Sim.
Essa é a verdade. Nós todos vamos morrer algum dia, e quanto a isso nada
podemos fazer. Mas resta saber como vivemos e o que fazemos com as nossas
vidas. Não vou ficar aqui falando em danação do inferno, porque as pessoas que
têm alguma consciência já chegaram à conclusão de que o inferno é aqui mesmo.
Esta semana
vivemos um mini apocalipse e, guardadas as proporções, só os mais conscientes
perceberam. Parte do estado de São Paulo ficou encoberta por uma nuvem de
fumaça tão densa que o sol se apagou.
Fenômeno
meteorológico, diziam alguns, mesmo diante da certeza de que aquilo era fumaça
das queimadas da destruição da Amazônia e do centro-oeste brasileiro. E para
quem quiser ouvir (ou ler), o número de queimadas nessas regiões aumentou 82%
em relação ao ano passado. Ou seja, estamos mais destrutivos.
Nessas
horas me pego pensando em como as pessoas são más. Mesmo diante da verdade de
que elas estão destruindo tudo e matando tudo e todos elas não param. Continuam
a espalhar mentiras porque acreditam que ter o poder é mais importante.
Chegará o dia
em que não vai adiantar ter esse poder, porque não haverá mais nada o que
submeter, já que tudo foi destruído. Vou parecer disco riscado, mas usar
toneladas de agrotóxicos não vai colocar mais comida na mesa de ninguém, vai é
matar a terra, a água, os animais, as pessoas. E no dia em que tudo morrer,
sobre quem o poderoso irá exercer ser “poder”?
Olho para a
sanha dos nossos governos, concedendo aos feitores de escravos um chicote, e
tudo o que vejo são moleques que veem os vizinhos com um brinquedo que eles
querem para si, e na incapacidade de tê-lo querem destruir, porque, “se não é meu,
não pode ser de ninguém”.
Gostaria de
saber se um dia os moleques crescem, mas não creio. Pelo menos não esses
moleques arrogantes que fazem as políticas do país. Triste, mas verdade. Essas
pessoas estão tão preocupadas em manter o poder que se esquecem de como
chegaram lá. Esquecem-se de seu eleitor, daquele que precisa ser defendido.
Mas
pior que isso é o eleitor, que continua perpetuando essa situação, sem reagir,
como refém com síndrome de Estocolmo. Ou como cúmplice, que vê tanto mal
acontecer e não faz nada porque espera que outros façam por ele, ou pior,
concorda com as ações.
Em
meu apelo, apenas peço que acordem, porque estamos sendo mais roubados que
nunca. Tudo o que foi conquistado está sendo usurpado. Mas não se importem,
porque vamos todos morrer. E digo mais: não acreditem naquilo que esses poderosos dizem.
Aquela nuvem não era uma nuvem de chuva, porque ela não se dissipou com a precipitação, ela continuou se espalhando até que o vento a levou a outras partes.
Queria
terminar com essa frase, mas Caetano me veio à mente durante todo este dia,
enquanto eu colocava meu nome em abaixo-assinados (nos quais nem creio mais),
tentava manter alguma dignidade no meu trabalho, e respirava fundo para ir
adiante com a minha vida.
“Enquanto uns
homens exercem seus podres poderes, morrer e matar de fome, de raiva ou de
sede”…
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