domingo, 14 de fevereiro de 2021

É Carnaval!



É carnaval e eu não estou nem um pouco animada. Mas o carnaval nunca me animou mesmo. Não sou uma foliona. Mesmo sendo uma garota do rock, eu gosto de samba, mas não dos “enredos” mais recentes, que parecem todos iguais, como a música que meu vizinho não para de ouvir, me fazendo pensar onde foram parar os grandes compositores (?).

Mas esse não é o motivo deste post. A minha motivação é outra coisa, tão repetitiva quanto os enredos e funks cariocas. Minha motivação é meio que calar algumas (muitas) pessoas. Todos pensam no carnaval como uma festa diabólica, e tal. Ou na bagunça e no barulho. Bem, se vamos falar da mania do brasileiro de ser histérico em tudo, vamos ficar o dia todo falando.

Primeiramente, o carnaval é uma festa religiosa, e digo a alguns amigos e ex-colegas, que NÃO pode acontecer quando eles bem entendem. Explico isso porque tem gente (especialmente pessoas ligadas ao turismo de eventos), que adoraria colocar o carnaval na época do ano que bem entendem. Caso ninguém tenha percebido, é sempre uma data móvel entre fevereiro e março. É um festival do cristianismo ocidental que ocorre antes da estação litúrgica da Quaresma, durante o período historicamente conhecido como “Tempo da Septuagésima (ou pré-quaresma)”. O consumo de álcool, carne e outros alimentos proscritos durante a Quaresma é extremamente comum, já que por 40 dias o jejum e a abstinência farão parte do dia a dia.

Porque estou falando disso tudo? Porque não é de hoje que as pessoas abusam durante as festas de Momo. Isso é quase tão antigo quanto a humanidade. E também é uma festividade meio que “roubada” de outras culturas, e incorporada de tal modo na cultura ocidental que mal se sabe o princípio. É mais ou menos uma espécie de preparação para a carência do final do inverno e uma preparação para o início da primavera no hemisfério Norte, que coincide com a Páscoa.

Por isso os símbolos pascoais são os ovos e coelhos, símbolos da fertilidade, do renascimento, usados para mostrar que tudo se transforma.

Mas esse é um princípio da minha quaresma, na qual vou compartilhar coisinhas bacanas para fazer com as crianças; receitas sem carne para fazer durante os 40 dias, sobremesas que vão além dos ovos de chocolate e muito mais. E já que é um princípio, que tal a gente começar uma tradição diferente? Vamos fazer gestos concretos durante a quaresma e tentar ajudar quem não está podendo nada? Alimentos, materiais de higiene e limpeza, roupas e calçados são bem vindos em muitas organizações.

Se conseguirmos ser mais generosos, talvez essa quaresma seja mesmo redentora. Ah! Essa imagem de máscara, serpentinas etc. é para lembrar que já foi mais poético o carnaval, mas não menos louco!


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