Como ser um MEI sem enlouquecer?
Quando comecei este blog, a intenção, além de ganhar algum
dinheiro escrevendo, foi discutir os problemas que continuamos enfrentando com
o passar dos anos. Para quem acredita que melhora com a idade, não melhora! Sei
que muitos me chamarão pessimista, mas tenho motivos para isso, e não vejo
esses arco-íris lindos das mensagens pré-fabricadas que me mandam todos os
dias.
Vamos a alguns
Primeiro queriam me tratar como empresa de portas abertas, o
que não sou. Literalmente eu sento diante do computador e escrevo. Esse é o meu
trabalho. Me pediram tantas coisas para conseguir a inscrição do município que
fui procurar um contador, porque não conseguia entender nada. E ainda tive que ouvir de uma atendente da prefeitura
de Diadema muito malcriada que eu tinha que entender que uma coisa do governo
federal não tem nada a ver com o município, como se a cidade estivesse acima da
nação.
Para quem é MEI, e já frequentou o portal, sabe que esse
processo deveria ser facilitado, pois a lei foi para regularizar o trabalho de
profissionais e facilitar a vida do pequeno empreendedor. A costureira, o
vendedor de churrasco, e idiotas como eu.
Resumindo uma história muito longa, que durou mais de 50
dias, tive que colocar na linha três contadores, um amigo que perdeu vários
dias dentro do poupatempo, e mais um monte de ligações para pessoas a quem eu
falava “A” e entendiam “Z”.
Nesses 50 dias me pediram metragem do local de trabalho
(como definir a metragem de uma mesa com um computador?), auto de vistoria do
Corpo de Bombeiros, certificado da secretaria de Agricultura (????) e outros
absurdos. No meio disso algumas pessoas mais inteligentes me ajudaram muito,
pois eu quase enlouqueci. E no fim, quando eu pensava estar tudo certinho...
Não! Lá vou eu ligar para a prefeitura e saber o que diabos estava errado, pois
ainda não conseguia entrar e tirar uma simples nota fiscal.
Acho que foi nesse momento que alguém falou que bastava de
tortura. E um santo fiscal resolveu em menos de 5 minutos um problema que se
arrastava há muito.
É claro que não vou comparar a minha cidade com outras ou
meu problema com o dos outros, apenas quero demonstrar que não é fácil fazer as
coisas certas neste País. Porque em nenhum momento eu pedi benefícios extras,
apenas o direito de fazer as coisas sem encontrar paredes no meio do caminho.
Nesse momento fiquei pensando na dona Maria, que vende
trufas na saída do Metrô Jabaquara, e vive com medo de que a polícia venha e
leve embora o produto do seu trabalho suado, que ela faz para poder sobreviver.
Sim! Sobreviver! Porque, assim como eu, a dona Maria tem que procurar brechas,
desesperadamente, para poder se sustentar.
Nenhuma de nós está lucrando. Só se esforçando. A questão é:
Vale a pena?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente, sua opinião é sempre bem-vinda!