Feminismo não é antônimo de machismo
Sei que há muita gente pensando que o Dia da Mulher é mais
um motivo para dar presentes, fazer coisas para que as mulheres se sintam
especiais, e muitas mulheres realmente se sentem assim nesse dia pelos motivos
que apontei. Presentes, agrados, pessoas cumprimentando e tal. Mas não eu, e
vou explicar mais adiante o porque.
No final do século XIX, início do século XX, as mulheres
começaram a manifestar-se contra as desigualdades que sofriam perante o gênero
masculino. Começaram a perceber que não era justo serem tratadas de forma
diferente só por serem mulheres. E um pouco por todo o mundo, começou a
assistir-se a manifestações, greves, revoluções por melhores condições, por não
violência, por mais respeito à condição feminina. Começou uma luta por isonomia
que ainda não terminou.
As discussões sobre o acontecimento que efetivamente deu origem
à data “8 de Março” são muitas, e como muitas coisas referentes à luta da
mulher, nenhuma nos leva a saber qual a verdade por trás disso. Há o fato de
funcionárias de uma fábrica em Nova York se manifestarem por melhores condições
de trabalho, que terminou com as mulheres queimadas vivas dentro da fábrica.
Também há a história da II Conferência Internacional de
Mulheres Socialistas, realizada na Dinamarca em 1910, na qual foram discutidos temas
que elevasse a condição das mulheres de forma igualitária. Parece que foi lá
que se decidiu que o ‘8 de Março’ passaria a ser o dia em que se faria
homenagem a todas as mulheres que lutavam pelos seus direitos. Mas foi apenas
no fim dos anos 1970 que o dia foi oficialmente reconhecido pelas Nações Unidas
como Dia Internacional da Mulher.
Agora que já contei um pouco mais da história, espero que homens e mulheres de bem não festejem
este dia, mas que o usem para homenagear as mulheres que
lutaram para que hoje tenhamos alguns direitos, e que continuem a luta, porque
há ainda muito que fazer. Precisamos lutar para acabar com a violência quer
continua a existir contra as mulheres em todo o mundo; precisamos lutar contra
os abusos físicos e verbais; precisamos lutar por direitos iguais no trabalho;
por educação melhor; por partilha igual dos deveres dentro e fora de casa.Agora que já contei um pouco mais da história, espero que homens e mulheres de bem não festejem
Precisamos lutar porque há uma infinidade de lugares onde
mulheres ainda são tratadas como coisas e não como pessoas, e por isso sempre
preferi o termo isonomia ao termo igualdade. Não preciso, nem quero, ser igual
a um homem. Mas preciso ser tratada com os mesmos direitos. Mulheres de
coragem, no passado, lutaram para que pudéssemos votar, trabalhar, estudar, ser
livres.
Vamos continuar a luta delas. Vamos continuar até que um
dia não seja mais preciso um dia especial para nos lembrar de que nós somos
especiais. E, mulheres, eduquem seus filhos para que eles respeitem mais o
gênero oposto, e para que aprendam que machismo é uma forma de preconceito e
feminismo uma luta por direitos inalienáveis, nunca sendo o oposto um do outro.
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