Uma região de São Paulo sempre teve grande atrativo para mim: a Liberdade.
Gosto de passear por ali por causa de alguns conjuntos
arquitetônicos bem preservados.
Há uns tempos escrevi sobre a capela dos Aflitos e do cemitério,
que eu já descrevi em post que pode ser lido aqui
Já escrevi várias vezes sobre as histórias de alguns dos
heróis esquecidos que foram enterrados aqui.
O mais ilustre é o Chaguinhas, que só quem conhece a
Liberdade sabe quem é.
Mas vamos a uma breve narrativa, que mostra a injustiça
cometida, desde sempre, contra os pobres, negros, indígenas e outros “invisíveis”
do país.
Em 27 de julho de 1821, sob o governo do tenente-coronel
Bento Alberto da Gama e Sá, abrigava-se no velho quartel da Rua de Santa
Catarina o Primeiro Batalhão de Caçadores, parte da guarnição, composta ao
todo de um regimento.
Nesse quartel, teve origem a Revolta nativista, onde os
amotinados reivindicavam salários com atrasos de cinco anos e igualdade no
tratamento de soldados brasileiros e portugueses.
A sentença do Chaguinhas e José Joaquim Cotindiba foi a pena
de morte pela forca.
Chefiada por Chaguinhas e outros seis soldados, os
amotinados atacaram uma embarcação de bandeira portuguesa, fato que causou o
prisão de seus líderes, Chaguinhas, Cotindiba, sargento José Corrêa, o furriel
Joaquim Roiz, os soldados José Maria Ramos e José Joaquim Lontra e o cabo
Floriano Peres.
Francisco das Chagas e Cotindiba foram os únicos que
seguiram presos para São Paulo, aparentemente pelo fato de serem os líderes do
motim.
Mesmo que o fato tenha sido contestado pelos irmãos Andradas
(José Bonifácio, Martim Francisco e Antônio Carlos) que queriam tentar a
salvação dos soldados de sua terra.
Não adiantou e os dois foram mortos pela forca...
Chaguinhas tornou-se um “Santo Popular”, e até hoje a capela
dos Aflitos, único remanescente do cemitério dos pobres, indígenas, negros e
condenados injustamente lembra essa história.
Pois bem, ontem eu consegui por uma dessas sortes, entrar na
capela e fotografar suas estruturas e altares.
Não colocarei todas as fotos, pois são muitas, mas algumas
darão a ideia de outros tempos.
Mas não se enganem.
Esses tempos em que pobres, negros, indígenas, escravizados
viveram não terminaram.
Quem tiver olhos para ver, que veja.
Eu, por minha vez, pedi ao “santo”, que olhasse pelos muitos
que estão abandonados à própria sorte.
Espero que gostem de minhas pobres imagens.
E me perdoem. As fotos são de um celular e na pequena capela, de 5 por 4 metros, mais ou menos, não fornece bons ângulos.
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