Parabéns à minha terra natal
No dia em que minha cidade natal, São Paulo, completa 464
anos, queria escrever um poema que falasse da selva de pedra humanizada que
alguns veem, mas não eu.
Veja bem, amo minha cidade. No todo, mesmo que haja coisas
que não conheço dessa imensidão, ou em partes, como prefiro fazer, porque cada
canto de São Paulo é único.
Amo a minha cidade, mesmo que insistam em maltratá-la com
obras que não lhe cabem, com sujeiras que não lhe pertencem. Minha cidade tem
gente do mundo todo e é uma confusão tão grande de pessoas que, mais que uma
cidade, é um monte de cidades em uma só.
Por exemplo: São Paulo é a maior cidade japonesa fora do
Japão, ou pelo menos era há alguns anos. É a maior cidade da América do Sul em
população, com mais de 12 milhões de almas. A cidade tem um monte de parques
legais, mas também tem áreas de subúrbios entra as mais feias do mundo.
Faço parte de um grupo que troca fotos antigas da cidade e
curiosidades sobre a megalópole dos
tempos em que a população era uma fração da
atual. Mesmo que muitos no grupo desejem voltar a um passado que não é mais
possível, é bacana matar as saudades.
Saudades de prédios e casas demolidos em nome de um
progresso sem medida. Saudades de lojas que duraram gerações, mas que não têm
mais espaço no século XXI. Saudades de tempos mais simples e pessoas mais
contidas. Mas essa aceleração é apenas a consequência da pressa que sempre foi
atribuída ao povo paulistano. E agora não há mais o que fazer.
O lema da cidade é Non dvcor dvco
"Não sou conduzido, conduzo", mostrando uma sede eterna de liderança.
Então aceitem a liderança e sigam em frente.
Feliz aniversário São Paulo, terra que já foi da garoa, mas
que não é mais. Que seu aniversário traga para você ventos mais amenos e menos
poluídos. E que os caminhantes, como eu, possam voltar a andar por suas ruas em
paz, apreciando os pedaços de mundo que você guarda em cada canto.
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