domingo, 12 de novembro de 2017

Conheça os SEBOS, onde livros são cultura e não preço



As alegrias e agonias de ser uma leitora compulsiva

Muito bem. Vamos ao confessionário. Meu nome é Rita e sou viciada em leitura. Sempre fui e acredito que vou morrer com um livro ou revista nas mãos. E mesmo nesses tempos, em que dizem que as pessoas estão trocando o papel pelo virtual (o que eu duvido), acredito firmemente que o verdadeiro leitor é o cara que gosta de sentir o cheiro de papel, como eu!
Quando afirmo não acreditar na troca de papel pelo virtual tenho alguns motivos. A grande maioria nunca comprou um livro, ou revista. Então não há troca de “plataforma”. Há o nada trocado por nada. O que me entristece, porque sei, com certeza, que pessoas que leem bastante têm mais chances de progredir na vida, não apenas economicamente, mas espiritualmente.

Livros, revistas, jornais, quadrinhos, tudo isso nos informa, instrui e cria pessoas melhores

Obviamente meu primeiro contato com as letras foi em casa. Meu irmão, cinco anos mais velho que eu, me ensinou a ler, escrever e fazer contas muito antes de eu ir para a escola. Ele também me levou à biblioteca quando eu tinha apenas seis anos. Mas na minha casa tínhamos vários leitores vorazes, pois essa é uma coisa que se passa de pai para filho, de irmão para irmão.
Na minha casa também aprendi que não se julga um livro pela capa. Sim, é legal ler um livro novinho, intocado. Mas, para mim, gosto de saber que aquele livro passou por outras mãos. Gosto de imaginar o que as pessoas que o leram estavam sentindo enquanto devoravam palavras. E gosto de capas e páginas envelhecidas pelo tempo.

Leia para seus filhos. Leia com os seus filhos. Crie leitores!

Quando cresci um pouco mais, em uma família sem posses, continuei minha jornada bibliotecas públicas adentro. Mas, pouco depois, conheci uma palavra mágica que me dava a oportunidade de comprar livros mais baratos que nas livrarias: SEBO! Para mim um lugar mágico, onde a poeira se mistura aos livros e revistas, raros ou não, e que cabiam no meu bolso, financeiramente falando.
Como o primeiro a gente nunca esquece, tenho que apresentar a Livraria e Sebo do Messias, localizada na Praça João Mendes (atrás da Sé), em São Paulo. Com seus 48 anos de existência, o Messias tem como diferencial o atendimento e o preparo dos seus funcionários com relação aos livros.
Diferentemente de muitas livrarias, onde os atendentes mal sabem o que estão fazendo ali, os funcionários do Messias sabem do que estão falando e sempre lhe ajudarão a encontrar aquele livro perdido, que você busca há mais de 10 anos (aconteceu comigo!) e com preços que ajudam aos leitores de bolso fraco, tornando a cultura mais acessível aos seus frequentadores.

Banca Mikei faz a alegria de qualquer leitor

Livrarias e sebos, após um tempo, podem ficar parecidas umas com as outras. Como aquelas coisas pasteurizadas que têm o mesmo gosto. Você vai ao lugar, encontra livros, compra, e leva para casa e lê. Mas alguns desses donos de sebos gostam de ir além, e acabam se transformando em amigos, fazendo você se sentir em casa sempre que aparece.
Esse é o caso da Banca Mikei, que fica ali na Queiroz dos Santos, pertinho da estação de trem de Santo André. Confesso que quando comecei a frequentar foi por pura comodidade, pois a cidade é bem mais próxima. Mas o tempo foi passando, a convivência virou uma amizade, e hoje não passo muito tempo sem ir lá procurar alguma coisa. E todas as vezes o Milton e o Rafael não me decepcionaram.
Lá tem de tudo. Não é enorme como o Messias (mas quem é?), entretanto sempre encontrei algo para
acalmar meu vício em literatura. Quadrinhos raros, revistas antigas e novas, romances, livros paradidáticos, vídeos, enfim! Tem algo para todos os gostos e bolsos! É um lugar que recomendo sempre aos amigos, pois sei que todos serão bem atendidos ali!
Espero que após esse artigo, eu consiga iluminar algumas mentes, e fazer com que elas procurem por mais leitura. E com essas dicas, nem precisa comprar o livro caro. Tem onde procurar mais em conta. Mas, por favor, leiam mais. Não deixem a ignorância vencer.

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