Pensou que eu ia terminar o dia de São Pedro sem um post? Pois é, sei que já postei hoje, mas é a última das grandes festas juninas: São Pedro. Dia em que os pescadores enfeitam seus barcos e saem em procissão, preces e pedidos de uma vida melhor, em que não falte alimento nem trabalho.
Eu não sou pescadora, mas vou fazer minhas próprias preces,
porque quando rezamos estamos pedindo, ou agradecendo, e isso não deveria cair
em ouvidos ou olhos vazios.
Vou começar com uma prece bem judaica; na verdade vou
parodiar... “no ano que vem, em Jerusalém”. Os judeus da diáspora rezavam isso
esperando um dia voltar para a sua terra prometida, como os milhares de
refugiados do mundo todo esperam voltar para suas casas.
Então eu peço: que todos nós tenhamos uma casa para onde
voltar. Olhai por aqueles que não têm mais lar, ou esperanças, ou uma vida pela
qual lutar.
Sei que muitos estão se sentindo aprisionados, por conta da
pandemia, e com saudades de uma festinha junina, de dar uma “aglomerada”, mas,
mesmo gostando das festas de foguetório, acho um pedido por festas meio fútil.
O que eu quero é que sejamos todos vacinados, que se curem os doentes, e que
sejam honrados os milhares que morreram por conta dos fúteis que só pensam em
seu próprio conforto.
Neste dia de São Pedro, um trabalhador, peço que as pessoas,
eu entre elas, encontremos trabalho que nos sustente. Um trabalho digno onde
não haja exploração, tão comum nesses dias de desespero. Peço que aqueles que
podem criar postos de trabalho o façam, porque se não há trabalho, não há
renda, e se não há renda, não há desenvolvimento ou dignidade.
Peço a São Pedro que interceda por todos os que estão
sofrendo injúrias, agressões (virtuais ou não) por simplesmente serem quem são:
pobres, indígenas, negros, mulheres, gays, trans, enfim, aquilo que não podemos
mudar porque é a essência do SER.
Peço que as pessoas respeitem umas às outras, e não fiquem de rapapés só porque alguém é bem-sucedido financeiramente. Aliás eu peço que as pessoas entendam a diferença entre “direitos” e “privilégios”. Todos nascemos com direito a saúde, uma vida segura, educação etc., isso é o que precisamos. Parem de rezar por quem tem de tudo, e comecem a pensar em quem não tem nada.
São Pedro, por favor, tire as cabeças das pessoas das tonteiras,
do desejo por objetos dos quais não precisam, e que só vêm para preencher os
vazios de suas mentes e corações. Que os pensamentos se voltem para o bem
comum. Que pensemos no próximo e o ajudemos antes de julgá-lo.
E já que a festa de São Pedro é uma festa cristã, peço
muito, mas muito mesmo, que as pessoas que se dizem cristãs entendam o significado
da palavra. E acreditem, não tem nada a ver com a defesa dos privilegiados, mas
com a luta por aqueles que realmente precisam de ajuda. Que as pessoas estendam
mais as mãos e deixem de apontar seus dedos.
Se tudo der certo, no ano que vem estaremos pulando a
fogueira, enfeitando tudo com bandeirinhas e faremos uma festa de verdade, com
motivos para comemorar. Amém
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