Tudo de ponta cabeça
Estamos vivendo tempos muito perturbadores, mas, querem
saber? Não me lembro de quando os tempos foram menos perturbadores. Hoje nas
redes sociais muitos falam sobre o ataque de forças dos EUA, Reino Unido e
França sobre a Síria. Mas, até uns dias atrás, tínhamos postagens sobre os
ataques químicos que ninguém assume, e que muitos dizem ter vindo graças a tecnologias
russas.
Mas isso não me importa mais. Porque estou cansada de gente
trazendo problemas quando tudo o que o mundo precisa são soluções. Que as
soluções deveriam vir em forma de paz? Sim, é o que desejo, mas não sei se isso
é possível depois de tudo o que vi e ouvi.
Trazendo o problema para mais perto, vamos aos nossos “bombardeios”,
porque estamos em situação melhor do que os Sírios... Será que estamos? Vejamos:
estamos tendo direitos adquiridos cassados todos os dias, a ponto de a
Consolidação das Leis do Trabalho, que começou a ser elaborada nos tempos do
Estado Novo (quem não souber o que é, ESTUDE!), e foi aprimorada ao longo dos
tempos, estar se despedaçando e fazendo os trabalhadores voltarem a regimes de
semiescravidão.
Vejo cada vez mais postos de trabalho sendo suprimidos sem
que isso signifique progresso verdadeiro. Vejo pessoas que acreditam de verdade
que se uma pessoa não conseguiu juntar bens é por culpa dela mesma, e não por
conta de um sistema tão viciado em que só alguns saem bem, enquanto os outros
se matam e não conseguem nem as migalhas que caem da mesa.
Posso estar parecendo dramática, mas como vocês explicam que
os bancos, que batem recordes anuais de lucros, estejam fechando agências e
demitindo cada vez mais funcionários? Tecnologia? Pode ser, mas também eles
estão se eximindo da responsabilidade de fornecer segurança física e virtual
aos nossos parcos recursos. Quantos dos que me leem estão usando aplicativos em
seus computadores e celulares, que podem ser roubados virtualmente? Mas é por
sua conta e risco, porque o banco não vai lhe ressarcir.
Quantos tiveram seus empregos cortados porque a empresa “reestruturou”
alguma coisa? Tiveram seus números de cartões e contas roubados por falta de
segurança? Foram jogados à margem só porque alguém diz que aquele dono de
empresa/banco/time de futebol, que pagou mal seu funcionário e não lhe garantiu
direitos básicos, acreditou que não era rico e poderoso o suficiente?
Hoje acordei para fazer um trabalho e entre as coisas que
estava monitorando, apareceram várias postagens contra o fim do SUS (Sistema Único
de Saúde), que, para milhões de brasileiros, é o único acesso a alguma medicina
em um país doente, com centenas de milhares de pessoas sem acesso a água limpa,
comida de qualidade, saneamento etc. E eu ainda tenho que ouvir dos imbecis que
as pessoas deveriam pagar para ter tudo isso.
E eu tenho a responder: deem-nos direitos iguais de
educação, sanidade e qualidade de vida, porque nós pagamos por tudo isso sim
senhores, a cada pãozinho que compramos com nosso dinheiro suado, porque TUDO
neste país tem cargas enormes de impostos embutidos, nós estamos pagando pelo
direito a ter um país que funcione para todos.
Sim senhores e senhoras! Pagamos para ter polícia, para ter
banco, para ter escola, merenda, estrada, hospital, tudo! O que é feito com
esse dinheiro? É bom perguntar bastante, porque isso é muito mais do que os
tolos querem nos fazer acreditar. E em nome de todos que foram jogados à
marginalidade porque esse sistema é cruel, eu pergunto: qual é o limite?
Eu atingi o meu. Depois deste artigo, só vou publicar receita e coisinhas positivas.
Em tempo: eu sou Rita, ainda espero que a justiça do trabalho cobre por dois empregos meus que eu não recebi salários atrasados e rescisões; tive meu cartão de crédito clonado e paguei por algo que nunca comprei só para que meu nome não ficasse sujo; creio firmemente que o dinheiro e o poder são as raízes de todo o mal; e faço um blog que não me garante um tostão furado só para compartilhar experiências.
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