sábado, 3 de fevereiro de 2018

Quando Portugal descobriu... a mandioca

Um dos cultivos milenares das Américas mostra sua cara

Quando os europeus chegaram às Américas, encontraram nativos. Civilizações inteiras de pessoas que, até hoje, não se sabe como chegaram aqui, mas já estavam. Encontraram alimentos nunca antes vistos por lá, como a batata, o milho, o tomate e a MANDIOCA.
Entre os muitos nomes para essa raiz, estão mandioca-mansa, aipim, macaxeira, mandioca-doce e pão-de-pobre, são alguns dos termos brasileiros para designar a  espécie de planta tuberosa que, antes da chegada dos europeus, já era cultivada para alimentação entre a América do Sul e Central. A palavra "Mandioca" tem origem do termo Tupi mani-oca, que significa "casa de Mani", sendo Mani uma benfeitora dos indígenas que viviam na parte leste da América do Sul.
A mandioca é a terceira maior fonte de carboidratos das regiões tropicais do globo, depois de arroz e milho, e um dos principais alimentos básicos no mundo em desenvolvimento, existindo na dieta básica de mais de meio bilhão de pessoas. 

Mais de quatro mil variedades de mandioca

No Brasil, local de origem dessa raiz existe mais de 4000 espécies catalogadas de mandioca, sendo que a maioria dessas é fruto do trabalho de seleção e conservação dos agricultores em suas lavouras, durante anos seguidos, as chamadas variedades crioulas, com ciclos de plantios que variam de 6 a 36 meses.
É bom considerar que uma mesma espécie de mandioca pode se comportar de forma diferente, dependendo do solo e do manejo do cultivo. No geral, a mandioca é considerada planta rústica e com ampla capacidade de adaptação, sendo cultivada em todas as regiões tropicais, adaptando-se às mais variadas condições de clima e solo.

Mandioca pode ser tóxica

A mandioca difere das outras plantas produtoras de amido por seu teor de linamarina (beta-glicosídeo de acetona cianidrina), que pode gerar cianeto livre, que, interagindo com água, é capaz de provocar intoxicações em um animal e até sua morte, em algumas situações.
As mais utilizadas para consumo humano são as mansas - aipim ou macaxeira, que não têm sabor amargo, e podem ser cozidas, fritas ou assadas, processamentos suficientes para torná-las seguras.
As mandiocas bravas ou venenosas têm sabor amargo e são usadas somente para fins industriais, pois só podem ser consumidas após processadas, na forma de farinha, fécula e outros produtos.

Benefícios da mandioca

A mandioca desempenha um papel vital na segurança alimentar das economias rurais dos países
da África Subsaariana devido à sua resistência à seca, baixa fertilidade do solo e pragas. É um alimento rico em fibras, vitaminas e carboidratos, que garante muita energia para o nosso corpo. Essa raiz tuberosa possui propriedades que ajudam a aumentar os níveis de serotonina (responsável pela sensação de bem estar) no nosso cérebro. A farinha de mandioca e o polvilho são as variações mais utilizadas da mandioca para consumo humano e ambos têm muitos benefícios à saúde.
Em algumas partes do mundo, usa-se a folhagem da mandioca para fazer xampu, sabão e outros itens de higiene pessoal. Além disso, as fibras da mandioca podem ser usadas na fabricação de tecidos e cordas.
A medicina natural tem utilizado o extrato da raiz de mandioca para combater dores nas articulações.
E para não perder tempo, essa raiz é rica em vitaminas A, B12, C e D; e contém ferro, magnésio, potássio e proteínas, sendo muito utilizada em dietas vegetarianas para suprir o índice proteico.

Agora que você conhece melhor a mandioca, escolha uma forma e coma. Minha maneira favorita é junto com um feijão feito na hora e uma pimenta de fazer chorar. 

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