As alegrias e agonias de ser uma leitora compulsiva
Muito bem. Vamos ao confessionário. Meu nome é Rita e sou
viciada em leitura. Sempre fui e acredito que vou morrer com um livro ou
revista nas mãos. E mesmo nesses tempos, em que dizem que as pessoas estão
trocando o papel pelo virtual (o que eu duvido), acredito firmemente que o
verdadeiro leitor é o cara que gosta de sentir o cheiro de papel, como eu!
Quando afirmo não acreditar na troca de papel pelo virtual
tenho alguns motivos. A grande maioria nunca comprou um livro, ou revista.
Então não há troca de “plataforma”. Há o nada trocado por nada. O que me
entristece, porque sei, com certeza, que pessoas que leem bastante têm mais
chances de progredir na vida, não apenas economicamente, mas espiritualmente.
Livros, revistas, jornais, quadrinhos, tudo isso nos informa, instrui e cria pessoas melhores
Obviamente meu primeiro contato com as letras foi em casa.
Meu irmão, cinco anos mais velho que eu, me ensinou a ler, escrever e fazer
contas muito antes de eu ir para a escola. Ele também me levou à biblioteca
quando eu tinha apenas seis anos. Mas na minha casa tínhamos vários leitores
vorazes, pois essa é uma coisa que se passa de pai para filho, de irmão para
irmão.
Na minha casa também aprendi que não se julga um livro pela
capa. Sim, é legal ler um livro novinho, intocado. Mas, para mim, gosto de
saber que aquele livro passou por outras mãos. Gosto de imaginar o que as
pessoas que o leram estavam sentindo enquanto devoravam palavras. E gosto de
capas e páginas envelhecidas pelo tempo.
Leia para seus filhos. Leia com os seus filhos. Crie leitores!
Quando cresci um pouco mais, em uma família sem posses,
continuei minha jornada bibliotecas públicas adentro. Mas, pouco depois,
conheci uma palavra mágica que me dava a oportunidade de comprar livros mais
baratos que nas livrarias: SEBO! Para mim um lugar mágico, onde a poeira se
mistura aos livros e revistas, raros ou não, e que cabiam no meu bolso,
financeiramente falando.
Como o primeiro a gente nunca esquece, tenho que apresentar
a Livraria e Sebo do Messias, localizada
na Praça João Mendes (atrás da Sé), em São Paulo. Com seus 48 anos de
existência, o Messias tem como diferencial o atendimento e o preparo dos seus
funcionários com relação aos livros.
Diferentemente de muitas livrarias, onde os atendentes mal
sabem o que estão fazendo ali, os funcionários do Messias sabem do que estão
falando e sempre lhe ajudarão a encontrar aquele livro perdido, que você busca
há mais de 10 anos (aconteceu comigo!) e com preços que ajudam aos leitores de
bolso fraco, tornando a cultura mais acessível aos seus frequentadores.
Banca Mikei faz a alegria de qualquer leitor
Livrarias e sebos, após um tempo, podem ficar parecidas umas
com as outras. Como aquelas coisas pasteurizadas que têm o mesmo gosto. Você
vai ao lugar, encontra livros, compra, e leva para casa e lê. Mas alguns desses
donos de sebos gostam de ir além, e acabam se transformando em amigos, fazendo
você se sentir em casa sempre que aparece.
Esse é o caso da Banca Mikei,
que fica ali na Queiroz dos Santos, pertinho da estação de trem de Santo André.
Confesso que quando comecei a frequentar foi por pura comodidade, pois a cidade
é bem mais próxima. Mas o tempo foi passando, a convivência virou uma amizade,
e hoje não passo muito tempo sem ir lá procurar alguma coisa. E todas as vezes
o Milton e o Rafael não me decepcionaram.
Lá tem de tudo. Não é enorme como o Messias (mas quem é?),
entretanto sempre encontrei algo para
acalmar meu vício em literatura.
Quadrinhos raros, revistas antigas e novas, romances, livros paradidáticos,
vídeos, enfim! Tem algo para todos os gostos e bolsos! É um lugar que recomendo
sempre aos amigos, pois sei que todos serão bem atendidos ali!
Espero que após esse artigo, eu consiga iluminar algumas
mentes, e fazer com que elas procurem por mais leitura. E com essas dicas, nem
precisa comprar o livro caro. Tem onde procurar mais em conta. Mas, por favor,
leiam mais. Não deixem a ignorância vencer.
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