sexta-feira, 6 de julho de 2018

Na luta para plantar e vender produtos sem venenos


Porque é tão difícil plantar e vender orgânicos?

Continuando com minha série em torno de certas leis votadas à revelia da nação e que não apenas prejudicam os pequenos agricultores e comerciantes, mas condenam um povo a ingerir venenos que nem deveriam mais existir na face da terra, vou falar algumas coisas sobre a produção e comercialização disso e porque é difícil, mas não impossível, viver disso.

Vamos começar com a facilidade que empresas de grande porte têm de comercializar seus produtos, mesmo que esses levem as pessoas a doenças, algumas incuráveis. A pergunta é, porque é tão fácil vender salgadinhos feitos de isopor, refrigerantes lotados de açúcar e sódio, e produtos que dizem ser uma coisa que não são, mas não uma verdura ou legume orgânico?

A resposta a isso está no nome por trás de cada produto. Os salgadinhos saem em sua maioria de empresas multinacionais gigantes, que fazem verdadeiros lobbies nas câmaras estaduais e federais, assim como todos os outros produtos mencionados.

Quem está por trás das verduras e frutas orgânicas? No geral são pessoas ligadas à agricultura familiar; são aqueles que plantam hortas comunitárias; são pessoas que não têm nem dinheiro, nem tempo de ficar fazendo agrados a políticos que, ao invés de fazerem leis que protejam e defendam os cidadãos, preferem fazer lei para ajudar aqueles que perpetuam seus privilégios.

Em mais um ato de desobediência civil, o primeiro foi convocar as pessoas a plantar mais e incentivar mais seus agricultores locais, hoje quero falar de produtos e locais de comercialização.
Se você vai ao supermercado, deve ter visto uma série de produtos e marcas de produtos orgânicos que vão de açúcares a alimentos industrializados com rótulos indicativos de procedência, fabricação etc. Posso garantir a vocês que estes não correm perigo de desaparecer. Por quê? São industrializados e pagam impostos altíssimos para estar naquelas prateleiras. Mas minha lei é sempre desconfiar. Leia atentamente os rótulos dos produtos que compra para não ser enganado.

Explicando com simplicidade: pegue um pão integral industrializado e veja sua composição. Se tiver farinha enriquecida com ácido fólico, não é pão integral, e você só está pagando mais caro por um produto que diz ser uma coisa que não é. Mas porque essa “enganação” não é impedida? Porque há uma grande empresa por trás daquele produto, pagando muito caro para continuar vendendo gato por lebre.

Portanto: fiquem atentos aos produtos que vocês compram muito caro. Eles podem não ser o que você precisa ou espera que seja.

Feiras livres orgânicas


Com o advento da agricultura familiar e os movimentos em torno de hortas comunitárias, urbanas, educacionais, terapêuticas, criou-se uma necessidade de ajudar a comercialização desses produtos.
Eu venho divulgando amplamente neste blog a necessidade de conhecer melhor o local onde vivemos, no intuito de saber mais sobre quem planta, quem comercializa produtos frescos, doces, queijos, embutidos etc. Enfim, precisamos conhecer produtores e comerciantes que lidem com esses produtos para termos mais autonomia.

Vou divulgar aqui um link do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IDEC, que dá um mapa informativo da produção e comercialização de orgânicos em todo o país, no qual a pessoa sabe como está a situação em sua região e como é mais fácil para ela adquirir produtos sem veneno.


Aliás, este artigo vem da ideia de uma amiga de faculdade, que falou sobre a feira de orgânicos próxima dela. Não conheço, mas vou divulgar, porque acontece todos os sábados no estacionamento do shopping Villa Lobos (Av. Nações Unidas 4777, São Paulo-SP), das 8h às 13h. Lá o cliente pode encontrar barracas com verduras, hortaliças, frutas, legumes, ovos, geleias etc.

Na região onde moro, o Grande ABC paulista, quase todas as cidades têm feiras de orgânicos e programas de plantio de hortas urbanas e comunitárias. Se não há uma horta perto de sua casa, verifique se há alguma feira de orgânicos. Santo André, por exemplo, tem algumas, no shopping ABC (sextas das 15h às 20h) e mais recentemente no Paço Municipal, aos domingos, das 9h30 às 13 horas.

Mas para saber mais informações, o melhor mesmo é pesquisar no site do IDEC (acima), que dá informações completas.

Vamos fazer a nossa parte e recusar o veneno que querem empurrar para nós. E não aceitem a máxima de que não dá para ter comida para todos se não houver agrotóxicos. Dá sim. É só parar de desperdiçar tanto na hora de transportar, armazenar e comercializar os produtos.
Em tempo: entre a colheita e a venda ao consumidor final, mais de 40% da produção brasileira se perde, totalmente desperdiçada. E isso também precisa parar, porque é inaceitável em um mundo que passa fome.

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