domingo, 14 de outubro de 2018

Dicas de cultivo de orquídeas e um amigo que foi plantar junto a Deus



A esquecida
Vou confessar que estou adiando muito este artigo. Prometi a uma amiga que faria uma pesquisa legal sobre orquídeas, porque ela começou a se interessar por essas flores tão delicadas de trato. E fui pesquisar, na internet, mas, principalmente junto a um amigo que cultivava orquídeas.

Entre troca de mensagens e alguns telefonemas, consegui algumas informações interessantes que vou compartilhar neste artigo. Mas lamento informar que o amigo que me deu a maior parte das informações se foi. Foi para perto de Deus plantar flores, espero! Era uma pessoa de índole maravilhosa e suas plantas reconheciam isso. Nós que aprendemos a gostar da companhia dele também.

Em tempo: as fotos que vou usar aqui foram feitas pela amiga Ana Ligia durante um festival de Orquídeas, na cidade de Poá (SP), seis anos atrás.

A primeira coisa que aprendi com esse amigo cultivador de orquídeas é que a paciência é essencial para ser um orquidófilo. A segunda é que a maior parte das orquídeas brasileiras é epífita, ou seja, elas crescem presas às árvores, mas não são parasitas, porque elas não roubam nenhum nutriente de suas hospedeiras.

Outra coisa que meu amigo fez questão de ensinar é nunca coletar ou comprar plantas retiradas ilegalmente das matas. As orquídeas já foram bastante dilapidadas pelos mateiros e colecionadores gananciosos. Procure adquiri-las de empresas produtoras de mudas ou de orquidófilos que tenham plantas disponíveis. Diga não às orquídeas coletadas do mato.

Posto isso, vamos às outras lições:

1 – Sempre escolha espécies de orquídeas adaptadas à sua região. Como a florada dessas plantas se dá duas vezes ao ano, é bom ter espécies diferentes e aumenta as chances de ter sempre alguma flor para admirar.

2. Mantenha o vaso úmido, mas não encharcado. É mais fácil matar uma orquídea por excesso do que por falta d’água. Não colocar pratinho com água debaixo do vaso, pois as raízes poderão apodrecer. Molhe abundantemente duas ou três vezes por semana, deixando a água escorrer totalmente. Nos outros dias, basta vaporizar as folhas de manhã cedo ou no final da tarde, quando a planta não estiver sob o sol.

3. Ponha suas plantas em locais onde elas possam ser banhadas pelo sol no horário da manhã. Como as pessoas elas gostam do sol até as 9 horas e após as 16 horas. Se a planta não tomar sol, ela não vai florescer. As orquídeas podem ser fixadas também no tronco de árvores, desde que estas não tenham copas muito grandes e sombreadas como as mangueiras. E de preferência, mantenha os vasos em um mesmo local. As plantas se ressentem das mudanças.

4. As orquídeas precisam de locais arejados, mas não de locais onde bate vento forte. Não esqueça que orquídeas são plantas delicadas.

5.  Utilize um desses adubos líquidos, facilmente encontrados na seção de jardinagem de qualquer supermercado. Adicionar algumas gotas à água com que será feita a vaporização, no caso de usar pequenos pulverizadores. Procure molhar sempre a parte inferior das folhas de sua orquídea, pois é aí que se encontram os estômatos, que absorvem água e nutrientes.

6. Se as plantas forem cultivadas de uma forma adequada, elas serão resistentes a pragas e doenças. Se não houver excesso de umidade, por exemplo, dificilmente os fungos irão atacar. De qualquer modo, previna-se. Um dos grandes inimigos do cultivo de orquídeas são as cochonilhas. Esses pequenos organismos sugam a seiva da planta e podem matá-la se não forem combatidos. Quem possui poucas plantas pode catá-los, um a um, antes que se propaguem. No caso de uma infestação, há necessidade de usar defensivos. Dê preferência às fórmulas naturais, pois os produtos químicos industrializados costumam ser tão prejudiciais às plantas quanto a quem as cultiva. Borrifar água com fumo de corda costuma ajudar bastante.


7. Anote o nome da sua orquídea numa plaqueta e, se vai se tornar colecionador, use códigos para melhor identificação. Anote também a data da floração de cada planta. Se ela não voltar a florescer na mesma época, no ano seguinte, isto pode ser um sinal de alerta: talvez ela esteja com algum problema. Examine, então, as condições de irrigação, luminosidade, ventilação etc.

8. Frequente uma associação de orquidófilos se quiser levar isso a sério. É um ponto para trocar ideias, tirar dúvidas sobre o cultivo de orquídeas e fazer contatos. Os orquidófilos costumam gostar de partilhar conhecimentos e, em se tratando de orquídeas, sempre serão incompletos.
De acordo com o amigo que eu perdi, as orquídeas sempre nos surpreendem com alguma novidade a aprender sobre elas. Talvez resida aí a aura de mistério que essas plantas exóticas carregam consigo.


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