quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Vamos todos morrer na nuvem negra?


Sim. Essa é a verdade. Nós todos vamos morrer algum dia, e quanto a isso nada podemos fazer. Mas resta saber como vivemos e o que fazemos com as nossas vidas. Não vou ficar aqui falando em danação do inferno, porque as pessoas que têm alguma consciência já chegaram à conclusão de que o inferno é aqui mesmo.

Esta semana vivemos um mini apocalipse e, guardadas as proporções, só os mais conscientes perceberam. Parte do estado de São Paulo ficou encoberta por uma nuvem de fumaça tão densa que o sol se apagou.

Fenômeno meteorológico, diziam alguns, mesmo diante da certeza de que aquilo era fumaça das queimadas da destruição da Amazônia e do centro-oeste brasileiro. E para quem quiser ouvir (ou ler), o número de queimadas nessas regiões aumentou 82% em relação ao ano passado. Ou seja, estamos mais destrutivos.

Nessas horas me pego pensando em como as pessoas são más. Mesmo diante da verdade de que elas estão destruindo tudo e matando tudo e todos elas não param. Continuam a espalhar mentiras porque acreditam que ter o poder é mais importante.

Chegará o dia em que não vai adiantar ter esse poder, porque não haverá mais nada o que submeter, já que tudo foi destruído. Vou parecer disco riscado, mas usar toneladas de agrotóxicos não vai colocar mais comida na mesa de ninguém, vai é matar a terra, a água, os animais, as pessoas. E no dia em que tudo morrer, sobre quem o poderoso irá exercer ser “poder”?

Olho para a sanha dos nossos governos, concedendo aos feitores de escravos um chicote, e tudo o que vejo são moleques que veem os vizinhos com um brinquedo que eles querem para si, e na incapacidade de tê-lo querem destruir, porque, “se não é meu, não pode ser de ninguém”.

Gostaria de saber se um dia os moleques crescem, mas não creio. Pelo menos não esses moleques arrogantes que fazem as políticas do país. Triste, mas verdade. Essas pessoas estão tão preocupadas em manter o poder que se esquecem de como chegaram lá. Esquecem-se de seu eleitor, daquele que precisa ser defendido.

Mas pior que isso é o eleitor, que continua perpetuando essa situação, sem reagir, como refém com síndrome de Estocolmo. Ou como cúmplice, que vê tanto mal acontecer e não faz nada porque espera que outros façam por ele, ou pior, concorda com as ações.

Em meu apelo, apenas peço que acordem, porque estamos sendo mais roubados que nunca. Tudo o que foi conquistado está sendo usurpado. Mas não se importem, porque vamos todos morrer.E digo mais: não acreditem naquilo que esses poderosos dizem. 
Aquela nuvem não era uma nuvem de chuva, porque ela não se dissipou com a precipitação, ela continuou se espalhando até que o vento a levou a outras partes. 

Queria terminar com essa frase, mas Caetano me veio à mente durante todo este dia, enquanto eu colocava meu nome em abaixo-assinados (nos quais nem creio mais), tentava manter alguma dignidade no meu trabalho, e respirava fundo para ir adiante com a minha vida.
“Enquanto uns homens exercem seus podres poderes, morrer e matar de fome, de raiva ou de sede”…


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, sua opinião é sempre bem-vinda!

Duas vidas ou uma só basta?

Duas vidas ou uma só basta? : Não me lembro de quem foi que disse a frase: “deveríamos ter duas vidas, uma pra ensaiar e outra para represen...