terça-feira, 16 de abril de 2019

A Páscoa tem que começar dentro de nós



Estamos na semana Santa e, por tradição, católicos não costumam consumir carne vermelha durante este período. Eu fiz uma promessa de evitar durante a quaresma toda, mas isso não é, como dizem alguns, ‘bobagem obscurantista’, até porque isso não é um dever e sim um sinal de respeito.

Desculpem por começar essa postagem desse modo meio agressivo, mas é que ando vendo tanta zombaria agressiva em redes sociais (e fora dela), que me pergunto de onde vem tanta mediocridade e tanto rancor sem noção. Uma moça em um dos grupos do qual faço parte perguntou se podia comer carne vermelha ou não, e entre alguns comentários havia piadinhas do tipo: “não adianta ser uma vaca o ano todo e deixar de comer carne na quaresma”.

Perguntei-me qual a finalidade dessa bobagem e a única coisa que me veio à cabeça foi: a internet deu voz para pessoas que deveriam ter nascidos mudas.

Mas, por outro lado, há certa razão. Não adianta fazer maldades o ano todo e penitência na Semana Santa. Isso seria o semelhante aos cinemas que passavam pornografia o ano todo durante estes dias ficavam exibindo filmes bíblicos.

Porém esta é a semana da Páscoa, tempo  de renovação, e isso tem que começar por dentro. Podemos ser melhores, evitando debochar dos outros, seja nas redes sociais (o local mais covarde do mundo) ou na vida real.

Para começar, a Páscoa não nasceu com Jesus e os Cristãos. Sua origem mais remota é hebraica, o Pesach, que significa passagem. Para os Cristãos, o termo passou a significar a Ressurreição, o que nos leva à renovação. Precisamos muito renovar nosso modo de viver e pensar.

Estamos na semana da Páscoa. Começamos mal, com governantes falando bobagens em redes sociais e pessoas do mal apoiando. Começamos com um incêndio em uma das catedrais mais belas do mundo (Notre-Dame de Paris). Começamos com mais um monte de notícias de epidemias e fome pelo mundo, portanto, não se importem se é ou não tempo de comer carne ou bacalhau. É tempo de mudar.

Vamos começar mudando a nós mesmos, nos espelhando talvez na Nossa Senhora das Dores. Aquela que viu o próprio filho ser morto na cruz, tendo como apoio apenas um dos discípulos (João), algumas parentes mulheres e Maria Madalena. Pessoas de coragem que apoiaram até o fim.

Gostaria de lembrar que esta semana começa com uma entrada triunfal, com ramos sendo colocados à passagem do Cristo aos gritos de “Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!”, mas pensem que essas mesmas pessoas são as que mandam soltar Barrabás e gritam: “crucifica-o!”. Pessoas influenciáveis como as que vemos por aí, pelas ruas e na internet. Se aproveitando do anonimato da multidão ou das redes sociais apenas para mostrar sua covardia.

Senhor! Perdoai! Eles não sabem o que fazem. Mas, mesmo assim, pensem na mudança e façam isso primeiro em si mesmos.

Eu poderia terminar com a frase acima, mas ouso pedir uma prece por Notre-Dame...

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