quarta-feira, 7 de março de 2018

Dia da mulher: O que há para comemorar?


Feminismo não é antônimo de machismo

Sei que há muita gente pensando que o Dia da Mulher é mais um motivo para dar presentes, fazer coisas para que as mulheres se sintam especiais, e muitas mulheres realmente se sentem assim nesse dia pelos motivos que apontei. Presentes, agrados, pessoas cumprimentando e tal. Mas não eu, e vou explicar mais adiante o porque.

No final do século XIX, início do século XX, as mulheres começaram a manifestar-se contra as desigualdades que sofriam perante o gênero masculino. Começaram a perceber que não era justo serem tratadas de forma diferente só por serem mulheres. E um pouco por todo o mundo, começou a assistir-se a manifestações, greves, revoluções por melhores condições, por não violência, por mais respeito à condição feminina. Começou uma luta por isonomia que ainda não terminou.

As discussões sobre o acontecimento que efetivamente deu origem à data “8 de Março” são muitas, e como muitas coisas referentes à luta da mulher, nenhuma nos leva a saber qual a verdade por trás disso. Há o fato de funcionárias de uma fábrica em Nova York se manifestarem por melhores condições de trabalho, que terminou com as mulheres queimadas vivas dentro da fábrica.

Também há a história da II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada na Dinamarca em 1910, na qual foram discutidos temas que elevasse a condição das mulheres de forma igualitária. Parece que foi lá que se decidiu que o ‘8 de Março’ passaria a ser o dia em que se faria homenagem a todas as mulheres que lutavam pelos seus direitos. Mas foi apenas no fim dos anos 1970 que o dia foi oficialmente reconhecido pelas Nações Unidas como Dia Internacional da Mulher.

Agora que já contei um pouco mais da história, espero que homens e mulheres de bem não festejem
este dia, mas que o usem para homenagear as mulheres que lutaram para que hoje tenhamos alguns direitos, e que continuem a luta, porque há ainda muito que fazer. Precisamos lutar para acabar com a violência quer continua a existir contra as mulheres em todo o mundo; precisamos lutar contra os abusos físicos e verbais; precisamos lutar por direitos iguais no trabalho; por educação melhor; por partilha igual dos deveres dentro e fora de casa.

Precisamos lutar porque há uma infinidade de lugares onde mulheres ainda são tratadas como coisas e não como pessoas, e por isso sempre preferi o termo isonomia ao termo igualdade. Não preciso, nem quero, ser igual a um homem. Mas preciso ser tratada com os mesmos direitos. Mulheres de coragem, no passado, lutaram para que pudéssemos votar, trabalhar, estudar, ser livres.

Vamos continuar a luta delas. Vamos continuar até que um dia não seja mais preciso um dia especial para nos lembrar de que nós somos especiais. E, mulheres, eduquem seus filhos para que eles respeitem mais o gênero oposto, e para que aprendam que machismo é uma forma de preconceito e feminismo uma luta por direitos inalienáveis, nunca sendo o oposto um do outro.

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