Não importa o quanto mudam as regras, network é tudo
Já me cansei dessa brincadeira de engordar as estatísticas
do desemprego, mas é uma coisa que está disparada neste país e não vejo nada de
útil sendo feito para realmente ajudar as pessoas a conseguir uma recolocação
profissional.
Podemos dizer que o problema está em nós, em coisas que
fazemos, mas, vamos ser sinceros: isso não é verdade! Já vi um sem número de tutoriais
que “ensinam” a preencher o currículo, com pessoas que acreditam estar
reinventando a roda. Também estou careca de saber como me comportar em
entrevistas, o que vestir, sobre o que conversar, como montar portfólio, o que
as empresas esperam de seus profissionais etc.
Mas... Quer saber o que eu não vejo? De que maneira as
empresas podem se adequar a nós? Não vejo adequação de empresa alguma nem
quando somos consumidores, que dirá quando estamos pedindo emprego?
Mas, voltando ao assunto, sempre fiz o que mandaram fazer
para “ser contratada”, e mandei currículos até para vagas que não eram bem o
meu perfil na expectativa de ser convocada. Porém, isso nunca foi
suficiente e não representa garantia de sucesso.
Pesquisas realizadas há dois anos, antes de termos direitos
cassados ou suprimidos, mostram que quase 60% dos cargos preenchidos só o foram
com base no QI, e não estamos falando em “inteligência”, mas sim no tal “quem
indicou”. Networking (relacionamentos) anda mandando no mundo do trabalho
há bastante tempo já.
Há no ar uma insatisfação geral com o mercado de trabalho.
Parece
que quanto menos se oferece para os profissionais, mais se cobra deles. São
empresas que “enxugam” suas folhas de pagamento demitindo a cadeia produtiva e
ficando com quem não faz nada, esperando, sei lá (!), que o produto caia do céu
por descuido. Mas, o maior problema é que vão aqueles que estão realmente
preparados para os cargos, e ficam aqueles que foram “indicados” por alguém,
porque até mesmo fora da política, tudo é política. É um “agradar a alguém, esperando
ser agradado de volta”.
Só que estes são outros tempos, e esse agrado pode não
acontecer. Estes são tempos em que a grande maioria só se preocupa com o que
gira em torno do próprio umbigo, e até o tal QI está comprometido. Portanto, se
não tiver algo já bem acertado em vista, fique no seu emprego.
Mas, se resolver tentar algo novo, siga algumas dicas:
Cheque a oportunidade de trabalho, se é concreta; se é permanente;Pesquise a empresa. Acesse o site da empresa e, depois, os buscadores, para obter mais informações sobre o perfil da companhia e sua posição relativa no mercado;
Dissocie relações afetivas e profissionais. Se a indicação dada foi positiva, ótimo. Não associe o nome da pessoa que lhe recomendou a vaga durante o processo seletivo ou mesmo após o término deste;
Peça demissão somente após ter firmado sua recolocação;
Se a proposta de trabalho não corresponder às promessas feitas ou não atender aos seus anseios, prepare sua saída o quanto antes evitando prolongar sua insatisfação;
Mantenha sempre seu networking. É bom ter relacionamentos que possam trazer novas oportunidades. Mais de 70% dos desempregados utilizam sua rede de contatos como meio de procura de emprego. Analogamente, 75% das empresas utilizam como instrumento para divulgação de vaga a indicação de pessoas de dentro e de fora da corporação.
Concluindo: mesmo em meio à crise, é importante manter uma
rede de amigos e colegas que possam fornecer a próxima dica de trabalho. E, em
um mundo no qual as pessoas estão mais egoístas que nunca, é importante ajudar
e ser ajudado. É o que nos distingue.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente, sua opinião é sempre bem-vinda!