Hoje acordei pensando na natureza. Não apenas nos milhões de
acres sendo queimados na Amazônia, ou na Mata Atlântica sendo ameaçada por um
monte de gente que não consegue ver alguma coisa em pé sem querer destruí-la.
Acordei pensando em todas aquelas pessoas que fazem barulho sem se importar com
a paz à qual os vizinhos têm direito. Acordei pensando naqueles que jogam lixo
pelas ruas sem se importar com nada.
Acordei pensando naqueles pretensos “defensores da causa
animal”, que insistem em nos deixar as fezes dos seus bichinhos espalhadas
pelas calçadas; ou mesmo aqueles que recolhem e deixam seus saquinhos nas ruas
para serem levados pela enxurrada.
Acordei pensando na árvore que um “cidadão de bem” do meu
bairro cortou sem autorização de nenhum poder público, e que ficará por isso
mesmo, já que o poder público da minha cidade, governada pelo “partido verde”,
suprime árvores históricas para dar lugar a um estacionamento.
Acordei pensando no abacateiro com mais de 50 anos, cortado
sem motivo algum da praça do meu bairro; da área verde que deu lugar ao
condomínio em nome de uma compensação que a gente nunca viu; das torres de
apartamentos que tiraram outra área verde; de todas as árvores tiradas das ruas
da minha região sem que nada viesse. Perdemos o bem-estar... ganhamos a
violência.
Porque estou falando nisso? Porque estamos sendo
irresponsáveis com tudo à nossa volta. Estamos fabricando toneladas de lixo e
fugindo à nossa responsabilidade de lutar por uma destinação melhor para tudo.
Porque quando vemos alguém lutar de verdade por um mundo melhor ficamos
bancando os cínicos ou, pior (!), inventando mentiras sobre as pessoas que só
tentaram chegar a isso.
Vi tantas barbaridades escritas ou faladas sobre uma garota
que apenas disse: vocês estão ferrando com tudo! E porque essas pessoas
falam? Porque são más. Porque sabem que estão ferrando tudo ou ajudando a
ferrar. Não são apenas preguiçosos que não se mexem para ajudar, mas que abrem
suas bocas sujas e usam redes sociais e outras mídias para jogar nojeiras no
mundo todo.
Hoje fui levar meus recicláveis na casa de um vizinho que é
catador, e, no caminho, alguém me perguntou porque faço isso. Eu apenas
respondi que sei que é pouco, mas não me custa nada separar e limpar os
recicláveis e levar para alguém que vai triar e fazer o restante do processo. E
isso é o que posso fazer numa cidade que jamais se preocupou em reciclar
verdadeiramente.
Ouço idiotas falando na TV que pouco se importam com árvores
ou animais, mas eles deveriam ser mais claros quando dizem isso, porque eles na
verdade estão dizendo que pouco se importam com a vida, com o bem-estar, com o
próximo e, sim, com eles mesmos.
Foi quando me veio à mente os protetores ancestrais da
natureza. As entidades indígenas; africanas; europeias. Os Anhangás e Curupiras;
os Oxossis as Ossanhas; os caboclos; os santos; os elfos. E nisso pensei que
para combater tanta gente má, nada melhor que alguém que vai realmente castigar:
Anhangá era chamado de demônio porque castigava caçadores e predadores
(humanos) da natureza.
Venha Anhangá, mas não se limite às matas. Tire essas
pessoas más da minha cidade, do meu estado, do país, do mundo.
Em tempo: uma pequena cidade da Grande São Paulo desmatou 14
hectares de mata Atlântica no ano passado. Uma cidade onde nascentes de rios
importantes podem se perder por conta desse impacto, porque essas árvores
(assim como as da Amazônia), protegem os mananciais, que geram e produzem água
para o consumo humano. Precisamos ou não de Anhangás?
Olá minha amiga Rita
ResponderExcluirSeu texto é um tratado. Um SOS. Um pedido de socorro. Um grito de alerta. Estamos sendo consumidos por todas as formas de maldade humana. Estou com voce. Precisamos recorrer a quem quer que seja em nome da vida. Grande abraço
queria que os Anhangás viessem nos socorrer
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