Como levar a humanidade a sério?
Hoje vou lançar um monte de ideias e quem pegar o elo entre
elas, é rei! Assim como quem tem olho em terra de cego...
Uma postagem de um grupo de fotos antigas da cidade onde
nasci fala da Galeria Prestes Maia, no centro velho, e do abandono do local
etc. Mas o que mais me incomoda é um termo usado pelo “cidadão” que postou,
dizendo que a galeria estava ocupada pelo “tal povo de rua”.
Bem... Antes de saber por outro membro do grupo que a
galeria não estava tão “abandonada” assim, queria mais é dizer (e disse), que o
tal povo de rua não mora na rua porque é legal. Algo ou alguma coisa levou esse
“povo” a uma situação de rua, e falar deles como se fossem lixo e não pessoas,
não ajuda em nada.
Em meio a esse ódio mal contido nas palavras, vejo mais um
monte de impropérios, alguns ditos em voz alta, por cidadãos de “bem”, que só
sabem argumentar com um: “tá com dó? Leva pra casa”. Pois é. Eu também não
tenho uma solução para o problema, mas tenho certeza de que ódio, desprezo,
preconceito etc. não são a resposta.
Mudando de assunto, mas não muito, vejo uma notícia de
agência ambiental oficial que 55% do esgoto produzido em território nacional são
despejados sem nenhum tratamento na natureza. E por favor, senhores e senhoras,
quando se fala esgoto, não é apenas o doméstico, composto por dejetos humanos. É
composto grandemente por químicos vindos de nossas casas e de empresas que
continuam a despejar de tudo nas águas, tirando qualquer possibilidade de
recuperação.
Além de acreditar firmemente que o percentual é muito maior
do que 55%, eu quero apenas fazer quem me lê (e compartilha, eu espero!) pensar
que este país perdeu tanto a mão com relação a tudo, que não consegue nem mesmo
investir e garantir que seus cidadãos tenham saneamento básico, que salvaria
milhares de vidas. Mas o que esperar de um governo que acha que investimento em
educação, ciência e saneamento é gasto? Nada, não é mesmo?
Falando de um tema mais pontual, hoje (19/4) é dia do Índio,
que deveríamos mudar de vez para dia dos nativos que continuam a ser expulsos
da terra onde vivem; ou dia em que pessoas são massacradas em nome da ganância;
ou dia em que ninguém sabe o significado de humanidade. Mas tudo o que vamos
ver é alguns nativos sendo convidados a falar em escolas para crianças que vão
esquecê-los assim que saírem das salas e sentarem diante de alguma tela
brilhante. Lamento senhores nativos, mas este parágrafo é a única homenagem que
posso fazer pelos senhores, esperando que o futuro nos traga mais consciência e
mais respeito.
Essas coisas que falei antes me deixam desesperançada, mas
são só algumas informações entre tantas que estão acontecendo, umas mais outras
menos graves. Mas aí vejo um programa em que umas dezenas de filhos adotivos se
juntam para consertar a casa dos pais que lhes cuidaram; ou um amigo que
acolheu mais uma criança em seu projeto que tira crianças de situações de
risco; e pessoas rezando por alguém que nem conhecem porque a pessoa está
doente ou com problemas. E nisso uma centelha reacende porque vejo muito ódio
em muitos humanos, mas vejo muito amor em outros.
Ainda há esperança.
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