sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Nem tudo na vida é mercadoria



O primeiro artigo em direção aos mil deste blog vai fazer uma salada de coisas que custam dinheiro, mas que estão sendo tratadas como objetos e não deveriam. Para começar, tratemos um pouco de educação. Não aquela que deveríamos receber de nossos pais, mas a instrução que merecemos receber nas escolas.

Antes de levantar a minha bandeira, vou contar uma coisa que fiquei sabendo hoje: a escola particular ao lado de minha casa pode ser fechada. De todos os problemas causados, o mais recente é uma verdadeira disputa entre os sócios sobre quem está roubando o que. Mas, pelo que entendi, alunos e pais ficaram a ver navios, já que ninguém sabe ao certo o destino da escola.

Sei que muitos irão gritar sobre o que vou falar agora, mas essa é a consequência da nossa covardia em lutar por nossos direitos. Sempre falei que precisamos lutar por escola pública de qualidade e sempre ouço a bobagem de que a escola não é mais o que era. OI! NENHUMA ESCOLA É MAIS O QUE ERA! (sim estou gritando). Mas é por isso mesmo que digo que somos uns idiotas, que deveríamos exigir nossos direitos. Mas não!!! É mais fácil ficar sentado esperando cair do céu.
E assim, abrimos brechas para os “espertos” transformarem educação e conhecimento em mercadoria. E como qualquer mercadoria, cai a qualidade e sobe o preço.

E a saúde?

Em um artigo o IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) denuncia um projeto que quer vender em supermercados os remédios que podem ser comprados sem receita. Qual o perigo disso? Além de prejudicar as farmácias, levam os brasileiros e se automedicarem mais indiscriminadamente ainda. 

Mas a automedicação mostra outro problema que vem se arrastando há muitos anos e só piora, que é a falta de atendimento médico no tal Sistema Único de Saúde, que deveria ser universal, mas não é.
Temos médicos que não querem ir a certos lugares, e nem estou falando de florestas e sertões distantes. Estou falando de bairros de periferias de grandes cidades. Aqui em Diadema mesmo passamos por esse problema. Mas a saúde também foi transformada em mercadoria e a regra é a mesma. Cai a qualidade, aumenta o preço.

Não vou falar muito mais, porque eu quero chegar a um ponto: quando foi que nós, humanos, aceitamos que somos coisas? Que podemos ter nossos direitos mais básicos negados? Que podemos ser mortos o troco de nada?

Quando é que vamos entender que não somos mercadoria e que precisamos ter voz para decidir aquilo que nos é mais caro, que é a vida e o bem-estar da nossa família e o nosso mesmo?

Precisamos voltar a lutar por coisas que realmente são necessárias: saúde, educação, moradia, saneamento, liberdade, igualdade e fraternidade. Chega de jogar as pessoas na rua e depois ficar desejando que essas pessoas que não têm mais como viver sejam apagadas como se fossem nada.

Como eu disse no título, nem tudo é mercadoria, mesmo que em algum momento isso tenha se feito, está na hora de voltar e repensar essa atitude. O quanto antes, por favor.

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