Esse vai ser um artigo em forma de carta, e também em forma
de prece, porque estou muito mais do que triste com tantas coisas acontecendo e
não posso me calar. E vou dedicar isso a algumas pessoas que já foram especiais
na minha vida um dia, mas se tornaram o mal dentro do mal.
Hoje é dia das crianças, e vejo um país no qual eu não quero
criar filhos, porque é um país que gasta bilhões com uma eleição, mas não gasta
nem trocados com a educação dessas crianças. E nem quero falar das barbaridades
que ouço sobre a educação das escolas públicas porque só vejo um monte de gente
burra falando do que não entende. Para
começar, ninguém está ensinando seu filho a ser gay, trans, heterossexual, nada!
Não é porque seu filho aprende coisas sobre o dia da árvore que ele vira planta.
Segundo: você é responsável pelo seu filho. Educação é você
quem dá e não a escola. A escola dá “INSTRUÇÃO” (SIM TUDO EM MAIÚSCULA)! Se seu
filho vai se tornar alguma coisa é pessoa do bem ou do mal e isso é SUA
responsabilidade. Quer ensinar algo ao seu filho/filha? Ensine que só quem
respeita será respeitado.
Pare de ensinar seus filhos que alguém é superior a alguém
neste mundo. Vai tudo parar no mesmo lugar: o cemitério. Somos apenas comida de
vermes. O fim é o mesmo. Mas podemos fazer com que o meio seja melhor. Então
pare de ensinar o ódio. Pare de ensinar o preconceito.
Sei que eu estou pregando para os peixes aqui, ou para os
muros, pois parece que a maioria não quer ver o que está fazendo. E nessa hora
minha carta vai ser bem pessoal. Você acha mesmo que alguém merece ser
espancado, torturado, massacrado porque nasceu de cor diferente da sua? Professa
outra religião? É de outro sexo? E então me esqueça. Não quero ter nada a ver
com gente tão mesquinha a ponto de acreditar ser isso uma solução.
Não vou nem apelar para a humanidade em uma pessoa assim,
porque não creio que a pessoa terá isso. São pessoas que falam que negros ou
índios não podem lutar pelos seus direitos, mesmo que eles tenham sido raptados
e transformados em escravos, mesmo que suas terras tenham sido roubadas e
tenham ficado doentes e continuarem a ser mortos todos os dias.
Mulheres não podem lutar pelos seus direitos porque são “inferiores”,
e se eu levar em consideração algumas que conheço (e a quem dedico essas
palavras) são mesmo. Porque pensam com a cabeça do marido, que acreditam em um
camarada que estupra e mata, pensando absurdos sobre as vítimas.
Sei que estou me exaltando e vou chegar a outro ponto antes
de terminar o texto.
Hoje, durante a missa, o sermão foi sobre Nossa Senhora
Aparecida, que é apenas um dos muitos nomes da mãe terrena de Jesus Cristo. O
padre fez questão de lembrar que essa mulher incrível se doou não apenas ao
Deus em que acreditava, mas a nós, pessoas de pouco mérito. Lembrou que em suas
aparições (que dão os codinomes a ela) sempre foram a pessoas humildes, negros,
índios, pescadores, crianças. E que tudo o que ela sempre pediu foi prece, amor
ao que o filho dela pregou, misericórdia e paz.
O que menos tenho visto em meu país é Paz. Leio notícias
aterradoras sobre ataques a pessoas que têm o direito de ser diferentes. Se
você é a favor disso, você pode tirar a palavra “cristão” do seu
vocabulário, porque você está longe de saber o significado dessa palavra.
Hoje o padre nos lembrou de que todo o cerimonial da missa
tem um significado, que é: não dissemine o ódio. Lembrou que se você tem rancor
contra alguma coisa ou alguém só porque essa pessoa é diferente ou crê em algo
diferente, você ainda não entendeu o plano de Deus.
E eu, no meio de tudo isso, só conseguia pensar que Nossa
Senhora, junto com outras mulheres se postou junto ao filho que foi morto por
outras pessoas rancorosas que não tiveram a menor vontade de entender a
mensagem de amor ao próximo.
Hoje, olhando para o meu país, vejo a multidão enfurecida escolhendo
Barrabás de novo ao invés do inocente. Espero que Deus tenha misericórdia
dessas almas, porque estão mais do que perdidas.
E que Nossa Senhora rogue por todos nós e nos traga paz!
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