Neste momento super difícil pelo qual passamos, no qual alguns lutam para salvar vidas enquanto sentimos o deboche daqueles que acham estar acima de tudo, vejo algumas coisas que ainda me deixam feliz e me consolam. Uma dessas coisas é um projeto que me foi apresentado pela amiga Ana Ligia, que, como eu, aprendeu a cozinhar com a família.
É um projeto que pode ser conferido no You Tube, chamado “Pasta
Grannies” (em tradução livre, vovós da massa), que mostra um grupo tentando
resgatar a antiquíssima arte de fazer macarrão caseiro e pode ser acessado em https://www.youtube.com/user/pastagrannies
O projeto me fez lembrar minha própria família, tios, tias,
avós, pais, irmãos, irmãs, primos e primas, que se reuniam à volta de uma mesa
de cozinha para fazer comida para todos. Agora já são descendentes de
descentes, e ainda creio que falhamos em alguma coisa, que é bem demonstrada nesse
projeto: não repassamos algumas tradições.
Não me levem a mal, nem todas as “tradições” devem ser
continuadas, mas há algumas coisas que devem permanecer vivas, como a arte de
fazer comida, antes que alguém mais novo ache que tudo será resolvido com o IFood.
Não, nem toda comida vem em embalagem descartável, assim como o dinheiro não
sai por mágica dos caixas automáticos...
O que eu sinto falta, mais do que o sabor do macarrão que comíamos em casa, é da minha família reunida para fazer a massa, seja na cozinha da minha casa, ou na casa dos meus tios, dos meus avós. Onde estávamos era sempre uma celebração. E não era só macarrão, as os molhos, as pizzas, pastéis. Lasanha em casa não era nada se não tivesse umas três ou quatro fornadas. Tudo feito em casa.
Sei que o tempo ficou mais curto, ou será que estamos nos
ocupando demais com o que não vale a pena? Sinto falta das massas, mas sinto
mais falta do tempo que passei em família. Saudades até da minha avó dando
bronca por causa de uma roupa mal passada. E esse projeto me fez recordar
muitas coisas. Tempos mais simples em que as pessoas se entendiam com um olhar.
Precisamos resgatar essas coisas, senão não sobrarão nem
avós que fazem coisas gostosas.
Vou terminar com uma receita de talharim com pancetta e
figos, para mostrar que nem tudo precisa seguir um padrão (molho de tomate e
queijo), mas a massa, se você quiser, pode ser feita em casa. A receita pode
ser conferida aqui.
Ingredientes
150 g talharim
4 figos
4 fatias de pancetta
Sal, pimenta
Nozes quebradas
Preparação
Corte as fatias de pancetta e grelhe-as na frigideira quente. Assim que ficarem crocantes, reserve.
Na mesma frigideira e com a gordura das pancettas, refogue os figos cortados em 4. Tempere com sal e pimenta e cozinhe com a panela tampada por uns dois minutos.
Enquanto isso, cozinhe o talharim na água fervente com sal,
mas apenas a metade do tempo (confira na embalagem se for massa industrializada).
Se fizer massa fresca, um minuto e meio na água fervente é o bastante.
Despeje o talharim na frigideira onde estão os figos.
Acrescente um pouco da água onde foi cozido o talharim, acrescentando a metade
das pancettas grelhadas.
Refogue por alguns minutos até absorver a água. Se o
talharim for industrializado e ainda não estiver cozido, acrescente mais água e
deixe refogar até ficar no ponto.
Sirva num prato e coloque por cima o restante da pancetta e
as nozes quebradas.
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