Já deveria ter começado o dia escrevendo esse post, porque hoje é dia de São José e ontem minha família perdeu um José, o Cláudio, meu primo, com quem dei muitas risadas e também chorei bastante.
Estávamos afastados há muitos anos. Nem sabia se ainda era
vivo. Mas ontem, o filho dele, avisou a irmã e irmão que lhe tinham sobrado,
que ele morreu. Ela, a irmã, me avisou. E entre a dor que senti pela morte,
muitas coisas me passaram pela cabeça.
De todas elas a maior é: “ele está livre”. Livre de um mundo
no qual TER se tornou mais importante do que SER. Se você não tem você se torna
lixo. A morte, não importa de qual dos males, se tornou símbolo de deboche.
Você está livre, primo.
Não quero mais pensar na sua morte. Nem quero pensar na
doença, nos males dos quais todos sofremos. Das angústias e das decepções.
Quero lembrar de como ríamos quando éramos jovens. Das bobeiras que fazíamos na
casa da vó e do vô, que também era a casa dos seus pais.
Todos temos lembranças dessa casa, e, acredito, todos nós em
algum momento caímos da escada da entrada. Ouvimos música no rádio do quarto de
vocês, naquele rádio velho que tinha que segurar o fio para funcionar.
Os bigodes do gato, quem foi que cortou? As festas não
planejadas, que deixavam a tia Marina doida. As piadas que você contava. Como
ríamos. Até em enterro você era o que tirava todo mundo do sério.
Lembro como você e meu irmão Leo eram quase inseparáveis.
Foram separados pela vida e agora, provavelmente, se encontrarão em outro
lugar.
Não posso dizer que sentirei a sua falta, já estávamos
distantes. Nós crescemos e não somos mais o que éramos. O Tatuapé, que nos unia
muito, graças à vovó e ao vovô, já não é mais o mesmo.
Se há um outro lugar onde nossos entes muito amados estão,
tenho certeza de que há uma placa de Bem-Vindo José Cláudio! Conta aquela piada
novinha que você aprendeu.
Saudades
E que São José rogue por todos nós, as famílias.
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