domingo, 26 de novembro de 2017

O peso do QI na recolocação profissional

Não importa o quanto mudam as regras, network é tudo


Já me cansei dessa brincadeira de engordar as estatísticas do desemprego, mas é uma coisa que está disparada neste país e não vejo nada de útil sendo feito para realmente ajudar as pessoas a conseguir uma recolocação profissional.
Podemos dizer que o problema está em nós, em coisas que fazemos, mas, vamos ser sinceros: isso não é verdade! Já vi um sem número de tutoriais que “ensinam” a preencher o currículo, com pessoas que acreditam estar reinventando a roda. Também estou careca de saber como me comportar em entrevistas, o que vestir, sobre o que conversar, como montar portfólio, o que as empresas esperam de seus profissionais etc.

Mas... Quer saber o que eu não vejo? De que maneira as empresas podem se adequar a nós? Não vejo adequação de empresa alguma nem quando somos consumidores, que dirá quando estamos pedindo emprego?

Mas, voltando ao assunto, sempre fiz o que mandaram fazer para “ser contratada”, e mandei currículos até para vagas que não eram bem o meu perfil na expectativa de ser convocada. Porém, isso nunca foi suficiente e não representa garantia de sucesso.
Pesquisas realizadas há dois anos, antes de termos direitos cassados ou suprimidos, mostram que quase 60% dos cargos preenchidos só o foram com base no QI, e não estamos falando em “inteligência”, mas sim no tal “quem indicou”. Networking (relacionamentos) anda mandando no mundo do trabalho há bastante tempo já. 

Há no ar uma insatisfação geral com o mercado de trabalho. 

Parece que quanto menos se oferece para os profissionais, mais se cobra deles. São empresas que “enxugam” suas folhas de pagamento demitindo a cadeia produtiva e ficando com quem não faz nada, esperando, sei lá (!), que o produto caia do céu por descuido. Mas, o maior problema é que vão aqueles que estão realmente preparados para os cargos, e ficam aqueles que foram “indicados” por alguém, porque até mesmo fora da política, tudo é política. É um “agradar a alguém, esperando ser agradado de volta”. 
Só que estes são outros tempos, e esse agrado pode não acontecer. Estes são tempos em que a grande maioria só se preocupa com o que gira em torno do próprio umbigo, e até o tal QI está comprometido. Portanto, se não tiver algo já bem acertado em vista, fique no seu emprego. 

Mas, se resolver tentar algo novo, siga algumas dicas:

Cheque a oportunidade de trabalho, se é concreta; se é permanente;
Pesquise a empresa. Acesse o site da empresa e, depois, os buscadores, para obter mais informações sobre o perfil da companhia e sua posição relativa no mercado;
Dissocie relações afetivas e profissionais. Se a indicação dada foi positiva, ótimo. Não associe o nome da pessoa que lhe recomendou a vaga durante o processo seletivo ou mesmo após o término deste;
Peça demissão somente após ter firmado sua recolocação;
Se a proposta de trabalho não corresponder às promessas feitas ou não atender aos seus anseios, prepare sua saída o quanto antes evitando prolongar sua insatisfação;
Mantenha sempre seu networking. É bom ter relacionamentos que possam trazer novas oportunidades. Mais de 70% dos desempregados utilizam sua rede de contatos como meio de procura de emprego. Analogamente, 75% das empresas utilizam como instrumento para divulgação de vaga a indicação de pessoas de dentro e de fora da corporação.

Concluindo: mesmo em meio à crise, é importante manter uma rede de amigos e colegas que possam fornecer a próxima dica de trabalho. E, em um mundo no qual as pessoas estão mais egoístas que nunca, é importante ajudar e ser ajudado. É o que nos distingue.


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