O primeiro artigo em direção aos mil deste blog vai fazer
uma salada de coisas que custam dinheiro, mas que estão sendo tratadas como
objetos e não deveriam. Para começar, tratemos um pouco de educação. Não aquela
que deveríamos receber de nossos pais, mas a instrução que merecemos receber
nas escolas.
Antes de levantar a minha bandeira, vou contar uma coisa que
fiquei sabendo hoje: a escola particular ao lado de minha casa pode ser
fechada. De todos os problemas causados, o mais recente é uma verdadeira
disputa entre os sócios sobre quem está roubando o que. Mas, pelo que entendi,
alunos e pais ficaram a ver navios, já que ninguém sabe ao certo o destino da
escola.
Sei que muitos irão gritar sobre o que vou falar agora, mas
essa é a consequência da nossa covardia em lutar por nossos direitos. Sempre
falei que precisamos lutar por escola pública de qualidade e sempre ouço a
bobagem de que a escola não é mais o que era. OI! NENHUMA ESCOLA É MAIS O QUE
ERA! (sim estou gritando). Mas é por isso mesmo que digo que somos uns idiotas,
que deveríamos exigir nossos direitos. Mas não!!! É mais fácil ficar sentado
esperando cair do céu.
E assim, abrimos brechas para os “espertos” transformarem
educação e conhecimento em mercadoria. E como qualquer mercadoria, cai a
qualidade e sobe o preço.
E a saúde?
Em um artigo o IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor)
denuncia um projeto que quer vender em supermercados os remédios que podem ser
comprados sem receita. Qual o perigo disso? Além de prejudicar as farmácias,
levam os brasileiros e se automedicarem mais indiscriminadamente ainda.
Mas a
automedicação mostra outro problema que vem se arrastando há muitos anos e só
piora, que é a falta de atendimento médico no tal Sistema Único de Saúde, que
deveria ser universal, mas não é.
Temos médicos que não querem ir a certos lugares, e nem
estou falando de florestas e sertões distantes. Estou falando de bairros de
periferias de grandes cidades. Aqui em Diadema mesmo passamos por esse
problema. Mas a saúde também foi transformada em mercadoria e a regra é a
mesma. Cai a qualidade, aumenta o preço.
Não vou falar muito mais, porque eu quero chegar a um ponto:
quando foi que nós, humanos, aceitamos que somos coisas? Que podemos ter nossos
direitos mais básicos negados? Que podemos ser mortos o troco de nada?
Quando é que vamos entender que não somos mercadoria e que
precisamos ter voz para decidir aquilo que nos é mais caro, que é a vida e o
bem-estar da nossa família e o nosso mesmo?
Precisamos voltar a lutar por coisas que realmente são necessárias:
saúde, educação, moradia, saneamento, liberdade, igualdade e fraternidade.
Chega de jogar as pessoas na rua e depois ficar desejando que essas pessoas que
não têm mais como viver sejam apagadas como se fossem nada.
Como eu disse no título, nem tudo é mercadoria, mesmo que em
algum momento isso tenha se feito, está na hora de voltar e repensar essa
atitude. O quanto antes, por favor.
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