sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Semana de Arte Moderna e a ignorância atual

 


Vou aproveitar meu espaço e comemorar os centenários importantes dos próximos dias.

Começando com a Semana de Arte Moderna de 1922, cujo centenário começa domingo, dia 13 de fevereiro, e termina dia 17.

Há pessoas que não acharão isso importante.

Estamos no Brasil, onde biblioteca, sala de concerto e museus são depreciados.

Tem gente que fala com orgulho que nunca foi a nenhum desses lugares.

E nós sabemos aonde isso chegou.

Precisamos reverter esse quadro urgentemente!

Não quero falar muito aqui da semana em si, mas direi que foi um marco na cultura brasileira.

Quebrou estruturas engessadas e influenciou diversos movimentos depois que aconteceu.

Como redatora, eu chamo a atenção para a literatura, que mandou lenha na escola parnasiana.

Para quem não sabe os parnasianos valorizavam a forma e a linguagem culta, de versos perfeitos.

Os modernistas estavam cansados de rimar amor com flor.

Eles queriam novas estruturas em todos os pontos da arte.

Mostrar que se fazia algo diferente e muito belo sem seguir uma regra.

Como eu, agora, estou cansada de escrever levando em conta os malditos SEO e copywriting.

Esses dois monstrinhos engessantes que se prendem a títulos chamativos e textos mal escritos que não dizem nada.

Tento muito fazer algo mais consistente e pago o preço.

Atualmente as pessoas pensam que sabem de algo.

Não têm ideia de quanto é cansativo ouvir os chavões de sempre.

Eu lamento, porque as pessoas não percebem a importância da arte em tudo.

Não se trata de fazer boa música, ou pintar e esculpir de modo inovador.

Trata-se de fazer algo inovador.

De usar a imaginação, de ser criativo na hora de fazer tudo!

Curiosidades Sobre A Semana De Arte Moderna de 1922


Para quem não sabe, as críticas de Monteiro Lobato à mostra de Anita Malfatti em 1917 deram motivos para artistas de todas as vertentes se unissem e realizassem a Semana de Arte Moderna de 1922.

Essa mostra é aclamada como Primeira Mostra Modernista e foi influenciada pelos Movimentos Cubista, Futurista e Expressionista.

A desaprovação de Monteiro Lobato, com o título “Paranoia ou mistificação?”, chama os modernistas “cérebros transtornados por psicoses”.

O escritor dizia que “todas as artes são regidas por princípios imutáveis”.

Não quero comparar, mas parecem os nazis falando de “arte degenerada”.

Afinal se os princípios fossem imutáveis nunca iríamos à parte alguma...

Curiosamente, Tarsila do Amaral, chamada de primeira-dama do modernismo não participou da Semana, pois estava estudando na Europa.

Seu quadro “Abaporu” é até hoje usado como símbolo do modernismo nas artes.

Semana de Arte Moderna de 1922

Concebida por Oswald de Andrade (Manifesto Antropofágico) e Mario de Andrade (Macunaíma), a semana desconstruiu estruturas arcaicas da literatura.

O catálogo do evento foi criado pelo pintor Di Cavalcanti.

A Semana de 22, que aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo.

Ela representou a segunda “independência” do País, mas na esfera das artes.

Participaram da Semana:

Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Yan de Almeida Prado, na Pintura e no Desenho;

Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm Haarberg, na Escultura;

Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, na Arquitetura;

Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, na Literatura;

Villa-Lobos e Guiomar Novais, na Música.

Modernismo: Vá, veja, ouça

O Modernismo Brasileiro se caracterizou por buscar criar uma Arte genuinamente nacional e por romper com o Academicismo, leia-se, Parnasianismo.

Apesar da resistência inicial, a Semana de Arte Moderna de 1922, quebrou padrões e, assim, influenciou a cultura brasileira.

As comemorações dos 100 anos acontecerão em diversos locais e até na TV tem programação especial.

Na Pinacoteca do Estado a mostra ‘Modernismo. Destaques do acervo’ reúne 134 trabalhos de artistas ligados à Semana de Arte Moderna e ficará em cartaz de 22 de janeiro até 31 de dezembro no prédio da Luz. (Praça da Luz 2, São Paulo, SP).

A Pinacoteca de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, celebra os 100 anos da Semana de Arte Moderna com a mostra Modernismo. Destaques do acervo. Exposição ficará em cartaz até 31 de dezembro de 2022 no edifício Luz.

O público poderá conferir também  Antropofagia, Tarsila do Amaral; Autorretrato, Victor Brecheret; Bananal,  Lasar Segall; Casal na Varanda, Cícero Dias; Dois Irmãos, Ismael Nery; Portadora de Perfume, de Victor Brecheret, entre outros.

Já a TV Cultura estreia nesta sexta (11/2) uma série de minidocumentários de dois minutos e meio sobre a Semana de Arte Moderna, que serão inseridos durante a programação.

 

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