quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Troque o supermercado pelas feiras


Parece louco, mas a vida mais sustentável vai lhe convencer

Esse é um artigo para quem vive em grandes centros e um alerta para que deixemos nossas vidas mais simples. Temos mais ou menos as mesmas correrias, como o trabalho, escola dos filhos e, claro, as compras do dia a dia.

Mas na hora de escolher entre as facilidades do supermercado ou os sacolões e feiras livres, o que você acredita ser o melhor em termos de custos e benefícios? O supermercado é mais barato? Pode ser. Mas também não garante a qualidade da comida que você está colocando na mesa.

Já falei em outros artigos deste blog sobre produtos orgânicos, sobre hortas comunitárias, sobre comprar diretamente com os produtores locais e como isso pode fazer uma grande diferença na sua saúde, já que vemos aprovações cada vez mais surreais de venenos para utilizar nas grandes lavouras.
 
Mas há outros motivos para você trocar os supermercados pelas feiras e sacolões, e vamos começar pela questão do “Mais saudável”. No supermercado há uma infinidade de produtos industrializados que prometem praticidade, sabor, rapidez e pode até ser tudo isso, mas não é mais saudável. Nesses produtos há uma quantidade absurda de sódio, açúcares, corantes e conservantes que vão cobrar no futuro (ou agora mesmo!) o preço.


Nas feiras, esse cenário muda. Além de não estarmos expostos à enorme oferta e publicidade de produtos ultra processados, os alimentos nesses locais são mais frescos, desde que compremos os que estão na safra. Porque isso é muito mais barato e a qualidade é melhor.

Se estiver procurando produtos orgânicos, a feira é um ótimo local para comprá-los. Alimentos dentro dessas classificações ficam caros em supermercados, por questões variadas que vão desde os custos com a certificação destes alimentos até a elevada taxa de lucro visada pelos supermercados em cimas dos orgânicos, tornando esses itens uma “exclusividade” para pessoas com alto poder aquisitivo.
E não esqueça que o fim da feira tem produtos bem mais em conta, pois os feirantes não querem levar de volta os legumes, frutas e verduras que vieram comercializar.

O segundo motivo para trocar o supermercado pela feira é a sustentabilidade. Os alimentos vendidos em feiras não vêm em embalagens, ao contrário dos industrializados, e o trajeto que fazem do produtor até o varejo é muito mais curto que o dos comercializados em um supermercado. Ou seja, a degradação do meio ambiente e emissão de poluentes durante o transporte é menor. Sem contar que, na feira, levamos carrinhos e sacolas para não ter que pegar um milhão de saquinhos e sacolinhas plásticas.

Solidariedade é o terceiro motivo. A maior parte dos produtos vendidos em feiras vem de pequenos produtores da região. Ao preferir esses locais, você fomenta a economia justa e solidária, pois coloca seu dinheiro no sistema alimentar sustentável que ele representa em vez de valorizar a lógica das grandes redes de supermercado, que estabelecem preços altos e extraem lucros exorbitantes.

E se todos os motivos que dei ainda não forem suficientes, pense na cultura demonstrada pela gastronomia. Ao optar por alimentos frescos e se dispor a cozinhá-los, mantêm-se vivas receitas tradicionais e cria-se independência dos industrializados prontos para o consumo, produzidos em larga escala e padronizados no mundo inteiro. Para deixar o preparo da alimentação mais prático, você pode congelar as refeições em porções para serem comidas ao longo da semana.

Não se convenceu ainda? Pois então vamos a alguns números:  Entre os anos de 2007 e 2017, 26 mil pessoas foram intoxicadas pelo uso e consumo de agrotóxicos de acordo com dados do Ministério da Saúde. Ou seja, o equivalente a sete pessoas doentes por dia. Com um risco maior de exposição a partir da contaminação do meio ambiente, da água, dos alimentos. A alternativa? Preferir produtos orgânicos.

Algumas pessoas dirão que é mais caro, mas, como eu já disse antes, as hortas comunitárias estão se alastrando e elas são bem mais em conta. Além disso, ficar doente e precisando de hospital é muito mais caro do que se alimentar direito. Não é?


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