Confesso que hoje estou com a mente um pouco ocupada com
afazeres domésticos, mas, como faço todas as manhãs, inclusive sábados,
domingos e feriados, saí para andar um pouco e fazer algumas coisas, e queria
compartilhar aqui no blog, já que o passeio foi pelo meu bairro, o Piraporinha.
Portanto, preparem-se porque tem coisas boas, mas também há coisas chatas...
Vamos começar pelos meus recicláveis, que eu levo (a pé) até
um senhorzinho que é catador, e com quem fiz um acordo de cidadãos preocupados,
já que a cidade onde eu vivo resolveu que coleta seletiva é um luxo. Claro,
o lixo não fica em Diadema, já que não temos aterro.
Mas vamos falar do percurso, que tinha uma paisagem bem
diferente há uns anos. Por exemplo: tinha um belo arvoredo, quase em frente de
minha casa, que diminuía o calor local e atraía umas chuvas bacanas. Foi
derrubado em nome de um condomínio empresarial que só tem concreto, asfalto e
uns pés de coqueiro que parecem uns mortos vivos.
Vou contar a vocês que sofremos o inferno enquanto o tal
condomínio tomava forma, já que eles deixavam a avenida cheia de terra, que,
unida aos poluentes a particulados acabou com a saúde de muita gente. Mas isso
não foi tudo. Um campo de futebol society, que também contava com algum verde
deu lugar a um condomínio com três ou quatro torres de 25 andares. Ou seja, um lugar dimensionado para abastecimento de
água e coleta de esgoto mínimos, de repente recebeu uma carga quase
insuportável, sem falar em trânsito cresceu exponencialmente e todas as outras
necessidades que ninguém pensa antes de instalar esses monstros.
Vou contar uma coisa... Meu bairro está ficando cada dia
mais feio. As motosserras não parecem ter sossego e vejo cada vez mais as
podas de plantas e árvores que parecem mais querer matar todo o pouco verde que
sobrou. Sei que há pessoas que pensam que umas poucas árvores não
fazem diferença, mas eu posso comprovar que fazem sim.
Entretanto, algumas iniciativas dos moradores continuam ma
dando esperança, como o jardim Padre Anchieta. Um terreno baldio, onde se jogava
até bicho morto, foi ocupado e transformado em um pequeno jardim e pomar. Depois, o
terreno ao lado (maior e mais problemático), se tornou a horta comunitária do bairro, e é
onde eu compro minhas verduras,
fresquinhas e orgânicas.
Estava precisando tanto de uma carga de energia boa depois
de andar pelo bairro, que entrei na horta só para tirar umas fotos. As verduras estão
lindas e as frutas estão à toda. Mas o mais legal foi o verdadeiro
festival das borboletas. Eram centenas e voejavam pela horta polinizando tudo, mas minha inaptidão só vai conseguir mostrar umas duas que estavam aproveitando
o sol sobre alguns brotos novos.
![]() |
os alaranjados são borboletas |
Se estou me sentindo melhor? Sem, sempre fico bem após andar
um pouco, mesmo que seja pelo meu bairro, que está ficando feio, apesar das
iniciativas corajosas de alguns de seus moradores. Espero que isso sirva de exemplo para outras regiões de
Diadema. Não deixem
que tirem de vocês o pouco verde que ainda resta nesta cidade. Nada
vale a qualidade de vida de uma praça arborizada, de uma rua que tem flores
plantadas, e de moradores que transformam o abandono em alimento, frescor e vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente, sua opinião é sempre bem-vinda!