solão e vento. Ou alguma bromélia. Também amiga dos troncos, as bromélias ajudam o desenvolvimento das orquídeas.

Espécies de orquídeas indicadas e transplantes
Para iniciantes, a melhor espécie é a Phalaenopsis, pois é forte e resistente, gosta de calor, apesar de não gostar de sol direto. Desenvolve raízes rapidamente, além de suas flores serem maravilhosas. Resiste bem à falta de umidade. Quando a planta está bem adaptada, pode-se passar uma semana ou mais sem molhá-la, e ela continua linda e forte.

Orquídea do gênero Oncidium tem belas flores amarelas e que se adaptam bem aos troncos. Também as do gênero Dendrobium ou ‘olho de boneca’. Seu cultivo também é fácil, mas requer bastante umidade.

Para transplantar deve-se tirar a orquídea do vaso e envolver as raízes com substrato e tudo com um pano fino como a gaze usada em curativos ou fibras de cordas (sem resinas), com tramas abertas, que devem ser amarradas ao tronco, deixando a muda na vertical. Dessa maneira a orquídea não vai sofrer muito com a transição, pois está envolvida pelo substrato, suas raízes não ficam expostas e é muito mais fácil manter a umidade.

As regas devem ser constantes (sempre que o substrato estiver seco). A frequência vai depender da rapidez que o substrato seca. Se você deixar o substrato secar às vezes, tudo bem, ela vai crescer, mesmo que seja um pouco mais lentamente.

O tempo para a orquídea pegar vai variar de acordo com a espécie, mas em geral demora mais de um ano. Não desista. A recompensa virá em forma de flores!


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

O dia em que o ônibus não será humilhante


Na verdade este artigo deveria ser: “o dia em que não seremos mais humilhados”. Porque isso é o que vejo acontecendo todo santo dia!
Desculpem-me as pessoas religiosas, que dizem que a gente está pagando alguma pena para ir a algum lugar melhor, ou pessoas que acreditam que as coisas mais difíceis são as melhores, mas eu digo que já não é fácil e não precisamos que dificultem mais ainda.

Durante estes dois meses em que tive de me deslocar por cerca de duas horas entre a minha casa/escritório e o meu local de trabalho, do outro lado de São Paulo, voltei a passar por coisas que não vivia desde meu tempo de emprego fixo: um transporte coletivo desrespeitoso com o usuário.
Senão vejamos: todos os dias tomava ônibus no terminal de Piraporinha em direção ao Jabaquara. 

Uma linha que faz ponto inicial e final ali. Mas, mesmo assim, os ônibus sempre saem superlotados da estação, já que o intervalo que está nas placas é ilusório. Em plena hora do rush, os tais 10 minutos em média não existem. Já cheguei a ficar mais de 30 minutos esperando para conseguir entrar. Nem vou falar sobre ir sentada.

Na hora da volta (Jabaquara - Piraporinha) é pior ainda. Já fiquei mais de uma hora em pé, esperando por um ônibus que nunca chega, e quando chega, as pessoas avançam como se aquele fosse o último carro, o que a empresa (Metra), incompetentemente faz com que todos acreditem. Gostaria de saber onde eles fizeram a pesquisa de satisfação, porque não pode ter sido com os usuários nas horas de rush.

Eu poderia dar um desconto, e dizer que nas horas de rush é difícil mesmo, mas isso seria concordar com a ineficiência de quem faz a gestão do transporte coletivo. Lembro que havia duas linhas que iam ao Jabaquara antes da Metra entrar com o corredor exclusivo. Essas linhas foram suprimidas após a entrada da Metra. Minha pergunta é: por quê? A população diminuiu? É claro que não. Mas, assim como tudo que envolve prestação de serviços à população, temos o subdimensionamento. E a população que se vire com o desrespeito.

O Metrô? Também deveria estar triplicado. E o primeiro imbecil que disser que a privatização é a saída, eu mostro a porcaria da linha amarela, que vira cachoeira em dia de chuva e que é paga com o dinheiro das outras linhas, que não são privatizadas. Mas, nesses dois meses, pegando a linha azul (que não é a pior), não pude me queixar muito, pois foram poucos os problemas e as soluções foram rápidas.

Se eu fiz reclamações? Certamente que fiz. Mas caí na mesa das respostas padrão dadas pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e da Metra, empresa que administra as linhas do corredor ABD. “Houve um problema que acarretou esse ‘atraso’ pontual”; “as saídas de carros têm espaçamento padrão entre elas”; “desculpe pelo transtorno, mas o carro bateu” (como um carro bate em corredor exclusivo?).

O que me resta? Colocar isso em um artigo e esperar que muita gente leia, compartilhe, e que juntos tenhamos a força para exigir que não sejamos humilhados enquanto nos deslocamos para o nosso trabalho e nossa casa.

Nestes dois meses aturei a superlotação que muita gente tem que conviver todo santo dia. Aguentei os ônibus sujos, a tarifa que está muito acima do que vale. Aguentei gente tomando café em cima de mim quando eu dava a sorte de ir sentada.  E aguentei tudo isso até o último dia do meu contrato, quinta-feira, 1º de novembro de 2018, Dia de todos os Santos. E nem todos eles nos valeram contra o desrespeito.

ÀS 18h30 subi até a plataforma da linha 289 e percebi, na hora, que algo estava errado. Nenhuma das plataformas tinha ônibus e todas as três estavam superlotadas, com filas descendo pelas escadas. Me armei de paciência e entrei quando pude. Mais de 40 minutos depois aparece o primeiro ônibus (graças aos céus) na minha plataforma. Algo me disse para entrar e ir em pé mesmo. Foi após entrar que o bicho pegou!

Uma verdadeira horda de gente desesperada pra sair dali invadiu o ônibus, que só conseguiu sair da plataforma uns 15 minutos depois de haver entrado. E pelo caminho, muitos pontos lotados e o ônibus em que eu estava sem conseguir parar porque não havia mais um milímetro desocupado.
Pelo caminho uns dez trólebus parados na via, porque, aparentemente, no único dia seco da semana, caiu a linha de transmissão. Voltando à incompetência, pergunto: porque a empresa, com muitos carros a diesel e outras fontes de energia não colocou alguns extras para substituir os veículos parados?

A resposta é simples: porque o cliente continua a pagar pela humilhação e pelo desrespeito. E que Deus nos ajude, porque essa ladeira descendente ainda não terminou.
Em tempo: as fotos são minhas, feitas entre um esmagamento de dedos e outro. E na vida real, não tem graça nenhuma.


domingo, 4 de novembro de 2018

Frango Tandoori com iogurte



Hoje comecei meu dia colocando em ordem a casa, que estava muito, mas muito zoada mesmo. Trabalhar em um lugar distante não deixa muito tempo para essas coisas da casa que precisamos fazer.

Mas hoje, especialmente, fiquei com vontade de fazer um franguinho diferente para o domingo. Fui desencavar minhas receitas e achei esta, de origem indiana, ótima para ser servida com arroz branco.

Dizem que a origem do frango tandoori está associada a refugiados indianos que saíram do Paquistão após a partilha de 1947. Um chef chamado Kundan Lal Gujral, sempre tentava novas receitas, especialmente de frango. Certo dia tentou cozinhar em tandoors (fornos de barro em forma de sino) utilizados pela população local para fazer pão naan. E foi assim que surgiu o Frango Tandoori, que agrada paladares mundo afora até hoje.

Nem preciso dizer que essa receita é cheia de especiarias, mas você consegue encontrar o tempero tandoori pronto em bons mercados. Mas se quiser fazer, no final tem os ingredientes a serem misturados. Bom apetite.

Ingredientes

Um iogurte natural (pequeno)
10 g de tempero tandoori (ver observação)
5 g de gengibre
50 ml creme de leite
200 g de frango
Sumo de 1/2 limão (galego sem sementes ou Taiti bem suculento)

Preparação

Prepare a marinada: faça cortes leves sobre o frango e coloque em uma tigela funda. Acrescente o iogurte, o creme de leite, o tempero e o gengibre. Misture bem.
Cubra com papel filme  e deixe na geladeira durante 1 hora (se puder deixar de um dia para o outro, melhor).
Numa frigideira pré-aquecida despeje o frango marinado. Deixe cozinhando por 10 minutos (em média). Junte o sumo de limão e misture novamente.
Verifique se o frango está cozido. Sirva com arroz

Tempero Tandoori: É uma mistura de tempero que leva gengibre, alho, pimenta-malagueta, cardamomo, pimenta-preta, flor de cravo,  canela, cúrcuma, carmim, cominho,  noz-moscada. Ou ainda gengibre fresco, coentro, cominho, páprica, sal, noz-moscada, canela e cravo. Se quiser avermelhar mais o prato, use açafrão.





sábado, 3 de novembro de 2018

Voltando à prancheta de estudos



Quem realmente acompanha o meu blog sabe que não é feito só de receitas, plantas e defesa da natureza, orgânicos etc. Quem acompanha de verdade sabe que, muitas vezes, usei meu espaço para compartilhar ideias não preconcebidas, mesmo que em formato de receitas.

Este artigo, escrito ao final de uma semana bem difícil, na qual ouvi e vi muitas coisas feias, é escrito com o coração partido de quem, mais uma vez, não sabe aonde vai, mas quer compartilhar onde esteve e o que fez.

Quero falar, entre as receitas, as hortas, e as árvores, sobre a experiência de trabalho que eu tive; as dificuldades de ser microempreendedora individual (MEI); sobre tomar transporte coletivo todos os dias para o trabalho; sobre direitos e deveres.

Para começar, vamos falar de contratos e deixemos claro que isso de criar as condições de MEI tem que ser muito bem pensada. Não esqueça de que os impostos, despesas etc. são por sua conta e que você virou uma empresa e precisa ter lucro.

Meu contrato mais recente teve uma proposta de pagamento razoável, mas... Pensemos:


1-      Tive que abrir uma conta bancária do MEI, mesmo que eu, e apenas eu seja o MEI. Ou seja, despesas com pacote de tarifas bancárias, sem falar em todos os vai e vens para aprovação de cadastro e uma agência bancária que nunca está disponível quando se precisa;
2-       Entre minha casa e o local do trabalho tenho que pegar ônibus e metrô, que mesmo com o desconto dá $ 71, por semana;
3-       Você precisa se alimentar fora de casa, porque o contrato tem que ser cumprido na empresa que contratou, o que dá mais uns $ 120 por semana se você for a lugares baratos e não tomar sucos ou água.

Nem vou falar em despesas extras como café, ou roupa para trocar no trabalho, já que o esporte favorito dentro dos ônibus que saem de Diadema é tomar café em cima das pessoas em ônibus superlotados (falaremos disso em outra ocasião), mas... fizeram contas básicas? São $ 800 pratas, mais ou menos que você vai gastar do seu bolso, já que como contratado você não tem os direitos a vale refeição ou transporte.

E além disso, você tem os impostos e taxas mensais, que você paga trabalhando ou não. É tudo sobre “lucro presumido”. Ou seja, se seu contrato não for bem remunerado, você vai pagar para trabalhar, porque a conta de luz e água de casa você é quem paga; a internet para trabalhar; o aluguel, despesas pessoais com vestimenta, médico, dentista.

E no fim de tudo, quero que você pense: EU SOU UMA EMPRESA E PRECISOTER LUCRO.
E aí? Meditou sobre essas poucas coisas que contei sobre ser MEI? Se pensou, você chegou à mesma conclusão que eu. Não é fácil; não é simples; e tem alguém se dando bem com isso, mas não sou eu, porque ainda acho que estou pagando para trabalhar.

Duas vidas ou uma só basta?

Duas vidas ou uma só basta? : Não me lembro de quem foi que disse a frase: “deveríamos ter duas vidas, uma pra ensaiar e outra para represen...