Boa Páscoa a todos os motoqueiros que tentaram salvar alguém
Muito bem! Hoje é domingo de Páscoa e em milhões de lares do
mundo as famílias estão preparando refeições, ou tentando, porque este não é um
mundo legal, no qual todos têm o bastante.
Porém, não foi pensando nisso que comecei a escrever esse
artigo. Eu comecei pensando em um vídeo, muito compartilhado em todas as redes
sociais, no qual um motoqueiro invade uma representação da Paixão de Cristo, e
entre socos, chutes e golpes de capacete, ele tenta salvar Jesus antes do
soldado Longinus espetar a lateral do corpo com a famosa lança. Mas em outra
ocasião falaremos dessa lança.
Quando vi o vídeo pela primeira vez, sorri diante do
inusitado e fiquei pensando sobre o que levou o tal rapaz a ter essa atitude em
uma representação. E quando chegou à quadragésima vez, fiquei pensando: será
que esse povo achou isso tão engraçado para repassar tanto assim? E de uma
mídia social para outra, milhões de pessoas viram e compartilharam em todas as
partes e até certa revista de caráter nacional colocou o assunto na capa, feito
tabloide de quinta categoria.
E entre todos as postagens, com comentários do tipo “demorou
uns dois mil anos” e tal, fiquei pensando na atitude do rapaz e no quanto tem a
ver com o verdadeiro sentido da Páscoa, que é o renascimento. Tem a ver com ser
uma pessoa melhor, mesmo que os compartilhamentos tenham sido em tom de
sarcasmo e zombaria.
Pensei que há mais de 2000 anos um cara foi zombado,
torturado e morto por tentar fazer algo bom. Por partilhar que devemos salvar
uns aos outros e que não devemos ficar de braços cruzados diante de tantas
coisas erradas e ruins que acontecem neste mundo. Então... Não! O motoqueiro
não está atrasado. Ele está bem em tempo de mostrar que podemos salvar alguém,
mesmo que esse alguém não esteja em perigo.
Mas, se olharmos à nossa volta, nesse mundo tão parco de
misericórdia, podemos ser ao menos parecidos com o cara que foi crucificado
milênios atrás ou o motoqueiro dos dias atuais. Sem ter vergonha do quanto irão
nos zombar por nossa atitude. Precisamos aprender de uma vez por todas a nos
mirar nos exemplos de quem faz a coisa certa, mesmo que seja a coisa mais difícil.
Precisamos deixar de ter preguiça diante do desafio. Coisas verdadeiramente
boas não são as que vêm fácil, mas as que batalhamos para ter.
Que a Páscoa do motoqueiro que quer salvar Jesus seja a
Páscoa da nossa renovação. Não somos tão fortes para sermos crucificados, mas
podemos aprender a ter misericórdia, e, talvez, dar uns golpes de capacete em
algum centurião... Ou não! Porque isso não é nem um pouco cristão!
Boa Páscoa!
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